Jogos eternos #227: Flamengo 3×2 Sport 1998

A temporada de 2024 acabou e se fechou com a despedida do Adriano Imperador no Maracanã. Merecia mais público, afastado por causa do preço absurdo do ingresso. Mas a festa foi linda, com homenagem ao pai do Didico, promessa da vovó que o Adriano conseguiu: um gol com cada time, de cabeça com o time italiano, e como devia acabar, gol com o Manto Sagrado, para a alegria do Maracanã, que além do Didico, viu de novo os ídolos do passado. Entre outros, Romário voltou a jogar com a camisa do Flamengo depois de 25 anos e claro, também cumpriu sua promessa e deixou o gol dele.

Também, escrevi há pouco sobre um jogo eterno contra Santos, que vai voltar a jogar o Brasileirão em 2025 depois de um ano na Série B. Outro promovido, o Sport, então para misturar o passado e o futuro, vou hoje de um jogo contra Sport, com mais uma vez Romário como personagem principal.

No Brasileirão de 1998, Flamengo começou muito mal, com apenas 3 vitórias nos 15 primeiros jogos. Em seguida, teve que arrancar, com 4 vitórias consecutivas, 3 jogos já eternos no Francêsguista: contra o Atlético Mineiro, Corinthians e Vitória. Vamos hoje para o segundo jogo da sequência, em casa contra Sport.

No 7 de outubro de 1998, o técnico e ídolo Evaristo de Macedo escalou Flamengo assim: Clemer; Eduardo, Ricardo Rocha, Juan, Wagner Alves; Marcos Assunção, Jorginho, Rodrigo Fabri, Iranildo; Caio, Romário. A zaga misturava experiência e juventude, classe e raça, mas claro, o personagem do jogo foi Romário. Com 5 minutos de jogo, na pressão do Baixinho, Jefferson recuou para o goleiro, que pegou a bola com a mão, provocando o tiro indireto. Marcos Assunção deixou para Rodrigo Fabri bater com força, no fundo do gol, colocando já Flamengo na frente.

Pouco depois, Romário quase fez uma linda assistência de trivela, mas Iranildo chutou para fora. Aos 21 minutos de jogo, outro chute com força, fora da área, agora do Sport. Robson achou a gaveta de Clemer e empatou no Maracanã. Já no segundo tempo, Eduardo cruzou para Iranildo, que chegou na bola antes de Rogério e cravou o pênalti. Com a tranquilidade do artilheiro e a habilidade do craque, Romário bateu no contrapé do goleiro e botou Fla de novo na frente no placar.

Um minuto depois, Iranildo foi implicado num outro pênalti, agora contra o Flamengo, talvez o juiz achou que foi enganado no lance anterior, marcação parecia severa. Lima partiu com força, de novo no contrapé, de novo igualidade no Maracanã. Precisava de um craque para decidir o jogo. Romário seguiu uma bola defendida pelo goleiro Bosco, sem fazer o gol. Depois, jogou a bola entre as pernas de Leomar, lance seguiu até os pés de Caio, que chutou em cima do travessão. Logo depois, Caio, de pivô, achou Marcos Assunção, que chutou cruzado, mas a bola apenas flirtou com a trave. Ainda 2×2 no placar e o Baixinho mostrava impaciência em campo.

E finalmente chegou a hora do artilheiro, do craque, do ídolo. Faltando 15 minutos para o final do jogo, Iranildo abriu na esquerda para Romário. Já no domínio, o Baixinho eliminou o zagueiro e foi no cara-a-cara com o goleiro. O final, todo mundo já sabia, Romário justificou a fama de ser o melhor do mundo nesse aspecto, não só, do jogo, e fez seu décimo gol no campeonato. Romário, que já vinha de dois dobletes contra Vélez na Copa Mercosul e o Atlético Mineiro no Brasileirão, deu mais uma vez a vitória ao Flamengo, a alegria ao torcedor e confirmou que Romário no Maraca com o Manto Sagrado era, quase sempre, sinônimo de gol.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”