Com o fim da temporada, vamos relembrar um jogo de início de uma temporada, um amistoso contra o Corinthians em 1974. Nesse ano, Zico se tornava titular absoluto e referência técnica do time. Com quase 21 anos, começava a responder a todas expectativas que a torcida tinha já quando ele jogava na base. E começou com um amistoso, contra o Corinthians.
O Corinthians de 1974 era um time cheio de craques: Zé Maria, Wladimir, Vaguinho, Adãozinho, Roberto Miranda e o nome mais importante, que jogava sua última temporada com o Corinthians antes de ir no Fluminense, o tricampeão Rivelino. Apesar da falta de títulos, era um timaço. Já o Flamengo, treinado pelo técnico Joubert, que jogou quase dez anos no Flamengo como zagueiro, foi escalado assim no 17 de fevereiro de 1974: Renato; Souza (Betaglione), Chiquinho Pastor, Luís Carlos (Jaime), Rodrigues Neto; Liminha, Geraldo (Zé Mário), Rogério (Julinho); Zico, Paulinho Carioca, Dario.
No Maracanã, Zico se procurou a primeira oportunidade do jogo, um chute poderoso bem defendido pelo Armando, mas quem fez o primeiro gol foi o Corinthians, com um gol marcado pelo Vaguinho. Era suficiente para acordar os 13.926 espectadores no Maracanã, a maioria na geral, e os 11 rubro-negros em campo. E o Flamengo empatou. Como? Quando Zico está em campo, a reposta mais obvia é um gol de falta de Zico. E foi, com uma falta de 20 metros na gaveta, sem chance para Armando. Flamengo empatou mas era só o início de uma goleada.
No segundo tempo Flamengo desempatou, com outro gol de falta. Mas agora que fez o gol foi o melhor companheiro de Zico na base, Geraldo, que merece um capítulo a parte na categoria dos ídolos. Geraldo morreu dois anos depois, com apenas 22 anos depois de uma cirurgia, e se o Flamengo de 1978-1983 foi mágico, poderia ter sido ainda mais com uma dupla Geraldo – Zico. Uma pena e uma grande perda pelo Flamengo e pelo futebol brasileiro. No jogo contra Corinthians, Zico fez mais um golaço, depois de passar entre três zagueiros, finalizou com tranquilidade, fora do alcance de Armando. Geraldo – Zico era para brilhar durante dez anos e aterrorizar os adversários.
Depois foi o centroavante Dario, que também merece um capítulo dentro dos ídolos, que fez o gol. Bateu com força os zagueiros, bateu com inteligência o goleiro, e empurrou nas redes. E como Zico, Dario deixou o segundo dele, de novo com um drible no goleiro, agora um drible de vaca. Rivelino estava desolado no meio de campo, Flamengo aplicava uma goleada irresistível, um 5×1 eterno.
Num amistoso contra o Corinthians, Flamengo fez um show para a geral do Maraca e para iniciar uma temporada brilhante, com gols e gênio de Zico, e concluída da melhor forma possível, com um título carioca em cima do Vasco.








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