Flamengo joga hoje para o último jogo da fase de grupos do Mundial de clubes, já com o primeiro lugar garantido, contra Los Angeles FC, time fundado em 2014. Vamos então para a lembrança do dia de um jogo contra outro time americano, muito mais mítico, o Cosmos de New York.
No 1.o de outubro de 1977, Pelé se aposentou, com jogo de despedida entre Cosmos e Santos em Nova York. Duas semanas depois, o Cosmos estava no Brasil para um jogo amistoso, parte da contratação de Carlos Alberto Torres, que trocou Flamengo pelo Cosmos meses antes. Detalhe, Flamengo e o Cosmos se reencontraram cinco anos depois, no Giants Stadium, para agora a despedida de Carlos Alberto Torres, outro jogo eterno no Francêsguista.
Mesmo sem Pelé, o Cosmos ainda tinha um timaço. Além de Carlos Alberto Torres, tinha outro brasileiro na defesa, Rildo, um craque italiano na frente, Chinaglia, e uma craque mundial que fazia tudo no time, o alemão Franz Beckenbauer. Por sua vez, Flamengo perdeu o campeonato carioca contra Vasco numa disputa de penalidades traumática contra Vasco, com pênalti perdido do jovem Tita, mas já tinha um timaço que ia se firmar nos anos seguintes. Para o jogo contra o Cosmos, no 14 de outubro de 1977, o técnico Jayme Valente escalou Flamengo assim: Cantarele; Toninho Baiano, Nelson, Dequinha, Júnior; Merica, Adílio, Zico; Osni, Cláudio Adão, Luís Paulo.
O jogo começou com uma decepção na bilheteria, com apenas 11.912 ingressos vendidos no Maracanã. O jogo começou com alegria em campo, com apenas 3 minutos de jogo, Adílio chutou, o goleiro Yasin, não o grande goleiro russo Yashin, mas um goleiro turco, desviou na trave, Luís Paulo seguiu o lance e abriu o placar. Dez minutos depois, Júnior lançou Osni, que cruzou da direita. Zico, que já tinha feito um gol no Maracanã dois dias antes, esta vez com a camisa da Seleção, cabeceou e já liquidou o jogo nos 15 primeiros minutos.
No final do primeiro tempo, Tony Field fez um golaço para os americanos depois de bom passe de Benckenbauer, mas a superioridade rubro-negra era evidente. No segundo tempo, com um belo chute de fora da área, Zico, que se tornou pai pela primeira vez no dia seguinte, fez seu segundo gol do jogo. Zico cedeu seu lugar ao Tita, autor do último gol do dia, decretando um placar de 4×1. “O marcador só não foi maior porque o Flamengo teve o cuidado de evitar maior vexame para o time veterano do Cosmos” escreveu no dia seguinte o Jornal dos Sports. O Cosmos era mítico sim, mas Flamengo também era e ainda é.








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