Ainda sem jogo do Flamengo, continuo com os jogos aniversários. Como o Flamengo x Cruzeiro, dois candidatos ao título brasileiro de 2025, se aproxima, volto a um Flamengo x Cruzeiro de exatamente 10 anos, um passado já distante, ainda presente. Em 2015, o time era bem diferente do que hoje, mas considero que foi em 2015 que Flamengo mudou de patamar, se reaproximou de suas maiores glórias.
Em 2015, depois de anos de contratações feias, teve uma melhoria, principalmente com a chegada de Paolo Guerrero, apesar de o peruano não render tudo que podia com o Manto Sagrado. Em campo, depois de anos frustrantes e decepcionantes no Brasileirão, Flamengo também melhorou, apesar de um início muito ruim. Flamengo começou o Brasileirão de 2015 com um empate e quatro derrotas! A última foi contra Cruzeiro, Flamengo estava na penúltima colocação. O Mengo melhorou um pouco e fechou o primeiro turno num ainda decepcionante 13o lugar.
No início do segundo turno, mesmo sem o lesionado Paolo Guerrero, Flamengo foi perfeito: 4 jogos, 4 vitórias. E na 24a rodada, Flamengo fez o último jogo da rodada, já sabendo dos resultados de seus rivais, já tendo uma certeza: se ganhasse contra Cruzeiro, Flamengo voltaria ao G-4, uma posição que não ocupava desde o final do Brasileirão de 2011, quase uma eternidade. Em 10 de setembro de 2015, o técnico Oswaldo de Oliveira escalou Flamengo assim: Paulo Victor; Pará, Wallace, Samir, Jorge; Jonas, Luiz Antônio, Alan Patrick; Emerson Sheik, Paulinho, Kayke.
No Maracanã, quase cheio, o início da partida foi uma história de escanteios. Para Flamengo, Samir cabeceou para fora. Para Cruzeiro, que tinha vencido seus dois últimos jogos, Paulo André cabeceou em direção ao gol, mas Paulo Victor fez a defesaça. E o jogo no primeiro tempo foi quase só isso, com poucos lances perigosos, apesar de um certo domínio do Cruzeiro. No final do primeiro tempo, a jogada do Flamengo foi da direita até a esquerda, até o pé mágico de Alan Patrick, que até hoje desfila sua classe nos gramados brasileiros. O camisa 10 que vestia a camisa 19 cortou no meio e deixou de calcanhar para Kayke, que fez a ultrapassagem na esquerda. Kayke devolveu de trivela para Alan Patrick, que deixou a bola cair no chão e pegou de primeira. Ainda teve um desvio que enganou Fábio. Golaço. O Maracanã explodiu, com uma alegria que não conhecia no Brasileirão desde meses e anos.
Flamengo fazia uma partida ruim, mas estava na frente no placar. E no segundo tempo, o cenário não mudou muito. O time rubro-negro tinha dificuldades para criar as jogadas e pouco ameaçava o gol de Fábio. Na metade do segundo tempo, Paulinho fintou, driblou um adversário e cruzou. Um zagueiro cortou e com inteligência Paulinho deixou a bola correr para o escanteio. Alan Patrick na batida e a zaga cruzeirense no rebote. A bola voltou perto da grande área, bem no meio, bem na meia lua, perto de Luiz Antônio. O meia não teve dúvidas, pegou de primeira e fez o segundo golaço do dia. O Maracanã explodiu de novo.
Em seguida, Alan Patrick, com sua classe e habilidade, fez um elástico para inflamar ainda mais o Maraca. Kayke, o reserva de Paolo Guerrero, quase fez o terceiro no final do jogo, mas Fábio fez a defesa. Sem importância no final, Flamengo conseguia seu quinto sucesso consecutivo e mais importante, depois de 137 intermináveis rodadas, Flamengo estava de volta no G-4. O título brasileiro ainda será questão de anos, mas o torcedor rubro-negro, depois de anos sofridos, finalmente tinha motivos para ser confiante no futuro, para esperar voltar a gritar “É campeão”.








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