Na quinta, Flamengo venceu o Estudiantes num jogo que quebrou o recorde do público do futebol brasileiro em 2025. O Mengão ainda pode conquistar uma dupla Copa Libertadores – Brasileirão, com um futebol envolvente e ofensivo. Pode se aproximar da melhor versão do Flamengo que eu vi na minha vida, o Flamengo de Jorge Jesus em 2019, com dois títulos em dois dias, com muitas goleadas e tantos jogos eternos. Antes do jogo contra Vasco hoje, vou de mais uma goleada de 2019, contra o maior rival, com recorde de público quebrado.
Em 2019, Vasco mandou seu jogo contra Flamengo no Mané Garrincha para ganhar mais dinheiro, perdendo ao mesmo tempo o apoio do estádio e de seus 65.418 pagantes. O Mané Garrincha, como todo o Brasil, tem em sua maioria o Flamengo. Pior ainda para Vasco, era um Flamengo ainda em construção, mas já avassalador, já com alguns jogos eternos. Flamengo já tinha um paredão, Diego Alves, que brilhou contra Emelec, já tinha um trio ofensivo de destaque, que brilhou contra Goiás e Botafogo entre outros. Em 17 de agosto de 2019, o técnico Jorge Jesus escalou Flamengo assim: Diego Alves; Rodinei, Thuler, Pablo Marí, Filipe Luís; Willian Arão, Cuéllar, Gerson, Arrascaeta; Bruno Henrique, Gabigol.
Apoiado pelo estádio rubro-negro, Flamengo dominou o início da partida. Com apenas 4 minutos de jogo, num escanteio, Bruno Henrique cabeceou, bola subiu e caiu no travessão, já inflamando o Mané Garrincha. Arrascaeta continuou a inflamar o estádio com dribles de efeito. O jogo se equilibrou e Diego Alves fez uma defesaça num chute de Raul. No final do primeiro tempo, o placar ainda era de 0x0 até o Flamengo de Jorge Jesus se acionar. Bruno Henrique tabelou com Arrascaeta, fez uma finta e chutou de fora da área. Chutou colocado, na gaveta, para o golaço do dia.
Bruno Henrique era o nome certo do jogo. No início do segundo tempo, quase fez outro, mas não teve espaço para finalizar. Logo depois, tabelou de novo, agora com Cuéllar e invadiu a grande área. Com a chance de quem acredita no gol, Bruno Henrique teve o rebote favorável e fez seu segundo gol do dia, quase afundou Vasco. Flamengo não perdia o Clássico dos Milhões desde 2016, ou seja, já 12 jogos sem perder, mas nunca tinha ultrapassado os dois gols marcados num jogo. Ainda não era o tempo das goleadas, agora com Jorge Jesus, o Clássico dos Milhões era diferente, tinha um agressor e uma vítima, tinha quem batia e quem apanhava.
Vasco lutou e conseguiu um pênalti na hora do jogo. O Mané Garrincha, em sua minoria, comemorou. Yago Pikachu bateu, Diego Alves partiu de seu lado esquerdo e desviou o chute para o escanteio. O Mané Garrincha, em sua maioria, comemorou. Por pouco tempo. No escanteio, Vasco fez o gol e voltou a acreditar no empate, quem sabe a virada. Por pouco tempo. Três minutos depois, a volta do Flamengo avassalador, Gerson cruzou, Bruno Henrique cabeceou, Fernando Miguel defendeu parcialmente. Gabigol chegou e mandou de voleio a bola no fundo da rede. O Mané Garrincha exultou, Gabigol comemorou e exibiu a placa “Hoje tem gol do Gabigol”, essa vez vindo de Tocantins, mostrando para a Nação toda feliz. O Flamengo reinava dos Clássicos dos Milhões. Tudo normal em Brasília, no Rio de Janeiro e no Brasil inteiro.
Flamengo continuou a dominar o jogo, sem fazer o gol da goleada. E faltando dez minutos para o final do jogo, Vasco conseguiu um outro pênalti. Depois do fracasso de Yago Pikachu, o batedor mudou, agora Bruno César. O destino ficou igual, Diego Alves fez a defesaça, com uma mão só. Diego Alves já era o rei dos pênaltis na Espanha, defendendo tentativa de Ronaldo por três vezes, também vencendo seu duelo com Messi e Griezmann. Agora Diego Alves era o outro nome certo do jogo, o paredão do Flamengo, brilhando na Libertadores contra Emelec, brilhando no Brasileirão contra Vasco.
O Mané Garrincha comemorou ainda mais dois minutos depois, quando foi a vez de Flamengo de conseguir um pênalti. E o cenário era diferente agora, o batedor também. Arrascaeta pegou o goleiro no contrapé e fez o gol para completar o brilho do trio ofensivo rubro-negro, o gol do 4×1, o gol da goleada completa e inteira. Em Brasília, o dono do Clássico dos Milhões de novo era Flamengo, mas agora aplicava uma goleada em cima do rival que não vinha desde 2000. Desde lá, já teve duas outras goleadas rubro-negras sobre Vasco, um 4×1 em 2023, um 6×1 em 2024. Agora a cada Flamengo x Vasco, a questão já não é mais quem vai ganhar, mas se o Flamengo vai aplicar uma goleada.








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