Jogos eternos #222: Flamengo 2×1 Internacional 2008

Flamengo e o Internacional fizeram uma boa campanha no Brasileirão de 2024, mas sem o título no final. Flamengo já está fora matematicamente quando o Inter tem menos de 1% de chance de ser campeão. Já são 4 anos sem Brasileirão para o Flamengo, 45 anos para o Internacional. Em 2008, Flamengo e Internacional também fizeram bela campanha, também sem título.

O confronto entre o Flamengo e o Internacional no Maracanã aconteceu bem no início do Brasileirão de 2008, na terceira rodada. Flamengo estreou com vitória contra Santos e depois empatou contra o Grêmio. No 24 de maio de 2008, o técnico Caio Júnior, que nos deixou na queda do voo da Chapecoense em 2016, escalou Flamengo assim: Bruno; Léo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim, Juan; Jaílton, Cristian, Toró, Marcinho; Diego Tardelli, Souza. Do lado do Internacional, foi o último jogo no time colorado do saudoso Fernandão, que também morreu num acidente aéreo, em 2014.

E foi justamente Fernandão o primeiro a levar perigo no Maracanã, bem no seu estilo, tentou uma bicicleta, que passou perto do gol de Bruno. Pouco depois, de novo Fernandão, de novo no seu estilo, pulou alto e cabeceou, mas Bruno defendeu. Flamengo reagiu, com um futebol envolvente e ofensivo, ajuda dos laterais e perigo na zaga colorada, que conseguiu impedir o gol. Adorava o Flamengo de 2008, um time histórico no Francêsguista, e apesar da eliminação traumática da Copa Libertadores, achava que podia conquistar o Brasileirão.

Com 33 minutos no primeiro tempo, Nilmar aproveitou da lentidão de Fábio Luciano e venceu Bruno para colocar o Internacional em vantagem no placar. Ainda no primeiro tempo, Diego Tardelli fez gol de bicicleta, mas o juiz apitou impedimento. No intervalo, o Internacional vencia de um gol.

No início do segundo tempo, Toró, como último zagueiro, fez grande desarme para impedir o lançamento em direção de Nilmar. Toró, ainda com a bola nos pés, acelerou e passou entre dois adversários, forçando a falta. Na cobrança, Juan, na cabeçada, Fábio Luciano, na defesa, Renan, no rebote, Marcinho, no placar, 1×1, no Maraca, alegria. Adorava o Marcinho, com seu futebol de ginga, de dribles e fintas. De gols também, em 2008 fez 17 gols em 38 jogos, ótimos números para um jogador que não era centroavante.

E a torcida inflamou o Maraca, inflamou o time. Também adorava o Flamengo de 2008 por causa do Maracanã, raiz e feliz. Cinco minutos depois do gol do empate, o gol da virada. Toró ganhou mais uma bola e jogou na frente. Diego Tardelli foi no cara a cara com o goleiro, Renan levou o drible e fez falta. Pênalti claro, mas com inteligência ou atraso, o juiz não apitou, Souza chegou e fez o gol fácil. Explosão no Maraca e abraço para Obina, esse time tinha ídolos até no banco.

O Maraca ficou tão maravilhoso, a torcida tão calorosa que o narrador parou de falar para deixar a Nação cantar sua felicidade. No final do jogo, Nilmar driblou o Bruno e tocou no gol vazio, mas Léo Moura chegou, se jogou no chão e impediu o gol na linha. No finalzinho, Bruno fez a última defesa, também é o jogo dos ídolos esquecidos. Flamengo virou, Flamengo ganhou, Flamengo continuou a jogar bem, a vencer, chegou a abrir 5 pontos de vantagem na liderança, a sonhar do hexa em 2008.

Mas ainda durante o primeiro turno, perdeu os dois artilheiros do dia, Marcinho para o Catar, Souza para o Pana, Renato Augusto também foi na Europa. Ainda sem maturidade emocional quando se tratava do Flamengo, passei a odiar esses jogadores, ainda mais quando Flamengo entrou em crise, perdeu a liderança, perdeu até a classificação na Liberta. No final, ficou no quinto lugar, uma posição acima do Internacional. Para os dois times, dias melhores estavam por vir.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”