Jogos eternos #314: Flamengo 2×0 Grêmio 2007

A goleada 8×0 contra Vitória criou, perpetuou, uma ligação forte entre o time e a torcida. E quando os dois caminham juntos, Flamengo é capaz de tudo. A prova mais forte é a arrancada no Brasileirão de 2007, vencendo em campo, cantando na arquibancada. Flamengo volta hoje ao Maracanã para um jogo contra Grêmio, vamos então lembrar um outro Fla x Grêmio no Maraca, na arrancada de 2007.

No início do Brasileirão de 2007, Flamengo venceu apenas um dos 10 jogos. A última derrota da série foi justamente contra Grêmio, no jogo de ida. Flamengo estava na penúltima posição e começou a se recuperar no jogo seguinte, uma vitória 3×1 sobre o América-RN, um jogo eternizado no Francêsguista. Depois de outros resultados frustrantes, começou a arrancar de verdade no segundo turno, com uma goleada 4×0 sobre Juventude, outro jogo eternizado aqui. E a Nação lotou o Maraca, batendo a quase cada jogo o recorde de público do campeonato. E o time venceu os jogos, com jogo mais marcante contra o líder São Paulo, mais um jogo eterno no Francêsguista. Depois de uma derrota Fla-Flu, Flamengo venceu mais dos jogos fora de casa e reencontrou o Maraca, contra Grêmio.

E mais uma vez a torcida bateu o recorde de público. Foram 49.928 pagantes no Fla-Flu em 16 de agosto, 51.552 contra Sport em 1o de setembro, 59.098 contra São Paulo em 4 de outubro, 61.042 no segundo Fla-Flu três dias depois e agora 63.189 contra Grêmio. E detalhe, eram apenas os pagantes, ao total, foram 73.871 presentes contra Grêmio, todo mundo cantando, apoiando, torcendo. O Flamengo entrava em campo com um jogador a mais, quase já com um gol a mais.

Em 21 de outubro de 2007, o técnico Joel Santana escalou Flamengo assim: Bruno; Léo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim, Egídio; Jaílton, Cristian, Toró, Ibson, Maxi Biancucchi; Souza. E detalhe, do lado do Grêmio, o técnico era, como em 2025, Mano Menezes. Grêmio tinha 5 pontos a mais que o Flamengo, nas portas do G-4. Era um jogo para continuar a arrancada, mas cada jogo também podia marcar o fim da série, marcar um outro final de campeonato, mais complicado, mais decepcionante. Mas Flamengo tinha a torcida ao seu lado. Na entrada dos times em campo, a Nação fez mais um show de arquibancada, incentivou mais uma vez o time a vencer.

No Maracanã, o primeiro lance de perigo foi para Grêmio, o antigo rubro-negro Diego Souza chutou, mas Bruno fez a defesa fácil. Na metade do primeiro tempo, Léo Moura lançou na direita Cristian, que cruzou. Na grande área, a defesa gremista se atrapalhou, bola sobrou nos pés de Souza, que girou, chutou, abriu o placar. Souza foi comemorar com a torcida, de punho cruzado, reforçando a ligação entre o time e a Nação.

Depois do intervalo, o juiz apitou o segundo tempo e a torcida cantou: “Eu sempre te amarei, onde estiver estarei, o meu Mengo”. Um canto que dá vontade de chegar a mais um gol para o time em campo, de cantar mais alto para a torcida na arquibancada. Como no primeiro tempo, Grêmio teve a primeira oportunidade de gol, mas Bruno espalmou para escanteio. E com uma hora de jogo, Ibson achou de um toque lindo de trivela Maxi Biancucchi, que devolveu para Ibson. O principal nome da arrancada abriu o pé, tocou de primeira, achou a rede. Mais um gol do Flamengo, mais uma explosão no Maracanã.

Era um gol para a torcida cantar mais, celebrar seus ídolos, como Obina, que entrou em campo com uma camisa 100 para comemorar seu 100.o jogo com o Manto Sagrado. Souza ainda tocou no travessão com um cabeceio, Renato Augusto bateu no goleiro, Léo Moura esperou com a bola na direita e o jogo acabou assim. Era mais um show da Nação, mais uma vitória do Mengo, que se aproximava ainda mais de uma inesperada vaga na Libertadores. E isso graças ao apoio de sua torcida, que ia lotar ainda mais o Maraca nos jogos seguintes.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”