Flamengo joga hoje em Bragança Paulista contra o Bragantino mas vou para a lembrança do dia em outra cidade de São Paulo, contra um time que quase sumiu da mapa do futebol brasileiro, São Caetano.
São Caetano joga hoje na quarta divisão do campeonato paulista, mas já sacudiu a hierarquia do futebol brasileiro com presença na final do Brasileirão em 2000 e 2001 e até da final da Copa Libertadores em 2002. Em 2006, ainda era um bom time do Brasileirão, antes da última rodada do primeiro turno, estava na 10.a colocação, com 24 pontos em 18 jogos. Flamengo estava logo atrás com 22 pontos. No 23 de agosto de 2006, o técnico Ney Franco escalou Flamengo assim: Diego; Léo Moura, Fernando, Ronaldo Angelim, André Lima; Paulinho Jaú, Léo Medeiros, Renato Abreu, Renato Augusto; Sávio, Fabiano Oliveira.
Esse jogo é sobre um ídolo do Flamengo, já eternizado no Francêsguista, o Renato Abreu. Vamos então esquecer do início do jogo, dominado quase inteiramente pelo São Caetano, com Flamengo salvo pelas defesas de Diego ou pela trave, para o primeiro lance decisivo do jogo. Uma falta de 30 metros, um pouco na direita, um lugar perfeito para um canhoto, perfeito para Renato Abreu. Com sua corrida característica, Renato Abreu chutou forte, chutou colocado. Com um rebote que enganou o goleiro, a bola morreu na rede, Flamengo estava na frente.
Apesar de tomar o primeiro gol do jogo, São Caetano continuou a dominar o jogo, empatou no final do primeiro tempo, virou no início do segundo tempo, graças a um doblete de Gustavo Papa. Mas esse jogo é sobre um ídolo do Flamengo. Se no primeiro tempo, foi a promessa Renato Augusto que cravou a falta, no segundo tempo, foi a vez do veterano e também ídolo Sávio de cravar a falta. O cobrador claro, ainda era Renato Abreu, sempre Renato Abreu. Agora, com ainda mais corrida, ainda mais força, ainda mais precisão, Renato Abreu colocou a bola na gaveta, golaçou e ofereceu o empate ao Flamengo.
Na verdade, Renato Abreu fazia mais do que oferecer um empate, colocava seu nome na história do Flamengo, fazendo parte da Santa Trinidade dos cobradores de falta no Flamengo, com Zico claro, e Petkovic evidentemente. Fazer 2 gols de falta é um feito de poucos jogadores, de craques só, internacionais como Messi e CR7, brasileiros como Hulk recentemente, também Neymar, Rivaldo, Rogério Ceni, Marcos Assunção, Juninho, e claro Zico, num jogo contra America em 1979. Renato Abreu está neste patamar, e mais, repetiu a façanha semanas depois, num Fla-Flu também eterno, com goleada 4×1, com dois golaços de falta do Urubu-Rei.








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