Jogos eternos #242: Flamengo 5×1 Volta Redonda 1981

Os titulares estreiam hoje contra Volta Redonda, o que marca realmente o início da temporada, com esperança de títulos, sonhos e glória, ainda mais com o Mundial de clubes no meio do ano. Volto então para o maior ano da história do clube, em 1981, como já fiz no início do ano, lembrando o jogo contra São Paulo, que começou a temporada de 1981. Só que agora vou no final do ano, com um jogo contra Volta Redonda.

No campeonato carioca de 1981, Flamengo venceu o primeiro turno, Vasco o segundo. Para o terceiro turno, Flamengo atropelava todo mundo: 4×0 contra Olaria e America, 6×0 contra Botafogo e 6×1 contra Americano, ainda não jogos eternos no Frâncesguista, 3×1 contra Fluminense, este sim um jogo eterno no blog. Na última rodada, Flamengo precisava de uma vitória sobre Volta Redonda para conquistar o turno e ganhar uma vantagem importantíssima para a final contra Vasco. Em caso de conquista do terceiro turno, por ter também a melhor campanha, Flamengo só precisava de um empate para ser campeão. Em caso de duas derrotas nas finais, ainda teria um terceiro jogo para ter a oportunidade de conquistar o tricampeonato. Assim, no 26 de novembro de 1981, o técnico Paulo César Carpegiani optou por força máxima, escalando Flamengo assim: Raul; Leandro, Marinho, Mozer, Júnior; Andrade, Adílio, Zico; Tita, Lico, Nunes.

No Raulino de Oliveira, o clima era de festa para os torcedores rubro-negros, recebendo os campeões da América. Três dias antes do jogo, no Centenário, Flamengo vencia Cobreloa e conquistava a primeira Copa Libertadores de sua história. Mas era só o começo da história, Flamengo queria mais, queria tudo. Contra Volta Redonda, já no início do jogo, Flamengo abriu o placar, com Zico fazendo passe para Tita, que chute cruzado, no fundo das redes. Flamengo era rápido demais, logo depois, de novo a dupla Tita – Zico, o Galinho cruzou na direita para a segunda trave, onde tinha o artilheiro Nunes, que cabeceou e não perdoou o goleiro. Ainda no primeiro tempo, ainda na direita, agora com a dupla Lico – Leandro e o overlapping que gostava tanto o antigo técnico Cláudio Coutinho, idealizador desse Flamengo vencedor. Leandro cruzou, Adílio fez o terceiro gol com uma jogada típico do Flamengo, movimentação, precisão, finalização.

Agora no segundo tempo, Nunes ultrapassou a função e foi na esquerda para cruzar. A defesa bateu, nos pés de Lico, que chuto forte. O goleiro defendeu de forma parcial, Zico rebateu e fez o quarto gol do jogo, o 160o da temporada em 74 jogos, números absurdos para um time ainda mais absurdo. E para fechar, ainda na esquerda, ainda um overlapping, Nunes para Lico, o passe atrás para Adílio, que dominou, chutou e fez o gol. Uma goleada para Flamengo, que conquistava assim a Taça Sylvio Corrêa Pacheco, nome de antigo presidente da CBD. Flamengo ganhava a possibilidade de perder os dois primeiros jogos da final sem perder o campeonato, o que se tornará necessário, já que começou a decisão muito abalado e perdeu os dois primeiros jogos. Um dia depois da goleada contra Volta Redonda, num acidente de pesca submarina, morria aos 42 anos o técnico Cláudio Coutinho, que fez tanto pelo Flamengo de 1978-1983 e infelizmente não viu o clube chegar ao ápice da glória.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”