Jogos eternos #127: Flamengo 2×1 Vasco 1999

Com a vitória no Fla-Flu, Flamengo está muito perto de conquistar sua 24a Taça Guanabara, um recorde. Também pode conquistar o título de maneira invicta pela primeira vez desde 2011. Antes disso, conquistou o título invicto num tríptico em cima do Vasco, com vitórias em 1989, 1996 e 1999. O jogo de 1996, com show de Sávio e Romário, já é um jogo eterno no Francêsguista. Vamos então para 1999, ainda com Romário, sempre com Romário.

Como em 2024, o Flamengo estava quase perfeito na hora de conquistar a Taça Guanabara, com 7 vitórias, um empate, um 1×1 no Fla-Flu, e nenhuma derrota. Mas o adversário do dia era o mais poderoso da época, o Vasco, que conquistou sua única Copa Libertadores alguns meses antes. Em 1999, ainda tinha em campo jogadores como Carlo Germano, Mauro Galvão, Felipe, Juninho Pernambucano e Luizão. No 18 de abril de 1999, o técnico Carlinhos escalou Flamengo assim: Clemer; Fábio Baiano, Fabão, Luiz Alberto, Athirson; Jorginho, Vágner, Beto, Iranildo; Leandro Machado, Romário.

A primeira festa no Maracanã foi o próprio Maracanã, com 96.681 pagantes, mais de cem mil no total, e festa bonita das duas torcidas. Afinal, era o Clássico dos Milhões. A segunda festa foi da torcida do Flamengo só. Com apenas 5 minutos de jogo, Athirson, um ídolo da torcida e no Francêsguista, tabelou com Iranildo e chutou de fora de área para fazer um de seus inumerosos golaços com o Manto Sagrado.

Iranildo também fez a assistência no segundo gol. Depois de um drible de vaca, Iranildo achou Romário na esquerda. No seu jeito particular, o Baixinho deixou Nena para trás e matou Carlo Germano do pé esquerdo com um chute cruzado indefensável para fazer seu décimo gol no campeonato. Ainda Romário, sempre Romário. No chamado clássico contra a violência, num momento que a Iugoslávia estava destruída, Romário exibiu uma camiseta eternizada, com mensagem em inglês que não precisa de tradução: “No war, peace in the world”. E a festa no Maraca, da torcida rubro-negra, ficou mais bonita ainda.

Ainda no primeiro tempo, num escanteio, Odvan reduziu a vantagem do Flamengo e botou pressão no jogo. Clemer defendeu chutes perigosos, e Zé Maria e Luiz Alberto deixaram a paz de lado para trocar tapas e ser expulsos. O Flamengo segurou o placar, foi campeão e levantou a (pesada) Taça Guanabara. Vasco ficou com o vice e a história seria repetida algumas semanas depois, agora no campeonato carioca.

Para fechar a crônica, deixo a palavra para Athirson, que falou sobre esse jogo para Lance!: “É um prazer imenso falar dessa partida. Ficou marcado na minha história vestindo este Manto Sagrado. Foi um dos títulos que eu tive uma representatividade muito grande, junto com o Romário. Tive a felicidade de fazer um gol, foi uma partida incrível, o time do Vasco era superior na parte técnica, mais forte e já consagrado. Sabíamos que tínhamos um rival muito competente… O Maracanã lotado, as duas torcidas fazendo festa. Pude fazer o primeiro gol e trazendo a vantagem para o nosso lado. O jogo ficou ainda mais aberto, de igual para igual, com o Romário ampliando com o segundo gol. O Vasco manteve a pressão, e fomos para cima de um jeito incrível”.

Uma resposta para “Jogos eternos #127: Flamengo 2×1 Vasco 1999”.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”