A temporada de 2024 acabou e com ela, a trajetória de Gabigol no Flamengo. Assim são os números finais: 308 jogos, 161 gols, 13 títulos, 16 gols em 17 finais. Números absurdos, que talvez irão aumentar no futuro, Gabigol já falou que sonha em voltar no Flamengo. Antes disso, tinha tantos jogos para eternizar, tantas finais, tantos gols, tantas vezes Flamengo campeão. No momento, prefiro voltar aos primeiros amores, no início de 2019.
Gabigol chegou ao Flamengo em 2019 como grande nome das contratações, artilheiro do Brasileirão e da Copa do Brasil em 2018 com Santos. Porém, o Manto Sagrado pesa para qualquer jogador e Gabigol passou em branco nos seus 5 primeiros jogos no Flamengo. Abriu as contas contra o Americano e continuou sendo decisivo nos jogos seguintes: 2 gols e 1 assistência contra a Portuguesa, também fez o único gol da partida na estreia da Libertadores, contra San José na Bolívia. Gabigol era diferente.
E a primeira noite de gala de Gabigol no Maracanã chegou dez dias depois, de novo na Copa Libertadores. Gabigol já tinha feito gol no Maraca, mas o estádio respira diferentemente quando Flamengo joga na Liberta. No 13 de março de 2019, para o jogo contra a LDU Quito, o técnico Abel Braga escalou Flamengo assim: Diego Alves; Pará, Rodrigo Caio, Léo Duarte, Renê; Willian Arão, Cuellar, Diego; Éverton Ribeiro, Bruno Henrique, Gabigol.
E Flamengo, ainda com a camisa de 2018, precisou de apenas 9 minutos para inflamar o Maracanã, pronto a explodir, para iniciar de verdade a campanha de Libertadores de 2019, que se fechará com o Milagre de Lima. No Maraca cheio, com 58.034 torcedores, Renê abriu para Diego, para Éverton Ribeiro, que teve tempo para ajustar o goleiro, para abrir o placar, para lançar a festa no Maracanã. Pouco depois, numa cobrança de falta de Éverton Ribeiro, Bruno Henrique quase fez o golaço, girando para cabecear, mas o goleiro fez a defesa.
Em seguida, Willian Arão cabeceou para fora. Outra bola alta, outro cabeceio de Bruno Henrique, para Gabigol, que hesitou entre usar a cabeça ou o pé esquerdo, e a bola passou longe do gol. Ainda não era a hora do gol de Gabigol. Aos 25 minutos, Diego tentou o voleio, de nova para fora. Três minutos depois, Gabigol foi no cara-a-cara com o goleiro Gabbarini, que defendeu bem, a zaga da LDU chegou para afastar o perigo. Flamengo botava uma pressão absurda no gol equatoriano, mas faltava o gol para respirar mais tranquilamente.
E no final do primeiro tempo, Diego fez a falta boba na grande área, o juiz não hesitou e marcou pênalti. Um susto no Maraca, uma falta de ar. Jefferson Intriago partiu para a cobrança, Diego Alves partiu do lado certo e justificou a fama de pegador de pênaltis, fazendo mais uma defesa, a quarta em 9 pênaltis concedidos com o Manto Sagrado. O Maracanã explodiu, era noite de gala.
No segundo tempo, Willian Arão e Léo Duarte quase fizeram, mas não fizeram, o placar seguia 1×0 para o Flamengo. No meio do segundo tempo, finalmente chegou o alívio no Maraca, chegou a hora do artilheiro. Bola longa, precisa e preciosa de Éverton Ribeiro para Bruno Henrique, de pivô para Gabigol, de primeira para o fundo do gol. O Maraca vibrava, respirava Liberta, vivia Flamengo. Gabigol partiu para a arquibancada com a comemoração já icônica do Braços de Deus. Depois, Gabigol partiu para o abraço com Bruno Henrique, ainda sem a comemoração também icônica da fusão. Ainda tinha muito a viver com o Flamengo.
No final do jogo, Uribe, na sua primeira bola depois de entrar em campo, fez o gol do 3×0, e no finalzinho, Cristiano Borja, que passou no Flamengo em 2010 sem deixar saudades, fez o gol de honra para os equatorianos, de pênalti.
No final, uma vitória tranquila e uma primeira noite calorosa no Maraca na Liberta de 2019. Era o início de uma campanha memorável, era o início de uma história de amor entre Gabigol e a Nação, era o início de muitas coisas, de muitos sonhos, de muitos títulos. Obrigado, nosso eterno Gabigol.








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