Jogos eternos #340: Flamengo 2×1 Botafogo 1974

Sem jogo do Flamengo hoje, aproveito o momento para homenagear mais uma vez nosso agora segundo maior artilheiro gringo da história, Doval, com um jogo que completa hoje 51 anos, um Flamengo x Botafogo de 1974.

A competição era o campeonato carioca e a vitória era obrigação. O primeiro turno, a Taça Guanabara, foi conquistada pelo America. No segundo turno, a Taça Oscar Wright da Silva, venceu o Vasco. Faltava apenas uma vaga para o triangular final, o vencedor do terceiro turno, a Taça Pedro Magalhães Corrêa. Flamengo fez alguns amistosos antes do início do turno, quando Vasco e Botafogo já tinham vencido dois jogos no campeonato estadual. A vitória, contra o próprio Botafogo, já era obrigação.

Em 17 de novembro de 1974, data aniversário da fundação do clube, o técnico Joubert escalou Flamengo assim: Renato; Humberto Monteiro, Jayme, Luís Carlos, Rodrigues Neto; Liminha, Geraldo, Paulinho; Doval, Zico, Arílson. Do lado do Botafogo, o técnico era bem conhecido do Flamengo e da Seleção brasileira, já uma lenda, o Mário Zagallo. Porém, o time, apesar de bons elementos como Dirceu e Rogério, aparecia em decadência.

No Maracanã, com público de 63.671 pagantes, Botafogo foi o primeiro a levar o perigo. Rogério, de volta ao Botafogo depois de três anos medianos no Flamengo, teve duas oportunidades, mas Renato defendeu. Flamengo começou a tomar a conta do jogo, com a qualidade de jogadores diferentes, como Zico, Doval e Paulinho. Aos 22 minutos do jogo, Arílson escapou na esquerda e cruzou, quem sabe chutou. A bola passou na frente do gol e Paulinho, na direita, cruzou de novo para deixar o lance vivo. Já sem goleiro, Doval cabeceou, abriu o placar e comemorou com a geral.

Logo no início do segundo tempo, Flamengo quase fez o segundo gol, mas Marinho salvou em cima da linha. Com uma hora de jogo, Luís Carlos falhou na defesa rubro-negra e a bola sobrou para Nilson, que chutou firme, sem chance para o goleiro Renato. Botafogo empatava e Flamengo se complicava no campeonato. Botafogo quase fez o segundo, mas Flamengo teve um pouco de chance, quem diria a chance do campeão. E foi a vez do Botafogo se complicar a vida, Marinho xingou o bandeirinha e foi expulso.

E Flamengo aproveitou. Faltando 7 minutos para o final do jogo, Zico tabelou com Edson e botou fogo na pequena área. Com oportunismo e raça, Doval chegou na bola, tocou do bico, no fundo da rede. Era o gol da vitória rubro-negra, da felicidade da geral, da esperança do campeão. No Jornal dos Sports, Ruy Porto avaliava a atuação de Doval: “Não pode levar outra cotação e ganha 10, a nota máxima”.

O gringo fazia dois, seus gols 73 e 74 no Flamengo, faltando apenas um gol para empatar com Benítez, dois para o ultrapassar e se tornar o maior artilheiro estrangeiro do Flamengo. Só aconteceria no início de 1975, porque Doval se machucou e faltou a decisão do campeonato carioca, contra Vasco. O que não impediu o Flamengo de ser o grande campeão.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”