Jogos eternos #207: Flamengo 2×0 Fluminense 2023

Eu volto ao Brasil amanhã e minha expectativa, meu sonho, é de assistir ao Fla-Flu no Maracanã. O Fla-Flu sempre é e sempre será um sonho. Meu primeiro jogo no Maracanã foi um Fla-Flu, com vitória 1×0 do Flamengo na Copa Sudamericana 2017. Uma semana depois, assistia a um Fla-Flu eterno, o 3×3 que classificava Flamengo. Em 2022, quando passei a morar um ano no RJ, minha volta na Norte foi um Fla-Flu. E o jogo de despedida da Norte, também foi um Fla-Flu, um decepcionante 0x0 no Brasileirão.

Durante minha temporada ao Brasil, eu assisti no Maracanã ao título da Copa do Brasil de 2022 e tinha o sonho de ser campeão carioca, nacional e continental no Maracanã. Em 2023, Flamengo perdeu a Recopa Sudamericana nos pênaltis e um mês depois, perdeu a final do campeonato carioca contra Fluminense, abrindo 2×0 na ida, levando goleada 4×1 na volta, uma vergonha. Eu vivi frustrações no Maracanã, mas alegrias também, como a goleada de virada contra Maringá, jogo que assisti com meu amigo da Fla Paris, Waldez. Flamengo se classificava nas oitavas de final, o destino era Fluminense, o destino era Fla-Flu.

O Fla-Flu me oferecia a possibilidade de ver um jogo a mais no Maracanã. O jogo de ida foi decepcionante, com um empate sem gol. A temporada de 2023 foi tão frustrante que eu já quase esperava uma eliminação. Mas já sabia que eu ia voltar na França daqui dois meses e queria ainda sonhar, com a Copa do Brasil, com o Flamengo, com o Fla-Flu. No 1o de junho de 2023, Jorge Sampaoli escalou Flamengo assim: Matheus Cunha; Fabrício Bruno, David Luiz, Léo Pereira; Wesley, Thiago Maia, Erick Pulgar, Gerson, Ayrton Lucas; Arrascaeta, Gabigol.

No Maracanã, Fluminense foi o primeiro a levar perigo, com dois chutes de Cano, sem fazer gol. Ma meia hora de jogo, Gerson lançou a bola com todo mundo na grande área, Fabrício Bruno cabeceou na pequena área, Arrascaeta cabeceou na gaveta. Não lembro bem, mas acho que perdi esse gol ao vivo, ou só vi o final, quando a bola já estava quase na rede. Muitas vezes me encantava na Norte, admirava a Nação e perdia momentos em campo. O mais importante é que a Nação estava feliz, Flamengo estava na frente no Fla-Flu.

No segundo tempo, Fla quase fez o segundo. Ganso errou no passe e Gerson foi no cara-a-cara com o goleiro, mas Fábio defendeu. Na sequência, Éverton Cebolinha chutou na trave, Gabigol chutou de primeira e Fábio ainda fez a defesa. O jogo era equilibrado, podia sair um 1×1 desesperante ou um 2×0 encantador. Num giro sensacional, Éverton Ribeiro quase fez o golaço, mas bola passou um pouco em cima do travessão. No final do jogo, outro quase golaço, num estilo de zagueiro forte e técnico, Fabrício Bruno driblou vários jogadores mas não conseguiu finalizar na grande área.

E nos acréscimos, finalmente o gol, finalmente o livramento, finalmente a classificação. Éverton Ribeiro abriu na direita para Wesley, que cruzou, Éverton Cebolinha chutou mal, mas Gabigol estava na segunda trave para fazer o gol e a alegria da Nação. “Festa na favela” cantava a torcida, eu também, faço parte da Nação que é o pesadelo de muitos. O Fla-Flu era rubro-negro, eu podia voltar na Rocinha com um sorriso e o sonho de mais um título, que finalmente não veio. Arrascaeta e Gabigol foram os artilheiros do Fla-Flu, dois jogadores que decepcionaram em 2024, mas com a chegada de Filipe Luís no banco, com eu de volta ao Rio de Janeiro, ainda quero sonhar com uma recuperação dos dois, com um Fla-Flu feliz, com a Nação gritando no final “É campeão”.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”