Flamengo ainda anda invicto no Brasileirão de 2025 e antes do jogo contra o Corinthians, vamos lembrar de um outro Flamengo x Corinthians com Flamengo invicto, jogo que marcou a despedida de um dos maiores ídolos do Flamengo, Dejan Petkovic, em 2011.
No Brasileirão de 2011, Flamengo só perdeu a invencibilidade na 17a rodada. Campeão invicto do campeonato carioca, perdeu apenas um dos 37 primeiros jogos da temporada, contra Ceará na Copa do Brasil. Porém, o jogo contra o Corinthians aconteceu logo na terceira rodada. Flamengo tinha seus craques em campo e um no banco. Petkovic disputou 51 jogos em 2010 mas não entrou nos planos da diretoria em 2011 e sequer entrou em jogo. Merecia um jogo de despedida antes da aposentadoria e aconteceu contra o Corinthians.
No 5 de junho de 2011, o técnico Vanderlei Luxemburgo escalou Flamengo assim: Felipe; Léo Moura, Welinton, David Braz, Egídio; Willians, Renato Abreu, Botinelli, Petkovic; Ronaldinho, Wanderley. O time tinha uma qualidade absurda de criação no meio de campo, infelizmente o resto do time deixava a desejar.
Petkovic merecia o Maracanã, que tantas vezes fez vibrar, para a despedida, infelizmente o Maior do Mundo estava morrendo na reforma para a Copa. Em vez disso, foi o Engenhão, o que não impediu a Nação de fazer um mosaico absurdo na entrada dos jogadores, ao lado da família para Petkovic, todos os outros jogadores com o nome de Petkovic nas costas. O mosaico começou com o nome de Petkovic e as cores da Sérvia, o vermelho, o azul e o branco e pouco a pouco, as cores viraram preto e vermelho, o sérvio virando rubro-negro.
O jogo começou equilibrado mas foi o Corinthians que abriu o placar. Weldinho passou Egídio com facilidade na direita e cruzou no chão, Willian chegou antes de David Braz e frustrou a festa rubro-negra. Petkovic quase fez uma assistência, um passe de craque, de três dedos, no timing e espaço certos, porém Júlio César saiu bem e impediu o gol de Wanderley e a explosão da Nação.
No final do primeiro tempo, Ronaldinho partiu em dribles e cravou a falta. O estádio explodiu, todos os torcedores com o mesmo lance na cabeça. Era quase quase do mesmo lugar que Pet se eternizou no Flamengo, no 27 de maio de 2001. Dez anos depois, Flamengo tinha alguns cobradores de falta de alta categoria: Renato Abreu, Botinelli, Ronaldinho e claro Petkovic. Todo mundo esperava a falta de Pet. Na bola, só ficavam Renato Abreu e Petkovic. O canhoto Renato Abreu tinha moral e confiança, partiu para a cobrança e fez bem. A bola passou em cima da barreira, morreu na gaveta. O capitão Petkovic partiu para o abraço, mesmo sem tocar na bola, participou do lance. Explicou depois o artilheiro do dia, Renato Abreu, sobre Pet: “Ele estava saindo da bola. Eu falei para ele ficar, que o goleiro ficaria preocupado com ele. O Pet me disse que estava longe para ele, mas era importante ficar ali. Graças a Deus deu certo e o gol saiu”.
Assim, o último lance da carreira de um dos maiores gênios do futebol, um dos mais brilhantes europeus, porém desconhecido na Europa, mas que tive o privilégio de conhecer, não como europeu, mas como rubro-negro, acabava com uma falta. Tantas vezes Petkovic fez esperar, vibrar, torcer a Nação com faltas. No intervalo, Petkovic ficou emocionado, com seu sotaque característico: “Obrigado a torcida para comparecer, obrigado ao Flamengo para me ter preparado esse tipo de homenagem, Ronaldinho me deu a faixa de capitão. Fico agradecido porque Flamengo é muito maior que qualquer um de nós, temos que respeitar essa tradição e acho que respeitei sempre”.
Petkovic ainda recebeu uma placa da presidente Patrícia Amorim e partiu para uma volta olímpica, ele que fez tantos gols olímpicos no Flamengo. Passando no escanteio do lado esquerdo, mesmo não sendo no Maracanã, impossível para o rubro-negro não lembrar da cobrança eterna de Pet no 6 de dezembro de 2009, com algumas lágrimas de tristeza, emoção e gratidão. O final do jogo não importava muito, Flamengo quase virou, mas Ronaldinho chutou na trave. A invencibilidade era mantida, a Nação perdia um dos seus maiores ídolos do século XXI, em campo sim, mas eternizado nos corações rubro-negros. Obrigado por tudo, Pet.








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