Jogos eternos #195: Flamengo 3×0 Ponte Preta 1999

Finalmente, Flamengo volta em campo hoje, na Copa do Brasil. Na ida, derrotou Bahia 1×0 na Fonte Nova e está em boa posição para se classificar nas semifinais. Para o jogo eterno do dia, podia escolher a Copa do Brasil de 1990 ou 2000, quando Flamengo se classificou em cima do Bahia depois de jogo de ida na Fonte Nova. Mas finalmente vou de outro jogo de Copa do Brasil, quando venceu 1×0 na ida no campo do adversário, a Ponte Preta em 1999.

Flamengo estreou na Copa do Brasil de 1999 com um 3×3 no campo do Botafogo de João Pessoa, na Paraíba, um jogo eterno no Francêsguista. Se classificou com vitória no Maracanã e na fase seguinte, derrotou na ida a Ponte Preta, Leandro Machado fazendo o único gol da partida. Para o jogo de volta, no 7 de abril de 1999, o técnico Carlinhos escalou Flamengo assim: Clemer; Pimentel, Luís Alberto, Fabão, Marco Antônio; Jorginho, Vagner, Beto, Rodrigo Mendes; Leandro Machado, Romário.

Não aconteceu muitas coisas no primeiro tempo, vamos então diretamente para o início do segundo tempo, quando um chute de Vagner foi desviado para escanteio. Detalhe, antes do escanteio, o narrador Luiz Carlos Júnior falou isso: “O Caio gosta de treinar no gol porque ele acha que se um dia o Carlinhos já tiver feito todas as substituições, ele pode jogar no gol”. Aconteceu exatamente isso na mesma temporada de 1999, alguns meses depois, num jogo contra Gama que ainda devo eternizar aqui. Voltando ao escanteio contra a Ponte Preta, Beto cobrou, o goleiro Alexandre falhou, Luiz Alberto cabeceou e Leandro Machado esticou a perna para fazer seu terceiro gol da competição.

No meio do segundo tempo, outro escanteio do Flamengo, agora da esquerda. De novo Beto cobrou, bola chegou até a segunda trave, Romário dominou de peito e, numa velocidade impressionante, esticou a perna antes da chegada do goleiro para fazer o segundo gol do Flamengo, quase assegurando a classificação. A rapidez do raciocínio na grande área era uma coisa de poucos, muito poucos, quase só de Romário. E na sequência do segundo gol, veio o terceiro, apenas 90 segundos depois. E, como já aconteceu várias vezes antes, como acontecerá depois, a razão dessa crônica tem apenas um nome, Romário, e um momento de glória, um golaço.

Jogada começou nos pés de Caio, que abriu na direita para Romário. Já no domínio da bola, o Baixinho eliminou um adversário. Como o artilheiro que era, voltou em direção ao gol, fixou um zagueiro, o outro já driblado voltou para dar apoio. “Tá querendo mais o Baixinho” falou Luiz Carlos Júnior. E Romário fez música com as pernas, com o pé direito deixou a bola no pé direito e imediatamente fez o passe para Caio, que também ajudou na beleza da pintura. Caio entendeu a movimentação do Romário, dominou de sola e fez o passe de calcanhar para devolver ao Baixinho, ao gênio Romário. Uma finta de chute para deixar o goleiro no chão e ao mesmo tempo o chute leve, o toquinho de cobertura para fazer o golaço, mais um dele com o Manto Sagrado. “Uma conclusão de gênio, de quem sabe tudo na grande área”, um golaço que não me canso, nunca, de ver e rever, para admirar ainda mais a genialidade de Romário.

Romário fazia duas coisas diferentes na mesma jogada, no mesmo toque, quando o jogador comum mal consegue fazer apenas uma. O Baixinho fazia a magia em campo e a alegria na geral, que não sabia que vivia seus últimos momentos. A torcida rubro-negra ainda perdeu seu ídolo antes do final da temporada, mas nunca esqueceu das jogadas geniais e dos golaços do Romário.

2 respostas para “Jogos eternos #195: Flamengo 3×0 Ponte Preta 1999”.

  1. Avatar de Times históricos #29: Flamengo 1999 – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo

    […] 2×0 contra Bangu, outro jogo eternizado aqui. Romário fez magia na Copa do Brasil com um golaço na Ponte Preta e brilhou demais no campeonato carioca. Na Taça Guanabara, fez 10 gols em 8 jogos, incluindo […]

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  2. Avatar de Jogos eternos #247: Corinthians 0x3 Flamengo 1999 – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo

    […] Sagrado, alguns já eternizados aqui, contra Gama, Coritiba e o Atlético Mineiro em 1998 ou a Ponte Preta em 1999, o “gol elástico no Amaral” é meu gol favorito do Baixinho no […]

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”