Jogos eternos #276: Vélez Sarsfield 0x3 Flamengo 1997

Flamengo joga hoje na Argentina contra Central Córdoba na Copa Libertadores. O vexame na ida com a derrota no Maraca complica a vida do Mengo. A vitória agora é obrigatória. Em 1997, Flamengo também jogou um jogo de vida ou morte na Argentina, contra Vélez Sarsfield na Supercopa Libertadores.

A Supercopa Libertadores começou em 1988 e teve sua última edição neste ano de 1997. Reunia os vencedores da Copa Libertadores e se hoje não tem necessidade com o formato atual da Copa Libertadores, gostava dessas competições continentais, com quase só clubes tradicionais. Em 1997, Flamengo começou com duas vitórias, mas se complicou a vida com uma derrota em casa (em Florianópolis) contra o Vélez, o goleiro Chilavert fazendo o único gol num pênalti no final da partida.

Flamengo ainda perdeu contra São Paulo e empatou contra Olimpia. A vitória na Argentina era obrigatória para continuar a sonhar com a classificação, apenas o primeiro de cada grupo ia para as semifinais. No 28 de outubro de 1997, o técnico Paulo Autuori escalou Flamengo assim: Clemer; Fábio Baiano, Juan, Luís Alberto, Gilberto; Bruno Quadros, Jorginho, Evandro, Iranildo; Sávio, Piekarski.

E mais uma vez quem brilhou mais foi Sávio. Ídolo do Flamengo e no Francêsguista, Sávio eternizou vários jogos. Só no Francêsguista, foi o caso contra Grêmio em 1995, Coritiba, Vasco e São Paulo em 1996, Real Madrid e Valência em 1997. E Vélez Sarsfield. A expulsão do argentino Mauricio Pellegrino no meio do primeiro tempo ajudou, e pouco antes do intervalo, Gilberto cruzou, Sávio antecipou a saída de Chilavert e, esticando a perna, abriu o placar de forma acrobática.

No segundo tempo, bem lançando na profundidade, Sávio antecipou mais uma vez a saída de Chilavert, driblou o goleiro paraguaio e fez o doblete. José Luis Chilavert foi um de meus maiores ídolos de meus primeiros tempos de apaixonado do futebol. Comecei a acompanhar o futebol com a Copa de 1998 e, além do Brasil inteiro, se destacava no meu coração Chilavert, pela atuação de sonho contra a França e a capacidade de bater faltas e pênaltis. Em 1997 e 1998, Chilavert foi eleito pela IFFHS o melhor goleiro do mundo. Mas neste dia, no estádio José Amalfitani, Sávio brilhava mais.

E no final do jogo, mais uma vez Sávio, que aplicou um drible de vaca no zagueiro com extrema facilidade, chutou com força, obrigando Chilavert a uma defesa parcial. Sávio recuperou a bola e ia fazer o terceiro, quando foi derrubado na grande área. Pênalti. Sávio, que fazia tudo no Mengo, cobrou a penalidade máxima, pegou Chilavert no contrapé e completou o hat-trick. Flamengo vencia 3×0, mas infelizmente no dia seguinte, São Paulo goleou Olimpia e pegou a vaga classificatória. Uma pena não ter dois times classificados por grupo, porque acho que Flamengo podia brigar pelo título com jogadores diferentes, sobretudo o Anjo Loiro, o ídolo Sávio.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”