Flamengo joga hoje na Libertadores na quinta rodada, necessitando absolutamente da vitória. Flamengo corre risco de eliminação e a situação lembra a de 2018, embora era menos pior 6 anos atrás. Flamengo estava no segundo lugar, com 2 pontos a mais que Santa Fé. Mesmo assim, na quinta rodada, no Maracanã, a vitória contra Emelec era obrigatória.
O time de Emelec não trazia boas lembranças para mim e para milhões de rubro-negros. Em 2012, na última rodada da fase de grupos, Emelec vencia Olimpia de forma dramática e eliminava Flamengo de forma traumática. Era na época de vacas magras, de decepções do tamanho de um elefante. Eram 31 anos sem título na Libertadores, uma espera que parecia ser sem fim. Em 2018, Flamengo começava a brigar de forma mais intensa pelos títulos continentais, mas ainda vivia de decepções, vexames, vergonhas. Para quem conhecia o clube nesta época, uma derrota contra Emelec parecia até anunciada.
No 16 de maio de 2018, o técnico Maurício Barbieri escalou Flamengo assim: Diego Alves; Rodinei, Juan, Réver, Renê; Cuellar, Lucas Paquetá, Diego; Éverton Ribeiro, Vinícius Júnior, Henrique Dourado. A festa começou até antes do apito inicial, era o reencontro da torcida com o Maracanã depois de dois jogos sem publico por causa de tumultos na final da Copa Sudamericana de 2017. Meses depois, eram mais de 40 mil presentes, ainda ansiosos, ainda precisando absolutamente de um alívio, de uma vitória.
Com 5 minutos, Vinícius Júnior, herói do jogo de ida com doblete no Equador, quase abriu o placar encobrindo o goleiro, mas bola passou em cima do travessão. Outra promessa da base que já virava realidade, Lucas Paquetá, chutou de longe, mas bola passou ao lado da trave. Outro garoto da base, mas agora ídolo e veterano com 39 anos, Juan, também se destacou, mas a cabeçada, desviada pelo goleiro, morreu no travessão. Vinícius driblou na esquerda, bola caiu nos pés de Henrique Dourado, que chutou no meio do gol, sem perigo para o goleiro. Depois de mais uma falta, Juan, bem livre, cabeceou de novo, bola fugiu do gol de novo. No intervalo, 0x0. Flamengo dominava, sem conseguir fazer o gol, o que só aumentava o medo legítimo do torcedor, que já tinha vivido antes tantas frustrações.
Mas já no iníciozinho do segundo tempo, Renê ganhou uma bola, tabelou com Vinícius Júnior, cruzou, bate-bola na grande área, Diego sem espaço chutou fraco, goleiro defendeu do pé, bola ainda viva. E Éverton Ribeiro chegou, chutando firme, para delivrar uma Nação inteira com um chutaço em baixo do travessão. Era alívio da geral e momento especial para o miteiro, que dedicou o gol ao filho Augusto, nascido dias antes de forma prematura. A Nação ainda não sabia quanto será feliz com o Baby Guto como torcedor do Flamengo.
Flamengo teve outras oportunidades, sem fazer o gol. A torcida ainda tremia, ainda mais quando Emelec quase fez um gol, mas Diego Alves esticou os dedos para salvar o placar e a geral. No tempo adicional, uma falta para o Flamengo, quase na entrada da grande área. O narrador João Guilherme, antecipando como sempre, falou sobre os “grandes batedores” na história de Flamengo. “Já teve Zico, já teve Pet, já teve Júnior”, adiciono Marcelinho Carioca e Renato Abreu, todos ídolos na história do Flamengo e no Francêsguista. Em 2018, para a bola parada, Éverton Ribeiro e Cuellar, e em seguida apenas Éverton Ribeiro que de esquerda achou a gaveta de Dreer para fazer o golaço, o segundo do dia. Éverton Ribeiro, que começou o ano de 2018 abaixo das esperanças do torcedor, brilhou no melhor momento, classificando Flamengo nas oitavas e repetindo a comemoração do dedo na boca como uma chupeta, talvez para antecipar sem saber o futuro nascimento do segundo filho, Antônio, o Tótoi, que também ia alegrar muito a torcida flamenguista, de volta ao Maraca, de volta nas oitavas da Liberta.








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