Um jogo pode ser eternizado aqui com uma goleada ou um título, como aconteceu várias vezes na história do Flamengo. Também pode ser eternizado com a atuação de um jogador, como aconteceu no último jogo eterno, quando o ídolo Sávio martirizou o Grêmio na Copa do Brasil de 1995. Também pode ser eternizado com um golaço, como acontece hoje, com gol de outro ídolo, Romário.
A competição era o Brasileirão, já no segundo semestre de 1998. Flamengo já tinha decepcionado durante o ano, várias vezes. No Torneio Rio – São Paulo, nenhuma vitória em 6 jogos. Na Copa do Brasil, uma eliminação contra Vitória depois de uma goleada 5×0 sofrida. No campeonato carioca, alguns jogos de W.O e o Vasco campeão, no ano de seu centenário. No Brasileirão, Flamengo começou com um empate 1×1 contra Botafogo.
Na segunda rodada, Flamengo foi jogar contra Coritiba, lá no Couto Pereira. No 1o de agosto de 1998, Joel Santana escalou Flamengo assim: Clemer; Eduardo, Ricardo Rocha, Luís Alberto, Vagner; Marcos Assunção, Leandro Ávila, Beto; Nélio, Cleisson, Romário. Confesso que não relembrava que o grande zagueiro Ricardo Rocha, campeão do mundo em 1994 com a Seleção, jogou no Flamengo, encerrando a carreira em 1998 depois de 24 jogos com o Manto Sagrado.
Na frente de 19.192 espectadores no Couto Pereira, Flamengo começou bem o jogo, abrindo o placar no 17o minuto do primeiro tempo. Uma falta de Luís Alberto, Beto completamente sozinho na grande área, uma cabeçada, um gol. Mas Coritiba empatou apenas 3 minutos depois, também numa falta, Brandão desviando um chute de Luís Carlos. No intervalo, Coritiba 1×1 Flamengo.
Com uma hora de jogo, um frango do goleiro Régis, um presente para Vinícius, que entrou no lugar de Beto. No cruzamento de Vagner, Régis tentou bloquear a bola e a deixou nos pés de Vinicius, que fez o gol mais fácil do dia. E o gol mais difícil ficou para Romário, que fez o golaço, que deixou o jogo eterno no finalzinho. Romário recebeu a bola, caminhou 15 metros, e a 30 metros de gol, fez um chutaço, um golaço, encobrindo Régis. Uma bola indefensável, uma comemoração mítica, um golaço.
Romário era o gênio da grande área, mas podia fazer gol de qualquer lugar. Romário tinha tranquilidade na hora da finalização, mas também podia chutar forte. E não foi só força, deu efeito para a bola passar em cima do goleiro, mas em baixo do travessão. Romário era o artilheiro nato e fazia nesse dia mais um golaço com o Manto Sagrado.








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