Antes do jogo de hoje, uma lembrança de um jogo contra Nova Iguaçu, em 2012, que marcou a reestreia de Vágner Love no Flamengo. Foi quase 10 anos atrás e o Flamengo mudou muito, mas o que não muda é a força da torcida, a capacidade de fazer a festa, de fazer ídolos.
Descobri Vágner Love em 2004, quando jogou a Liga dos campeões pelo CSKA Moscou, com dois jogos e um gol contra o Paris SG. Nesse ano, ganhou a Copa UEFA, fazendo gol contra outro time francês, Auxerre, nas quartas de final, e contra o Sporting na final. Também foi chamado na Seleção brasileira, mas nunca se firmou como titular, até porque, apesar de ser um ótimo atacante, não tinha o nível suficiente para isso.
Depois de muitos anos na Rússia, Vágner Love voltou ao Brasil, no clube de seus inícios profissionais, Palmeiras. No ano seguinte, em 2010, foi no Flamengo onde formou o Império do Amor com nosso Didico. Foi artilheiro do campeonato carioca com 15 gols, até hoje a maior marca desde Fábio em 2002, que fez 16 gols pelo Volta Redonda. Mas Vágner Love ganhou nenhum título com o Flamengo em 2010.
A tentativa de compra definitiva fracassou com os russos e Vágner Love voltou no CSKA em 2011. E em 2012, foi emprestado de novo ao Flamengo. Foi um grande reforço, foi muito bem em 2010 com 23 gols em 29 jogos, para uma torcida que tinha grandes esperanças para o ano 2012, o ano do centenário do futebol do clube. O centenário do Clube de Regatas do Flamengo, em 1995, foi uma frustração, uma vergonha, 2012 não podia ser assim. Podia, sim.
No 12 de fevereiro, dois dias antes do dia dos Namorados na França e em vários países do mundo, Vágner Love reestreava com o Flamengo. O rubro-negro ainda era invicto no campeonato carioca e tinha se classificado na fase de grupos da Copa Libertadores depois de passar sufoco contra o Real Potosi na pré-Libertadores. Para o jogo contra Nova Iguaçu, no estádio de Macaé tudo rubro-negro, Joel Santana escalou Flamengo assim: Felipe; Léo Moura, Welinton, David Braz, Júnior César; Luiz Antônio, Willians, Renato Abreu; Ronaldinho, Vágner Love, Deivid. Um time mediano, com jogadores de qualidade, que poderia ter feito mais do que fez em 2012.
Vágner Love vestia de novo o Manto Sagrado num dia de festa para a torcida. Porque a torcida do Flamengo é assim, sabe fazer ídolos, sabe festejar, até nos dias mais difíceis. E Vágner Love nem esperou quinze minutos para brilhar. Ganhou de um adversário na força física, ganhou de outro com técnica e drible curto, e achou Ronaldinho. Ronaldinho fez pouco, muito pouco pelo Flamengo em 2012, e seria bem melhor com o Atlético Mineiro no resto da temporada, mas ele nunca deixou de ser craque, de ser capaz de visão alucinante e toque de gênio. Com um toque absolutamente maravilhoso, o Bruxo achou de novo Vágner Love na grande área, pronto a fazer o gol. O goleiro desviou e Deivid, sozinho na frente do gol, conseguiu essa vez fazer o gol. Flamengo na frente, festa no Moacyrzão.
Depois, teve caneta de Vágner Love, cabeçada de Deivid num escanteio de Ronaldinho e não muito mais emoções no primeiro tempo. No segundo tempo, Renato Abreu conseguiu obter uma boa falta, com 30 metros de distância, bem no centro. Ronaldinho com categoria, ou Renato Abreu com força. Foi Renato Abreu, com muita força, muita precisão, muita categoria. Um golaço de um jogador, que também não fez muito em 2012, mas que eu adorava, desde meus primeiros dias de torcedor assíduo do Flamengo nos meados dos anos 2000. O Renato Abreu merece um capítulo na categoria dos ídolos e nesse quase dia dos Namorados, fez mais um golaço de falta. Flamengo com dois gols de vantagem, para a festa e o amor da torcida.
Depois, de novo, não teve muitas emoções. Mas Flamengo ganhava mais um jogo, Vágner Love reestreou bem, apesar de não fazer um gol. Nos 5 próximos jogos, ia fazer 5 gols, deixando o dele a cada jogo. Vágner Love não ia voltar com a artilharia do campeonato carioca, apesar de ótimas estatísticas, 9 gols em 10 jogos. No Brasileirão, ia ser menos convincente, com 13 gols em 36 jogos. Fez o gol que rebaixou seu antigo clube, Palmeiras, mas mesmo assim, igual ao ano de 1995, a temporada de 2012 do Flamengo foi de muitas frustrações e para o Vágner Love, igual ao ano de 2010, sem nenhum título.








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