Jogos eternos #268: Flamengo 8×1 Nova Cidade 1989

Para o jogo eterno do dia, vamos falar de um jogo que aconteceu exatamente há 36 anos, com uma chuva de gols na Gávea. Na época, Flamengo já vinha de uma goleada no jogo anterior, uma vitória 4×0 no Fla-Flu e fez ainda melhor no jogo seguinte, contra Nova Cidade, no campeonato carioca. No 16 de abril de 1989, o técnico Telê Santana escalou Flamengo assim: Zé Carlos; Jorginho, Aldair, Zé Carlos II, Leonardo; Ailton, Renato Carioca, Zinho, Zico; Alcindo, Bebeto.

No início do jogo, Renato Carioca lançou Alcindo, que dominou bem e chutou mal. Bebeto também teve boa chance, mas chutou em cima do travessão. O primeiro gol finalmente saiu aos 25 minutos, Flamengo aproveitando da fraqueza da defesa adversária. Com a precisão e habilidade do craque, com a visão e experiência do veterano, Zico fez um ótimo lançamento desde a parte do campo do Mengo, Zinho dominou e tabelou com Bebeto, driblou o goleiro e fez o gol. No final do primeiro tempo, ainda Zico no lançamento, Leonardo cabeceou para o gol fácil de Bebeto. Ainda antes do intervalo, ainda Zico no início da jogada, com um passe mágico, no espaço para outro craque, Bebeto, que fez magia no domínio e fez o doblete na sequência.

O segundo tempo começou como terminou o primeiro tempo. Na construção, Zico, que de cabeça, abriu o caminho para Alcindo. Na conclusão, Bebeto, que pegou de forma acrobática o cruzamento e fez seu terceiro do jogo, o quarto do Mengo. Logo depois, outro gol, outra vez começou nos pés de Zico. Não é repetição, Zico armava realmente todas as jogadas e fazia a diferença com a visão de jogo e a precisão dos passes. Nosso Rei fez outro passe para abrir o caminho do gol ao Bebeto, só que essa vez Bebeto deixou de trivela para Renato Carioca, para o quinto gol do dia.

Finalmente aconteceu um gol sem a participação de Zico, mas de novo com a defesa de Nova Cidade bem perdida, Bebeto para Alcindo, para Zinho, para o sexto gol, para a felicidade da Gávea, o que ainda mais fazia parecer um jogo-treino. Logo depois, um zagueiro perdido recuou mal a bola, Bebeto chegou antes do goleiro e provocou uma falta. Esperto, o juiz mandou o jogo seguir para Zinho recuperar a bola e servir Zico para fazer gol o fácil. Zico jogava fácil e fazia gols fáceis, mas não só, fez gol de todo jeito, em mais de 18 anos de carreira. E detalhe, aos 36 anos, com esse gol contra Nova Cidade na Gávea, Zico chegava ao 500o gol com o Manto Sagrado, em 706 jogos.

E finalmente Nova Cidade fez um gol, Sinésio, o filho do presidente do clube, não se inventa, chutou na trave, bola quicou na perna de Leonardo e entrou no gol. No final, Zinho conseguiu um pênalti, Bebeto cobrou, mas goleiro defendeu. Bebeto se lamentou e perdeu outros dois gols até o finalzinho, quando foi lançado em condições finais, driblou o goleiro, sofreu a falta, mas esperto, se levantou rapidamente e fez o gol do placar final, 8×1. O ídolo passageiro Bebeto completava o poker-trick, fazia seu quarto gol do dia. E quem fez o lançamento primoroso? Nosso ídolo de sempre e para sempre, nosso maior ídolo, Zico.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”