Flamengo venceu Botafogo em jogo com confusão e expulsões, e se aproxima de conquistar a Taça Guanabara 2025, que pode ser (quase) realidade em caso de sucesso hoje contra Vasco. No primeiro semestre de 1979, Flamengo conquistou o campeonato carioca Especial, vencendo os dois turnos de maneira invicta. Era o bicampeonato depois da conquista de 1978 com o gol eterno do ídolo Rondinelli sobre toda a zaga do Vasco. Flamengo buscava assim, ainda em 1979, um tricampeonato que não vinha desde 1955.
O campeonato carioca de 1979, com inclusão dos times fluminenses, foi bem longo, 17 rodadas apenas para a Taça Guanabara. E Flamengo foi perfeito, ou quase, com 15 vitórias e uma derrota, contra Botafogo, que infelizmente impediu o rubro-negro de ter o recorde apenas por si da maior série invicta, 52 jogos. Zico também foi perfeito com 28 gols em 16 jogos. Passou em branco em apenas dois jogos. Fez 6 gols contra Niterói, um jogo eterno no Francêsguista, e mais 4 na vitória 4×3 sobre Goytacaz.
Já campeão da Taça Guanabara, com bonificação de um ponto para o turno final, Flamengo entrou em campo contra Vasco para festejar, para lembrar que era o maior time do Rio, daqui a pouco do Brasil, do Mundo. No 22 de julho de 1979, o técnico Cláudio Coutinho escalou Flamengo assim: Cantarele; Toninho Baiano, Rondinelli, Manguito, Júnior; Paulo César Carpegiani, Adílio, Zico; Tita, Júlio César, Cláudio Adão.
Flamengo queria a vitória para a alegria da maioria dos 87.037 no Maraca, outros tempos do futebol carioca. Aos 14 minutos de jogo, no seu estilo particular, Tita fixou Marco Antônio na ala direita e cruzou de pé esquerdo. Bola chegou até a segunda trave para o chute de Cláudio Adão, Emerson Leão defendeu e Zico, oportunista como um artilheiro nato, tocou de cabeça e abriu o placar. Vasco teve nem tempo de respirar ou avaliar a situação. Dois minutos depois do gol, Júlio César ganhou uma bola no campo do Vasco e com visão de jogo absurda, precisão de passe também, achou na profundidade Júnior, que fez um gol que lembraria muito aquele que fez com a Seleção contra a Argentina na Copa de 1982. No final do primeiro tempo, Osni fez um golaço para Vasco e deixou as coisas mais abertas para o segundo tempo.
Mas o segundo tempo, como foi o primeiro, era do Mengo. Bem no início, Adílio recebeu de Paulo César Carpegiani e se livrou de dois adversários, voltando atrás mas olhando na frente. Adílio era outro que tinha a visão de jogo e habilidade do craque, abriu na esquerda em cima da zaga vascaína, Tita, mais um craque, dominou quase de quadril e fez o terceiro gol do Mengo. O time cruzmaltino não desistiu, em escanteio em dois tempos, Marco Antônio cruzou para a segunda trave, para a cabeçada de Roberto Dinamite, para o segundo gol do Vasco.
Mas o Maracanã, com sua geral antiga, raiz e feliz, era rubro-negro, o Clássico dos Milhões era do Mengo. No final do jogo, um golaço coletivo e individual, bem no estilo do Flamengo da época de ouro. Carpegiani para Zico para Cláudio Adão, que tentou sem sucesso a tabelinha. Bola voltou para Adílio, que dominou magistralmente e deixou para Cláudio Adão, sem espaço. Correção, não que tinha nenhum espaço, tinha só um pouco, suficiente para os craques do Flamengo. Agora Adão completou a tabelinha com Adílio, que de bico entre dois adversários, deixou para Carpegiani. Uma finta de chute e o futuro técnico viu a ultrapassagem de Júnior. Mais uma finta para abrir o ângulo e Carpegiani fez o passe certo para Júnior. O Capacete chegou antes da saída de Emerson Leão e tocou em cima do goleiro, fazendo o golaço de cobertura. Restava apenas ao Leão levar a mão e reclamar, não sabe o que, talvez da superioridade do Flamengo.
O Clássico dos Milhões era do Mengo, a Taça Guanabara também, o tricampeonato se aproximava. Deixo aqui os gols com a narração de um jovem jornalista de coração rubro-negro, que não gritava “Gooooool” na Bandeirantes mas transmitia muita emoção, o Galvão Bueno.








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