O ano de 2024 acaba e o grande nome da temporada foi Botafogo, campeão brasileiro e sul-americano. Foi até comparado ao Flamengo de 2019. Que os cegos do clubismo me perdoam mas com algumas razões. O quarteto ofensivo do Botafogo empolgou e o time repetiu um feito que foi alcançado apenas pelo Santos de Pelé e o Flamengo de 2019, conquistando no mesmo ano o Brasileirão e a Copa Libertadores. Porém, num mano a mano entre os jogadores dos dois times, Flamengo ganharia no mínimo 8×3, e não seria um exagero um 11×0, até 12×0 com Jorge Jesus. Sem clubismo, o Flamengo de 2019 jogou mais e vamos para mais um jogo dessa temporada histórica, contra o próprio Botafogo.
Nos seus 5 primeiros jogos no comando do time, Jorge Jesus teve um retrospecto apenas razoável, até surpreendente considerandos os números finais, com 1 vitória, 3 empates e 1 derrota. A vitória foi uma goleada 6×1 sobre Goiás, um jogo eterno no Francêsguista, mas faltava ainda coisas para marcar a história, faltava uma vitória marcante num clássico para marcar as consciências. Para o Clássico da Rivalidade contra Botafogo, no 28 de julho de 2019, Jorge Jesus escalou Flamengo assim: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Trauco; Willian Arão, Cuéllar, Gerson; Bruno Henrique, Lincoln, Gabigol. Flamengo andava com alguns desfalques no setor ofensivo, como Diego, Éverton Ribeiro, Arrascaeta e Vitinho, mas ainda era um timaço.
E teve mais um desfalque nos 15 primeiros minutos do jogo, com a saída por lesão de Rodrigo Caio, dando espaço para Thuler. No escanteio que prosseguiu o lance, Jonathan Silva cobrou com efeito, Cícero apenas desviou, suficiente para fazer o gol e abrir o placar em favor do Botafogo. Faltando 10 minutos para o final do primeiro tempo, Rafinha acelerou e abriu na direita para Gerson. O ainda não Vapo fixou Jonathan Silva, invadiu a grande área, abriu ângulo e chutou forte, firme, na rede. Gerson fazia seu primeiro gol no Manto Sagrado e agora sim, fazia uma comemoração inédita mas em breve icônica, o Vapo, uma “execução” com os braços, comemoração pedida por um amigo quando ainda jogava na Itália. Para seu terceiro jogo no clube, a história entre Gerson e Flamengo começava certinha.
No início do segundo tempo, Gabigol fez o passe de calcanhar na direita para Rafinha, que fez o drible de vaca sobre Jonathan e cruzou. Joel Carli saiu mal, Gabigol pegou de primeira e fez o gol da virada, o golaço, a comemoração já icônica, o chororô. Uma comemoração que começou em 2008 com Souza, continuou com Léo Moura e Obina, depois Hernane em 2013 e Vinícius Júnior em 2018. E agora Gabigol na frente do banco do Botafogo, que chorou no primeiro tempo para a expulsão de Cuéllar. Flamengo passava na frente no placar e Rafinha, no seu quarto jogo com o Manto Sagrado, já brilhava, começava uma história inacabada com o Mengo. E nas arquibancadas, vibrava a nova contratação do clube, Filipe Luís, que de torcedor a jogador, continuava com o Flamengo uma história de amor que nunca acabaria.
Flamengo ficou pouco tempo na frente, Diego Souza fez valer a lei do ex e chutou com força uma falta para o gol do empate, o golaço do Botafogo. E o empate no placar ficou ainda menos tempo. Faltando 15 minutos para o final do jogo, mais uma vez a jogada saiu dos pés de Rafinha, que com uma finta derrubou João Paulo da jogada. Rafinha fez o passe para Gabigol, que dominou e completou a tabelinha no timing certo. Na grande área, Rafinha dominou e continuou com passe no espaço certo, sem possibilidade para a defesa ou o goleiro de intervir. Na segunda trave, Bruno Henrique só teve a empurrar nas redes para fazer seu 7o gol em 9 clássicos com o Manto Sagrado. E mais, o gol da vitória saía de uma jogada coletiva, onde o Flamengo todo era superior ao adversário. Era o início de um time inesquecível, não teria outros times para fazer a comparação. Os outros que serão comparados ao Flamengo de 2019.








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