Hoje Flamengo fecha o Brasileirão de 2024 em casa contra Vitória. É a despedida de um ídolo do Flamengo, que conquistou muitas vitórias, levou muitos troféus, fez muitos gols. Gabigol foi ainda além disso, conquistou a Nação e o amor das crianças, deixou brilho no olho do torcedor, fez rir e fez chorar, fez muito mais ainda. Para mim, ao lado de Zico claro, Leandro obvio, Júnior e acho Adriano, Gabigol está no top 5 dos ídolos do Flamengo. E para quem duvida, respondo apenas com um número: 2. O cara decidiu duas finais de Libertadores.
A primeira, o Milagre de Lima em 2019, já está eternizada no Francêsguista. Vamos então para a segunda, em 2022, um ano depois de perder outra final da Liberta, contra Palmeiras, já, de novo, com gol de Gabigol. O adversário na final de 2022 é brasileiro, o Athletico Paranaense, com quem Flamengo já cruzou o caminho várias vezes na Copa do Brasil. Deu Flamengo, com título, em 2013, deu Athletico em 2019, Flamengo em 2020, Athletico em 2021, Flamengo em 2022, ainda daria Flamengo em 2023. Pelo retrospecto, pelos times, pelo momento, Flamengo ainda era invicto na Libertadores com 11 vitórias e um empate, o Flamengo era o favorito. Mas era uma final e tudo podia acontecer.
No 29 de outubro de 2022, o técnico Dorival Júnior escalou Flamengo assim: Santos; Rodinei, David Luiz, Léo Pereira, Filipe Luís; Thiago Maia, João Gomes, Arrascaeta; Éverton Ribeiro, Gabigol, Pedro. A final aconteceu no Monumental de Guayaquil, para mim longe do charme dos últimos estádios das finais do Flamengo, o Monumental de Lima e o Centenario de Montevidéu. O que não deixava de ser idêntico era o estresse antes do jogo, a ansiedade da final e de todos os roteiros possíveis.
E jogo começou mal para o Flamengo, Vitinho levou perigo ao gol de Santos e pior, Filipe Luís se machucou, com apenas 20 minutos de jogo. Entrou no seu lugar Ayrton Lucas, que forçou no final do primeiro tempo a expulsão de Pedro Henrique. Apesar da bela tarde de sol em Guayaquil, jogo ficou morno em campo, e o cartão vermelho foi comemorado como um verdadeiro gol na minha Rocinha onde assistia ao jogo, em Guayaquil e no Rio, no Brasil inteiro e no mundo, além da camisa da Roça Fla, eu tinha a bandeira da Fla Paris e pensava aos amigos em Paris.
Depois da alegria do cartão vermelho, a alegria do gol. Jogada começou nos pés de Rodinei, que se tinha eternizado no Flamengo 10 dias antes, quando fez o último pênalti contra o Corinthians para oferecer ao Fla o tetra da Copa do Brasil. Rodinei fez o passe para Éverton Ribeiro, um dos maiores craques dessa geração do Flamengo. Na frente de um garoto do Ninho, Hugo Moura, Éverton Ribeiro fez a finta, quase perdeu a bola, recuou, ainda com bola nos pés. Éverton Ribeiro girou, contra-girou e tabelou com o Rodilindo. Éverton Ribeiro cruzou lindo, na segunda trave o Gabigol chegou. Era a hora do artilheiro, do matador, do Rei da Liberta. Gabigol esticou a perna esquerda e já era. Gol do Flamengo, gol de Gabigol, explosão em Guayaquil e em cada lugar do mundo onde tinha ao menos um rubro-negro.
Por isso Gabigol está no meu top 5 dos ídolos do Flamengo. Fazia mais um gol numa final de Libertadores, a terceira final. Igualava Zico com 4 gols em 3 finais no Flamengo, ultrapassava Pelé e seus 3 gols nas finais, igualava Luizão e seus 29 gols na Copa Libertadores para se tornar o maior artilheiro brasileiro da competição. Fazia seu 12o gol em 13 finais no Flamengo. Repito, só com isso, não só mas tudo isso, Gabigol faz parte dos maiores ídolos rubro-negros.
O segundo tempo também foi morno, Gabigol quase fez o segundo, mas parou no Bento. De pivô, Pedro chutou para fora. O Athletico Paranaense mostrava pouco poder de reação e não parecia ameaçar o título do Flamengo. A ansiedade se tornava mais leve, até o apito final do juiz, que sentenciou o Tri rubro-negro. Flamengo era o campeão da Liberta, Pedro era o Rei da América, mas quem decidiu a final foi mais uma vez Gabigol, um dos maiores ídolos da gigantesca história do Flamengo.








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