Eu não acredito mais ao título do Brasileirão de 2024, mesmo com uma grande arrancada. Mas já teve dias piores, em 2007, Flamengo fechou o primeiro turno do Brasileirão com apenas 4 vitórias e ficou numa vergonhosa penúltima posição. Teve troca de técnico, com a volta de um técnico emblemático do Flamengo, Joel Santana. Flamengo venceu dois jogos consecutivos, mas voltou a perder contra o Palmeiras e ficou na zona de rebaixamento.
Contra um concorrente direto na luta contra o rebaixamento, Flamengo tinha obrigação de vencer em casa. No 23 de agosto de 2007, Joel Santana escalou Flamengo assim: Bruno; Léo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim, Juan; Rômulo, Cristian, Ibson, Roger, Maxi Biancucchi; Souza. O jogo começou equilibrado e com meia hora de jogo, Juan cruzou e no duelo com Maxi, Régis tocou na mão e o juiz marcou pênalti. Souza, que voltava no time titular depois de 4 jogos de suspensão, foi perfeito na cobrança, pegou o goleiro no contrapé, abriu o placar.
No segundo tempo, Flamengo tomou conta do jogo, mas nem Rômulo, nem Ibson, nem o capitão Roger Flores, esse mesmo, conseguiram fazer o gol que deixaria Flamengo mais tranquilo. Juventude voltou a acreditar ao empate e quase chegou com uma bola de primeira de Luciano, mas o goleiro Bruno fez autêntico milagre. No minuto seguinte, Michel Neves tocou no travessão de Bruno. Flamengo estava perto de conhecer mais uma vergonha.
Mas dois minutos depois, Juan, incansável na esquerda, foi perfeito no cruzamento, para a chegada de Obina, que entrou em campo no lugar de Souza. Bola na cabeça de Obina, bola na rede, explosão no Maracanã, mesmo em pequeno número, com 23.772 pagantes. O final do jogo foi só Flamengo, Juan quase fez golaço, deixou dois no chão, mas parou no terceiro. Mas já não tinha mais tempo para quem não era rubro-negro. Nos minutos finais, Ibson abriu na direita para Obina, o artilheiro virou garçom e cruzou para Maxi Biancucchi fazer seu segundo gol com o Manto Sagrado. Jovem de 15 anos na França, eu já era Flamengo na pele e acompanhava do mais perto possível o clube. Sabia que Maxi era primo de Messi e eu estava empolgado, tinha grandes esperanças para ele e o Flamengo, mesmo numa posição tão difícil.
Enfim, Flamengo fazia o terceiro e fez mais um nos acréscimos. Obina, de novo ele, abriu na esquerda, de novo para Maxi. O camisa 10 do Flamengo chutou forte no travessão, bola tocou no chão, voltou para Ibson, que cabeceou, de novo no travessão. Defesa saiu mal, bola voltou mais uma vez para o incansável Juan, que passou entre três zagueiros, antecipou a saída do goleiro e tocou de bico no fundo das redes para o golaço. A torcida estava feliz, voltava a acreditar na permanência no Brasileirão. Ainda não era tempo de sonhar mais, mas Flamengo arrancou, perdeu apenas 4 jogos até o final do Brasileirão, que acabou com show de Ibson, com show do Maraca, com Fla na Liberta.








Deixe um comentário