O jogo eterno de hoje não foi uma semifinal do campeonato carioca, mas foi um jogo importante no caminho do título de 1991. Como em 2023, Fluminense tinha vencido a Taça Guanabara e assim já tinha o passaporte para a final do campeonato carioca. Ficava apenas uma vaga, para o vencedor da Taça Rio de Janeiro e Flamengo estava na luta com Botafogo e Vasco, o adversário do dia.
Foi um jogo de muitos lances, craques em campo e show de torcidas. No Maracanã, 42.734 espectadores, não um número impressionante para a época, mas as vezes é melhor ter 42.734 apaixonados do que 70.000 caladinhos. No 24 de novembro de 1991, neste ano e em 1992 o campeonato carioca foi disputado após o Brasileirão, o saudoso Carlinhos escalou Flamengo assim: Gilmar; Charles Guerreiro, Júnior Baiano, Wilson Gottardo, Piá; Uidemar, Júnior, Nélio (Marquinhos), Zinho; Paulo Nunes (Fabinho), Gaúcho. No Vasco, alguns nomes como Carlos Germano, Alexandre Torres, França, Bismarck e Bebeto. Um jogo de craques em campo.
Na entrada dos times em campo, um show das torcidas. O antigo jogador do Flamengo Bebeto teve a primeira oportunidade depois de um drible sobre Júnior Baiano, mas chutou fraco. O mesmo Júnior Baiano foi o primeiro jogador do Flamengo a ter uma chance de gol após uma falta perfeitamente cobrada pelo pé direito de Júnior. Júnior também deu um bom passe para Gaúcho, que quase fez o gol depois de um drible de giro, mas a bola saiu do gol de Carlos Germano. Num bom cruzamento de Charles Guerreiro, Gaúcho teve mais uma chance de voleio, mas Carlos Germano defendeu. A torcida do Flamengo sentia o gol e empurrava o time. Paulo Nunes para Júnior, e um lindo toque de pé direito, com a classe do mestre Vovô-Garoto. Na finalização, Zinho, de cabeça, mais colocada do que com potência, colocada no canto oposto do Germano. Um golaço e Flamengo na frente do placar.
No segundo tempo, Willian tentou fazer o gol para Vasco, a bola foi bloqueada pela zaga do Flamengo e voltou nos pés de Júnior, que com tranquilidade e classe, deu duas embaixadinhas e um passe longo atrás para o goleiro Gilmar. Um ano depois, será impossibilitado um goleiro pegar com as mãos um passe de um companheiro, a Dinamarca abusando da antiga regra na final da Eurocopa 1992.
Júnior, de novo ele, sempre ele, deu bom passe para Paulo Nunes, que chutou cruzado, mas sem força. Nesse momento, infelizmente uma briga entre torcedores no Maracanã. Quando tem 42.734 apaixonados num mesmo lugar, tem alguns burros pelas leis da probabilidade. Vasco tentava empatar, e Júnior, ainda Júnior, deu um bom cruzamento, agora com o pé esquerdo, para a cabeçada de Gaúcho, que passou um pouco em cima do gol de Carlos Germano. Júnior estava na finalização também com um chute pé esquerdo, mas de novo Carlos Germano defendeu. Um jogo de muitos lances.
No meio do segundo tempo, o segundo gol do Flamengo saiu dos pés de… Júnior, evidentemente. Uma falta no lado esquerdo, de pé direito. Bola alta para a cabeça de Gaúcho, que com inteligência, tentou achar um companheiro perto da pequena área. O companheiro foi Fabinho, que tinha entrado no lugar de Paulo Nunes, e que fuzilou Carlos Germano. Flamengo 2×0 Vasco. Festa no Maraca, festa na favela e festa em campo, quando um torcedor foi dentro das quatro linhas para abraçar Júnior. Um jogo de show de torcidas.
Apesar de mais um lance do Vasco, nenhum outro gol saiu, e Flamengo ganhou o Clássico dos Milhões, depois ganhou a Taça Rio de Janeiro e depois ganhou o campeonato carioca, o primeiro desde 1986, que tinha começado com um Fla-Flu eterno. Mais uma vez, aprende Flamengo de 2023.








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