Flamengo joga hoje contra o Fluminense, para seu primeiro clássico do campeonato carioca de 2025. Em 2004, Flamengo também começou os clássicos do campeonato carioca com o Fla-Flu, depois de vitória sobre Cabofriense e empate contra Friburguense. No 1o de fevereiro de 2004, o técnico Abel Braga escalou Flamengo assim: Júlio César; Rafael, Júnior Baiano, Fabiano Eller, Roger Guerreiro; Da Silva, Fábio Baiano, Ibson, Felipe; Jean, Rafael Gaúcho. Do lado do Fluminense, um jogador que brilhou muito nos Fla-Flus com o Manto Sagrado, um craque que tinha completado 38 anos 3 dias antes, Romário. O amigo e rival Edmundo, que também assinou no Fluminense em 2004, se machucou no jogo anterior e ficou fora do Fla-Flu.
No Maracanã, jogo começou animado, com Flu mais no ataque, mas nada de gol. Flamengo tinha seu camisa 10, craque e gênio, Felipe, que quase abriu o placar com um chute, que apenas flirtou com a trave. Logo depois, outro chute de fora da área de Felipe, esta vez o goleiro Kléber fez a defesa. Fluminense reagiu, o futuro rubro-negro Léo Moura invadiu a área e chutou, mas Júlio César defendeu. De falta, Rafael Gaúcho ameaçou o gol tricolor, mas Kléber chegou na bola. Era no momento uma partida de goleiros.
E Felipe começou a tomar conta do jogo, driblou com classe e categoria Júnior César e cruzou de três dedos, Antônio Carlos mandou a bola para escanteio. No minuto seguinte, mais um drible fácil e desconcertante, agora sobre Marcão, Felipe puxou na frente e abriu na direita para o cruzamento de Rafael. Mais um escanteio para Flamengo, que deu quase um gol de calcanhar de Rafael Gaúcho. Fluminense reagiu na sequência, Ramón cruzou, Júlio César saiu bem do gol, chegou na bola e fez o lançamento rápido. Já no campo do Flu, Jean fez o domínio de classe e puxou o contra-ataque, abrindo na esquerda para Felipe. Com a tranquilidade e sabedoria do craque, Felipe fixou dois adversários e devolveu para Jean, sozinho na grande área, com tempo para abrir o pé e ajustar o goleiro. Gol do Flamengo, o Fla-Flu tinha um dono.
Porém, ainda no primeiro tempo, Romário, muito pouco acionado até aqui, recebeu de Ramón e já no domínio da bola, passou entre Júnior Baiano e Fabiano Eller, chegou na frente de Júlio César. “No seu habitat natural, na grande área”, sem muita força mas com muita precisão, bateu cruzado e empatou no jogo. E como foi o caso no primeiro tempo, Fluminense dominou o início do segundo tempo. Léo Moura tabelou e invadiu a grande área, conseguiu um pênalti severamente marcado pelo juiz. Romário cobrou certinho e Flu virou no jogo. Com uma hora de jogo, Flamengo quase voltou ao empate com um cabeceio de Júnior Baiano, mas Kléber espalmou para escanteio.
Logo depois, outro cabeceio de Júnior Baiano, agora na grande área flamenguista, Rodolfo rebateu de cabeça para Romário, que no auge dos 38 anos, com a experiência da idade e a genialidade de sempre, dominou de sola, girou e já completou a tabelinha para Rodolfo, no espaço certo, no timing certo. Júlio César conseguiu tocar na bola, sem impedir o terceiro gol do Fluminense. O Fla-Flu parecia ter um dono.
Fluminense tinha seu craque, Flamengo também. Numa indecisão da defesa tricolor, bola chegou até o pé esquerdo de Felipe, que com um toque só, abriu para Jean. O camisa 9 dominou e chutou cruzado, também sem muita força, mas bola chegou até o gol, até dentro do gol, com a ajuda da trave. E dois minutos depois, uma tabelinha, mais um tabelão pela longa distância dos passes, entre os laterais Roger Guerreiro e Rafael. No cruzamento de Rafael, Roger Guerreiro cabeceou e empatou para 3×3. Era uma partida de gols, um espetáculo digno da longa tradição do Fla-Flu.
Roger Guerreiro, que depois virou polonês, disputando até a Eurocopa de 2008 com o país de adoção, virou o herói improvável do jogo, ainda mais quando quatro minutos depois, achou Felipe na esquerda. De novo, a sabedoria do craque e a visão em campo do Maestro. Felipe fixou Léo Moura e Marcão, e quando eles pressionaram mais, o Maestro deixou de trivela para Roger Guerreiro, no espaço certo, no timing certo. Roger Guerreiro fuzilou o goleiro, definiu o Fla-Flu, ou quase. Felipe ainda fez dribles desconcertantes e nos acréscimos, o tricolor Alex chegou na grande área flamenguista e chutou forte, mas Júlio César fez a defesaça salvadora. O Fla-Flu tinha um dono, Flamengo conseguia a vitória 4×3 com uma mega virada, graças à maestria de Felipe, que jogou pouco no Flamengo em tempo, mas jogou muito em campo, com dribles preciosos, passes precisos e golaços eternos.








Deixe um comentário