Flamengo joga hoje contra Palmeiras e continua a sonhar com o eneacampeonato. Antes da rodada, o líder é Botafogo com 43 pontos em 21 jogos, na frente de Flamengo com 40 pontos em 20 jogos e Fortaleza, também com 40 pontos. Palmeiras fecha o G-4 com 37 pontos, mas acho o Palmeiras o rival mais poderoso, por causa do elenco. Mesmo faltando muitas rodadas ainda, Flamengo pode fazer um passo importante na busca do título, já que vai enfrentar Botafogo na rodada seguinte.
A situação lembra um pouco a de 2019, no final do primeiro turno. O líder era Flamengo, com 33 pontos em 16 jogos, mesmo número que Santos. Já na época, achava Palmeiras, terceiro com 30 pontos e uma rodada a menos, o time que tinha mais chance de tirar o título brasileiro do Flamengo. E Flamengo ia jogar contra Palmeiras e Santos nas três rodadas seguintes. Não era decisão ainda, mas a vitória era quase uma obrigação, como ela é hoje.
Em 2019, Palmeiras vinha de uma sequência ruim com uma eliminação na Copa Libertadores e nos últimos 6 jogos do campeonato, tinha uma derrota e 5 empates! Cinco anos depois, Palmeiras também chega ao Maracanã numa fase difícil, com apenas 1 ponto conquistado nos últimos 3 jogos do Brasileirão e uma eliminação na Copa do Brasil, contra o próprio Flamengo. O Flamengo de 2019 por sua vez já começava a ser imortal, vinha de uma vitória 3×0 no Ceará, um jogo eterno no Francêsguista, e de uma classificação na semifinal da Copa Libertadores depois de um empate 1×1 no Beira-Rio. O Flamengo de 2019 sonhava alto e a realidade foi ainda mais linda.
No 1o de setembro de 2019, Jorge Jesus escalou Flamengo assim: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Filipe Luís; Willian Arão, Gerson, Arrascaeta, Éverton Ribeiro, Bruno Henrique, Gabigol. É o time ideal, que cada rubro-negro pode recitar de coração e de cabeça, como um poema. Porém, esse time foi escalado apenas 8 vezes pelo Jorge Jesus e a primeira vez foi justamente neste jogo contra Palmeiras. Era o início de um time que ficou na história, se consagrou em Lima.
A torcida sentiu que o momento era especial e lotou o Maracanã, com 61.390 pagantes, 65.969 presentes. E jogo começou com cara feira de Jorge Jesus, torcida desesperada. O palmeirense Matheus Fernandes abriu o placar de peito depois de cruzamento de Willian. Ou achou que abriu. Já num tempo de VAR, o juiz anulou o gol por impedimento e provocou a alegria da Nação. Uma Nação ainda mais feliz cinco minutos depois, quando Arrascaeta deixou Gabigol cara a cara com o goleiro. Com sangue frio, Gabigol fez o golaço de cobertura, sem chance para Weverton. Gabigol combinou tranquilidade e técnica para fazer um dos gols mais bonitos de sua carreira, também para aquecer antes de marcar outro gol antológico de cobertura, contra Santos duas semanas depois.
Flamengo dominava, mas nem Bruno Henrique nem Gerson conseguiram fazer o gol de longe. Gabigol pedalou, gingou, dançou na frente de Felipe Melo para a alegria da torcida e a raiva canina de Felipe Melo. Foi uma jogada quase tão satisfatória do que um gol. Dois minutos depois, o gol real, Bruno Henrique foi até a linha do fundo e cruzou para a cabeçada mortal de Arrascaeta. O trio Arrascaeta – Bruno Henrique – Gabigol começava a se tornar imortal. No final do primeiro tempo, Palmeiras fez um gol, de novo anulado pelo VAR por impedimento. No intervalo, a vitória, a liderança já pareciam ser do Mengo.
Com hora de jogo, Éverton Ribeiro achou na grande área Rafinha, derrubado pelo Diogo Barbosa. Pênalti lógico. Com a tranquilidade de sempre, com fé no pé, Gabigol foi no contrapé de Weverton, fez o gol, fez a alegria da torcida, aumentou a raiva do Felipe Melo. Gabigol fazia seu 28o gol da temporada, ultrapassando seu antigo recorde, quando tinha feito 27 gols em 2018, ainda com a camisa do Santos. Faltava três meses ainda para colocar o recorde o mais alto possível, no Rio, no Brasil, em Lima.
Para mim goleada é vitória por 3 gols de diferença com ao menos 4 gols marcados. Porém, do jeito que foi, contra o adversário que foi, essa vitória contra Palmeiras foi quase uma goleada. Foi a confirmação do trio de ouro no ataque, a confirmação do Flamengo como líder, como favorito ao título. E Fla confirmou isso, semana após semana, jogo eterno após jogo eterno.








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