Hoje Flamengo joga no estádio Mané Garrincha, onde jogou várias vezes desde a reinauguração em 2013. Mas já jogava antes, logo depois da inauguração em 1974. Em 1976, Flamengo conquistou a Taça Governador Elmo Cerejo, com vitórias 2×1 contra Brasília, gols dos amigos Zico e Geraldo, e 2×1 contra CEUB, gols dos irmãos Zico e Edu Coimbra.
No final dos anos 1990, Flamengo jogou várias vezes no Mané Garrincha, em vários torneios: Copa do Brasil, Copa dos campeões mundiais, Brasileirão, Torneio Rio – São Paulo. Na Copa do Brasil de 1998, Flamengo estreou na fase preliminar contra Operário, no Mato Grosso do Sul. Na época, o time grande começava fora de casa e se ganhava de dois gols de diferença ou mais, nem precisava do jogo de volta. Talvez 2 gols é um pouco exagerado, mas gostaria de ver essa regra de volta com 3 gols de vantagem, impede um jogo desnecessário e alivia o calendário. Em 1998, Flamengo começou com um 0x0 e teve então de voltar ao Maracanã, quando se classificou para a primeira fase com vitória 4×0.
Na primeira fase da Copa do Brasil, Flamengo jogou contra Gama, que conquistou em 1997 seu terceiro campeonato brasiliense em 4 anos. No 17 de fevereiro de 1998, Paulo Autuori escalou Flamengo assim: Clemer; Alberto, Juan, Fabiano, Leonardo Inácio; Jorginho, Bruno Quadros, Zé Roberto; Palhinha, Lê, Romário. Um time mediano com um jogador diferente, um dos maiores craques da história, Romário. E muitas vezes, esses jogos do final dos anos 1990 são eternizados só por causa do homem, o Baixinho e seus golaços.
E no estádio Mané Garrincha, Romário foi o primeiro a brilhar, com um golaço reservado aos poucos craques de primeira categoria. Depois de triangulação com Zé Roberto e Palhinha, Romário recebeu na grande área, percebeu que o goleiro estava avançado e juntado a habilidade e a inteligência do craque, fez o gol de cobertura, sem chance para o goleiro, os zagueiros, o time do Gama inteiro. Golaço. Se a palavra “golaço” não existisse antes, teria que inventar só para esse gol. Não foi gol, foi golaço.
Antes do intervalo, outro golaço do Mengo, Alberto cruzou na grande área, zaga de Gama saiu mal, bola voltou nos pés de Lê, que de primeira, achou a gaveta de Roger. Golaço. De volta no segundo tempo, Flamengo continuou a tentar o gol, a escapar do jogo de volta. E veio toda a inteligência e experiência de Palhinha. Já antes de receber a bola, percebeu a chegada do zagueiro e fez a finta para escapar do carrinho, dominou, acelerou e na primeira movimentação do outro zagueiro na sua direção, deixou para Romário de trivela. Já sem espaço, o Baixinho era letal, então com um pouco de espaço, todo mundo conhecia o final, bola na rede, Flamengo 3 gols de vantagem, quase já na segunda fase.
Porém, Gama aproveitou de faltas apitadas pelo juiz Edilson Pereira de Carvalho, pivô do escândalo da Máfia do Apito em 2005, para fazer 2 gols em 8 minutos, voltar a um gol de diferença, forçar o jogo de volta. Mas não era nos planos do Flamengo, e faltando 15 minutos para o final, Iranildo, que entrou no decorrer do jogo, driblou um na esquerda, chutou, Roger defendeu parcialmente, Palhinha chegou e fez o gol da classificação direita. Não relembrava que Palhinha, que brilhou muito com São Paulo e Cruzeiro, também vestiu o Manto Sagrado. O que relembrava são as jogadas geniais de Romário, mais uma vez o grande nome do jogo, lá em Brasília.








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