Jogos eternos #216: Cruzeiro 1×2 Flamengo 1993

Apesar de um otimismo feroz quando se trata do Flamengo, não acredito mais ao título do Brasileirão. Uma decepção, acho que tinha time para ganhar um título que não vem desde 2020. Outra decepção, mesmo com apenas um ano de idade para mim, foi em 1993, um ano histórico no Francêsguista. O Flamengo era o último vencedor do campeonato e ainda tinha o reforço do Casagrande. Mesmo com a despedida de Júnior, tinha grandes jogadores, com boa mistura de juventude e experiência.

Flamengo começou o Brasileirão de 1993, já no segundo semestre, com 2 empates contra Bahia e Bragantino. Terceira rodada era contra o Cruzeiro no Mineirão e no 18 de setembro de 1993, o já técnico Júnior escalou Flamengo assim: Adriano; Jorge Antônio, Júnior Baiano, Rogério, Piá; Fabinho, Marquinhos, Charles Guerreiro, Nélio, Marcelinho Carioca; Casagrande. Do lado do Cruzeiro, tinha um novo Fenômeno em campo, Ronaldo.

E a data era especial para Ronaldo, no 18 de setembro de 1993, celebrava seu 17o aniversário. A data de nascimento oficial é 22 de setembro, mas nasceu no 18 de setembro e a família celebra o aniversario dele nesse dia. Como presente, jogava contra o time do coração, quando começou a vibrar pelo futebol com as jogadas de Zico, nosso Flamengo. Até hoje é difícil para mim de aceitar com acabou essa história entre meu maior ídolo e o clube de meu coração, mais importante de que qualquer coisa.

E o Fenômeno esperou apenas 6 minutos para ganhar o presente, para ele fazer mesmo. No limite do impedimento, num estilo que ia vira uma referência, Ronaldo driblou o goleiro e deixou a bola no fundo das redes. Um golaço, apenas o segundo gol dele num jogo oficial, já tinha brilhado, e muito, nos campos europeus em amistosos. Já no início do jogo, Cruzeiro estava na frente.

Mas esse blog é sobre Flamengo e não sobre Ronaldo. E Flamengo precisou de apenas 4 minutos para empatar, quando Marcelinho, ainda não Carioca, cravou uma falta. Marcelinho já era um exímio batedor de falta, mas na cobrança tinha Júnior Baiano, que se retirou, e Rogério, que soltou a bomba na gaveta. Golaço do Flamengo, 1×1 no placar.

Ainda no primeiro tempo, Ronaldo ficou no cara-a-cara com Adriano, mas com oportunismo, deixou a bola para Macedo, que fez o gol, bem anulado por impedimento. No segundo tempo, Ronaldo quase fez o golaço, deixou a bola entra as pernas de Rogério, se livrou do carrinho de Piá, evitou a volta de Júnior Baiano, quase driblou o goleiro Adriano, que aprendeu rapidamente com o Fenômeno e conseguiu tirar a bola dos pés dele. Bola voltou para Roberto Gaúcho, que chutou no gol, mas Júnior Baiano salvou em cima da linha. Não era a vez do Ronaldo, era a vez do Flamengo.

Flamengo também tinha um jovem craque, Marcelinho. Nos 10 minutos finais do jogo, ainda na parte de seu campo, Marcelinho fez o longo lançamento para Magno, que tinha entrado em campo apenas 3 minutos antes. Magno ganhou do zagueiro e fez o passe atrás para a chegada de Marcelinho, em velocidade e em controle para abrir o pé, fazer o gol da virada, da vitória. No Mineirão, o Rei era Flamengo, o Fenômeno era Marcelinho Carioca.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”