Jogos eternos #163: Flamengo 2×1 Fluminense 1997

Hoje, vamos para mais um Fla-Flu, meu clássico favorito no futebol. E com uma particularidade antes do jogo, Flamengo líder, isso não é tão especial, e Fluminense lanterna, isso também já aconteceu. Mas é um choque entre os extremos e Flamengo tem a possibilidade de afundar ainda mais o último campeão da Libertadores – imagina Flamengo ficar na lanterna do Brasileirão em 1982, 2020 ou 2023. Adoro o Fla-Flu, mas torço para viver um Brasileirão sem o Fla-Flu, torço para ver Fluminense cair na segunda divisão. Isso também não será novidade… Ir na Série B também não é só exclusividade do Fluminense, dos gigantes brasileiros, só Flamengo e São Paulo nunca caíram.

No Brasileirão de 1996, Fluminense ficou na 23a e penúltima colocação e foi rebaixado. Mas, já teve uma primeira virada de mesa, em maio de 1997, o caso Ivens Mendes explodiu, teve suspeitas de corrupção de árbitros, a CBF cancelou o rebaixamento de Fluminense e Bragantino. Para mim sem muitos motivos, já que não foi mostrado que Fluminense foi prejudicado pela escolha dos juízes. Enfim, sem passar na Série B, Fluminense já estava de volta na Série A para o ano de 1997.

Fluminense começou mal o Brasileirão 1997: 5 derrotas, 4 empates e nenhuma vitória. Antes do Fla-Flu, se recuperou um pouco, ficando 5 jogos invicto, com 2 vitórias e 3 empates. Flamengo também começou mal o Brasileirão com 5 derrotas em 7 jogos e apenas 2 vitórias, uma delas um 4×1 contra Goiás com 3 gols de Romário, inclusive esse jogo é a primeira crônica dos jogos eternos no Francêsguista. E Flamengo também se recuperou antes do Fla-Flu com 2 vitórias contra os mineiros Atlético e Cruzeiro, e um empate sem gol contra Botafogo.

Mas Flamengo perdeu mais uma vez Romário, voltando de empréstimo ao Valencia. Assim, no 11 de setembro de 1997, Paulo Autuori escalou Flamengo assim: Clemer; Fábio Baiano, Júnior Baiano, Luís Alberto, Gilberto; Jamir, Evandro, Iranildo, Lúcio; Sávio, Renato Gaúcho. Jogo começou como um Fla-Flu bom, com tensão e faltas. E com 15 minutos, o juiz apitou um pênalti para o Flamengo, o goleiro e um defensor puxando Renato Gaúcho, que pouco jogou no Flamengo nesta passagem. Sem ser um idiota da objetividade tão odiado pelo Nelson Rodrigues, que eternizou tão bem o Fla-Flu, acho o pênalti muito severo, ainda mais que o juiz expulsou por reclamação o tricolor Leandro Ávila, que brilhou depois com o Manto Sagrado. Talvez tem uma justiça divina e um Deus do futebol, Sávio chutou o pênalti para fora, o Fla-Flu ainda estava aberto.

Na sequência, Iranildo deu bom passe para Sávio, que de novo errou. E um minuto antes do intervalo, Fluminense abriu o placar, aproveitando do gol contra de Luís Alberto. “Agora é levantar a cabeça, voltar para o segundo tempo com determinação para virar esse jogo” falou o próprio Luís Alberto no intervalo. Foi falado, só faltava a ser feito. E já no início do segundo tempo, Sávio se recuperou do pênalti perdido e empatou com um belo chute de fora da área. Quatro minutos depois, numa falha da defesa tricolor, Lúcio foi no cara a cara com o goleiro, fez o gol da virada, fechou o jogo. A torcida delirava, o presidente do Portugal, Jorge Sampaio, aproveitava de seu primeiro jogo no Maracanã, o Deus do futebol tinha escolhido: Flamengo era o Rei do Rio, era o dono do Fla-Flu.

Na sequência, Fluminense não ganhou nenhum dos 6 jogos seguintes e depois de uma última derrota contra Grêmio, caiu de vez na Série B e achava que vivia seu pior ano. Engano, no ano seguinte, foi ainda pior e caiu na Série C. Isso sim, é exclusividade do Fluminense, hoje e para um bom tempo eu espero, lanterna do Brasileirão.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”