Jogos eternos #71: Flamengo 7×1 Rio Negro 1983

Com a pausa internacional, eu vou de um jogo contra um time que não deveria jogar no Brasileirão antes de um bom momento, Rio Negro, time de Manaus, que até foi rebaixado do campeonato amazonense. Mas faz agora 40 anos que conquistamos o Brasileirão 1983, com um time histórico, e vale a pena falar sobre um jogo da conquista.

Flamengo começou o Brasileirão de 1983 com fechou: com vitória sobre Santos no Maracanã. Depois, empatou contra Moto Club e Rio Negro, venceu Paysandu e Moto Club. Precisava da vitória contra Rio Negro no Maracanã e seus 25.181 torcedores. Uma afluência pequena por causa do Carnaval no mesmo fim de semana. Mas Flamengo deu outro carnaval.

No 20 de fevereiro de 1983, o técnico Paulo César Carpegiani escalou Flamengo assim: Raul Plassmann; Cocada, Leandro, Marinho, Júnior; Andrade, Adílio, Zico; Júlio César Barbosa, Robertinho, Baltazar. Um time histórico, mas perto do desfecho, com a venda de Zico alguns meses depois.

Curiosidade do jogo é que Flamengo tomou o primeiro gol da partida, uma jogada bem executada e concluída pelo Aluísio Guerreiro. Mas o gol acordou um gigante, que empatou no final do primeiro tempo, com um cruzamento alto de Robertinho e uma cabeçada de Adílio. A geral, único setor cheio do Maracanã, estava feliz, mas ia ver ainda muito mais gols. Ainda no primeiro tempo, Flamengo virou, com uma jogada digna do Flamengo de 1978-1983, toques de efeito, passes curtos e precisos, finalização certa. Andrade com um passe na frente para Júlio César, de trivela para o domínio de joelho de Baltazar, e sem deixar a bola cair, de novo de trivela para Robertinho, chegando em velocidade, chutando forte, virando o jogo.

E Flamengo fez o terceiro em apenas 4 minutos, Zico na velocidade e na direção do gol, de trivela para Baltazar, que dominou e girou, tentando achar de novo Zico na profundidade. Goleiro demorou muito a sair e quem aproveitou foi Leandro, para fazer o terceiro do Flamengo. A geral bem feliz, só precisava esperar 15 minutos para ver mais gols. Quinze minutos ou um pouco mais, o quarto gol só chegou na segunda metade do segundo tempo. Baltazar para Zico, que recebeu de costas, mas já no domínio estava na frente do gol. Um domínio de um autentico craque, que precisa ser visto mais de uma vez para ser plenamente entendido, plenamente avaliado. Na continuidade da jogada, um carinho para fazer o quarto gol do Flamengo de bico. Numa goleada assim, não podia faltar o gol de Zico.

E o quinto gol chegou cinco minutos depois, com bola longa de Andrade, falha da zaga do Rio Negro, passe atrás de Júnior, gol de Baltazar. O Baltazar não conseguiu substituir plenamente o ídolo Nunes, mas ele fez jogos muito bons com o Manto Sagrado. Final do jogo pertence ao jogador menos conhecido do time, o lateral-direito Cocada, que fez apenas 9 jogos com Flamengo. Irmão do ídolo são-paulino Müller, Cocada aproveitou de um chute de Baltazar mal defendido pelo goleiro para fazer de cabeça seu primeiro gol no Flamengo. E no final do jogo, uma dupla tabelinha entre Zico e Elder, um drible de Zico e um passe atrás. Cocada chegou firme, chutou forte, fez o doblete.

No final, uma goleada 7×1, a maior da campanha vitoriosa do Brasileirão de 1983, e mais um carnaval no Rio de Janeiro.

Uma resposta para “Jogos eternos #71: Flamengo 7×1 Rio Negro 1983”.

  1. Avatar de Jogos eternos #100: Flamengo 1×1 Vasco 1983 – Francesguista

    […] com título e tudo. Já escrevi sobre o ano e sobre alguns jogos durante o Brasileirão, contra Rio Negro na primeira fase, contra Goiás e Corinthians na terceira fase. Vamos então na fase final, com um […]

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”