Jogos eternos #33: Bangu 0x2 Flamengo 1999

O Bangu foi um grande clube do futebol brasileiro, jogando várias vezes no Brasileirão. E o campeonato carioca foi um grande campeonato, numa época um dos melhores do mundo. Tenho carinho para o Bangu e para o campeonato carioca, porque agora o nível é bem diferente, mas ainda é Rio, ainda é o mais charmoso do mundo.

E em 1999 era ainda mais o caso, com um jogo que é a essência do futebol carioca. Estadio clássico, o da Moça Bonita, lá em Bangu. Bangu já foi grande, até gigante foi, quase campeão brasileiro, bicampeão carioca. Essa crônica é a número 33 dos jogos eternos, e Bangu foi campeão carioca em 1933 e 1966. Diretoria acreditava num título a cada 33 anos e par o ano de 1999, trouxe de volta aos gramados um jogador muito carioca na alma, Renato Gaúcho. Fora de forma, Renato Gaúcho saiu da aposentadoria e fez finalmente apenas dois jogos com Bangu, contra Vasco e esse contra Flamengo, o último da sua carreira. Sem brilho, e sem título para Bangu.

Flamengo também tinha seu craque, carioca na alma, carioca no nascimento, Romário. O Baixinho vivia seu último ano com o Flamengo, talvez o melhor, apesar do fim frustrante. Era sua estreia no campeonato carioca 1999, onde era o artilheiro das 3 últimas edições do torneio. Na temporada, o gênio da grande área já tinha feito jogadas de gênio, o Amaral ainda se lembra desse elástico mortal e imortal no jogo contra o Corinthians no Pacaembu.

Na Moça Bonita, como o estádio respirava o futebol carioca, foi o lançamento da nova camisa do Flamengo, um Manto Sagrado muito lindo, que tenho na minha coleção, com a camisa 11 de Romário. Lindo, muito lindo. O saudoso Carlinhos escalou Flamengo assim: Clemer; Fábio Baiano, Luís Alberto, Fabão, Athirson (Marco Antônio); Vagner, Jorginho, Iranildo (Caio), Beto (Rodrigo Mendes); Leandro Machado, Romário. No lado de Bangu, além do Renato Gaúcho, destaque para o próprio técnico, Alfredo Sampaio, que foi o primeiro técnico de Ronaldo no São Cristóvão.

No primeiro lance, Romário teve oportunidade de chutar, mas, acontecia, preferiu fazer o passe para Leandro, que errou no domínio. A torcida flamenguista apoiava, empurrava as barreiras e o time, tinha flamenguistas até nas árvores do estádio. Lindo, muito lindo. No segundo tempo, visão perfeita e passe sensacional de Romário, que abriu para Fábio Baiano, que chegou na bola só um pouco antes do goleiro do Bangu. Pênalti. Romário, claro, fez o gol sem tremer, e já deixava o dele na sua estreia no campeonato carioca. Romário poderia ter feito dois golaços nesse jogo, primeiramente uma falta no travessão, e depois um chute de cobertura após passar entre vários defensores do Bangu, mas o goleiro foi vigilante.

Nesse jogo, Romário brilhou mais com os passes, e cruzou perfeitamente para Caio que marcou “um pouco do abdômen, um pouco da lateral do corpo e um pouco de braço, mas do antebraço, não da mão”. Tanto faz, numa tarde de sol em Bangu, o Flamengo ganhava mais um jogo do futebol carioca, aquele futebol lindo, muito lindo.

2 respostas para “Jogos eternos #33: Bangu 0x2 Flamengo 1999”.

  1. Avatar de Jogos eternos #40: Flamengo 2×1 Botafogo 1991 – Francesguista

    […] já falei na crônica sobre o jogo contra Bangu em 1999 que eu adorava o campeonato carioca, um dos melhores do mundo durante muitas décadas. Nos anos […]

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  2. Avatar de Times históricos #29: Flamengo 1999 – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo

    […] 3×2 sobre Olaria e lançou a nova camisa, a última de Umbro, fim de uma Era, numa vitória 2×0 contra Bangu, outro jogo eternizado aqui. Romário fez magia na Copa do Brasil com um golaço na Ponte Preta e brilhou demais no campeonato […]

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”