Depois da sétima crônica dos ídolos, com um meio-campo que brilhou nesse século, Ibson, vamos de um outro meio-campo do século XXI, camisa 8, Elias.
Elias chegou no Flamengo no início de 2013, depois do que foi uma das piores temporadas do Flamengo, o ano 2012, com nenhum título e pouco futebol. Elias chegou como a maior contratação no Sporting Lisboa, mas decepcionou lá e voltou ao Brasil. Com o Manto Sagrado, escolheu a camisa 8: “Fiz minha história no Corinthians com a 7, fui muito feliz, mas agora escolhi a 8 para fazer a minha história no Flamengo”. Fez bem.
Elias começou no campeonato carioca, contra Volta Redonda. Jogou ao lado do próprio Ibson, que se aproximava do fim de sua história com o Flamengo. Tinha também Léo Moura, Victor Cáceres, Rafinha, Hernane. Um time bem mediano. O primeiro gol de Elias saiu num belo chute de fora da área, depois de uma tabelinha com Hernane. Nesse jogo, Flamengo perdeu em casa contra Resende. Realmente, tempos difíceis.
Elias voltou a marcar contra Campinenses e ASA, os dois gols na Copa do Brasil, realmente a competição que ia fazer do ano 2013 um ano histórico. Flamengo começou mal o Brasileirão, com 2 pontos nos 4 primeiros jogos, e já não tinha esperança de um título. Elias jogava bem, mas sem destaque até agora.
Nas oitavas de final da Copa do Brasil, Flamengo enfrentou o futuro campeão brasileiro, o Cruzeiro de Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart. Um timaço, bem superior ao Flamengo. E no jogo de ida, deu lógica, com vitória 2×1 do Cruzeiro no Mineirão. E no jogo de volta, deu raça, deu amor, deu paixão. Deu Flamengo. No finalzinho do jogo, ainda num 0x0 que eliminava o Flamengo, Paulinho cruzou, Elias, com a braçadeira de capitão, bateu e fez o gol da classificação. Fez mais do que isso. Com esse gol, o Maracanã explodiu. O Novo Maracanã abriu nesse ano de 2013, vibrou com a vitória do Brasil contra a Espanha na final da Copa das confederações, mas esperava ainda seu momento histórico com o Flamengo. E aconteceu com Elias, que fez até aqui, o gol mais importante de sua carreira com o Manto Sagrado.
Flamengo voltou a decepcionar, a jogar mal. No jogo seguinte, uma derrota 4×0 contra o Corinthians. Depois de mais uma derrota, contra o Atlético Paranaense, Mano Menezes pediu demissão. Para as quartas de final da Copa do Brasil, mais um timaço a enfrentar, o Botafogo de Seedorf. E Flamengo jogava sem Elias, suspenso depois de alguns cartões amarelos. Sem seu melhor jogador, Flamengo conseguiu um 1×1, que deixava a esperança viva. O jogo de volta foi o dia de Hernane, que fez três gols na goleada por 4×0. Elias pediu para jogar esse jogo, apesar do momento muito difícil para ele e sua família. O filho de 1 ano estava internado num hospital, por causa de uma pneumonia.
Na semifinal, vitória 2×1 no jogo de ida em Goiânia, de novo com atuação discreta de Elias. Mas na volta no Maraca, foi mais um show de Elias. Assistência para mais um gol de Hernane, e um golaço de fora da área, um chute certeiro, repentino, libertador. E com o pequeno Davi que estava bem melhor, pronto a sair do hospital. E com homenagens da torcida para Elias, a torcida sempre apoiou o jogador, mostrou o que é uma torcida de verdade, em todos os sentidos. Elias era o homem-chave de Flamengo, o dono do meio-campo e parecia crescer a cada jogo, com atuações cada vez mais firmes. Só faltava o título.
Na final contra o Atlético Paranaense, um jogo eterno, gols de Elias e Hernane, e um tricampeonato. Uma alegria incrível para quem estava no Maracanã ou na frente da televisão, vibrando com o Flamengo. Era o último jogo de Elias com o Manto Sagrado e ele deu mais um show, mais um gol, o gol décimo da temporada. Obrigado Elias para essa temporada de sonhos e de um título tão importante para quem sofreu muito em 2012.
Elias foi escolhido no time do Brasileirão de 2013, prova que ele não jogou muito só na Copa do Brasil. O camisa 8 queria ficar no Flamengo e chegou a recusar uma oferta milionária da China. Também por isso que ele é ídolo. Mas, outros tempos do Flamengo, as negociações com o Sporting não permitiram de chegar a um acordo. Depois, voltou no Corinthians.
Em apenas uma temporada e 55 jogos, Elias conseguiu se inscrever na galeria dos ídolos do Flamengo e honrou, muito, o Manto Sagrado.








Deixe um comentário