Jogos eternos #198: Flamengo 3×0 Peñarol 1999

Flamengo volta hoje na mais bela de todas, a Copa Libertadores. O adversário é um dos mais gigantes da América do Sul, o Peñarol. Escrevi há pouco sobre o jogo de volta na Copa Mercosul de 1999, contra Peñarol, que acabou com pancada e derrota do Flamengo, mas classificação do Flamengo, que tinha feito a diferença na ida. Vamos então para hoje no jogo de ida.

Na Copa Mercosul de 1999, Romário brilhou na primeira fase, 2 gols contra Olimpia, um gol no 4×0 sobre Colo-Colo e mais 4 na goleada 7×0 contra o Universidad de Chile, um jogo eterno no Francêsguista. Ainda fez um contra Independiente, nas quartas de final. Romário brilhou em campo e brigou com a diretoria fora. Fez festa no Rio Grande do Sul e acabou dispensado do clube, depois de 240 partidas e 204 gols com o Manto Sagrado. Merecia um final mais feliz, merecia jogar uma grande final com Flamengo.

Flamengo andava desfalcado de seu maior jogador, mas tinha uma semifinal continental a jogar. Em 2024, tem que buscar a classificação mesmo sem o artilheiro do ano, Pedro. É o momento em que a camisa pesa mais que qualquer outra coisa. No 25 de novembro de 1999, o eterno Carlinhos escalou Flamengo assim: Clemer; Maurinho, Célio Silva, Juan, Athirson; Leandro Ávila, Marcelo Rosa, Fábio Baiano, Iranildo; Reinaldo, Leandro Machado. A torcida parecia sentir a saída de Romário e apenas 6.709 pagantes foram ao Maracanã.

No início do jogo, o goleiro Clemer falhou, mais uma vez, e Pacheco quase abriu o placar, mas seu chute apenas flirtou com a trave. Flamengo reagiu, Iranildo chutou um pouco em cima do travessão, o juiz não marcou pênalti, o goleiro uruguaio defendeu um voleio de Leandro Machado. Bandeirinha marcou impedimento inexistente depois de dois bons dribles de Iranildo, Rodrigo Mendes chutou para fora. Flamengo estava perto do gol e a coisa piorou para o Peñarol. Marcelo de Souza fez duas entradas criminosas e foi expulso na metade do primeiro tempo.

Cinco minutos depois, o juiz marcou pênalti em favor do Flamengo. Leandro Machado, um centroavante bem diferente de Romário mas de qualidade também, provocou a falta e fez o pênalti, batendo firme no canto do goleiro Claudio Flores. No final do primeiro tempo, o lateral-esquerdo Athirson cruzou, Leandro Machado desviou de cabeça para a segunda trave e o chute cruzado, preciso e potente do lateral-direito Maurinho. Flamengo fazia mais um para a alegria do pequeno publico do Maracanã, órfã de Romário, mas não da comemoração de um gol do Flamengo.

No segundo tempo, Flamengo continuou a dominar, mas Flores impediu duas vezes o doblete de Leandro Machado. Sem Romário, outro xodó da torcida entrou em campo, Caio, que quase fez o golaço. Caio passou para Fábio Baiano, que dominou e fez o passe de cobertura, para completar tabelinha alta na grande área. De primeira, Caio tentou o chute em cima do goleiro, mas Claudio Flores defendeu mais uma vez.

Caio não foi o artilheiro, foi o garçom, para outro jogador que saiu do banco, que seria o grande herói do título um mês depois contra Palmeiras, Lê. Caio achou no meio da defesa Lê, que abriu o pé para fazer o terceiro gol do jogo. Flamengo ainda teve chances de fazer o quarto gol, sem fazer. A vantagem já era boa, suficiente para chegar, mesmo com derrota, na final. E no final, Flamengo, mesmo sem seu maior artilheiro, foi o grande campeão.

Uma resposta para “Jogos eternos #198: Flamengo 3×0 Peñarol 1999”.

  1. Avatar de Times históricos #29: Flamengo 1999 – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo

    […] brilhou na Copa Mercosul, com apenas jogos eternos no Francêsguista. Na semifinal, uma vitória 3×0 sobre Peñarol no Maracanã na ida, e na volta, uma derrota, uma briga, mas uma classificação e uma vingança possível contra […]

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”