Jogos eternos #134: Valencia 1×3 Flamengo 1997

Na quarta-feira, a Seleção brasileira joga contra a Espanha num jogo contra o racismo, infelizmente tão presente na Espanha. O estádio é o Santiago Bernabéu, onde Flamengo nunca jogou, mas que viu muitas atuações brilhantes de nosso Vinícius Júnior. Vamos então de um jogo em outro estádio da Espanha, na Mestalla de Valência, que infelizmente viu recentemente casos de racismo contra Vinícius de parte de alguns dos torceburros de Valencia.

Eu já escrevi sobre a vitória 3×0 contra o Real Madrid em 1997, com show de Sávio. Nesta altura, o Real Madrid já estava convencido de contratar nosso craque e ídolo. Mas Sávio fez mais um show apenas uma semana depois, agora no Troféu Naranja de Valência. No 23 de agosto de 1997, Paulo Autuori escalou Flamengo assim: Clemer; Fábio Baiano, Júnior Baiano, Luís Alberto, Gilberto; Jamir, Jorginho, Lúcio, Iranildo; Sávio, Renato Gaúcho. Do lado de Valencia, outro ídolo do Flamengo, Romário, bem acompanhado no ataque com os argentinos Ariel Ortega e Claudio López.

E foi justamente Romário o primeiro em ação, bem servido pelo Ortega, Romário dominou na grande área. Tantas vezes os torcedores do Flamengo viu Romário fazer gol assim com o Manto Sagrado, e agora Flamengo era vítima da genialidade do Baixinho. Mas Flamengo tinha seu craque diferenciado também. No final do primeiro tempo, Lúcio foi derrubado por um último defensor, mas o juiz reagiu bem, não apitou e deu sequência a jogada. Sávio recuperou a bola, driblou o grande goleiro Zubizarreta e empatou com um chute no gol vazio.

E de novo, agora no segundo tempo, jogada do gol começou com Lúcio, que arrancou quase 40 metros na esquerda e achou Sávio na profundidade. Já na tomada do posse da bola, Sávio eliminou Javi Navarro com um lindo corte. Uma jogada de craque. Sávio ainda abriu o ângulo e no pé direito, achou a gaveta, sem chance para Zubi. Um golaço e agora, Flamengo na frente na Mestalla.

O Flamengo estava melhor que Valencia, na técnica e na velocidade. Com outro contra-ataque e grande passe, agora de Iranildo, Sávio de novo foi lançando na profundidade. De novo com grande classe e estilo à la Romário, Sávio deixou nenhuma chance ao Zubizarreta e completou o hat-trick, agora de pé esquerdo. Nas arquibancadas, os jogadores do Palmeiras comemoram o placar, que lhes dava o título do Troféu Naranja. Palmeiras campeão talvez, mas certeza é que só nós flamenguistas tínhamos um craque como Sávio.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”