Pedro está fora da final da Copa Libertadores contra Palmeiras. Sua presença estava dada como certa, com tempo suficiente para se recuperar da quebra do braço. Mas não é isso que o tira da final, mas uma lesão muscular na coxa esquerda. O pesadelo parece se repetir. Em setembro de 2024, Pedro também se lesionou num treino, pior ainda, com a Seleção brasileira, e ficou fora do resto da temporada.
Logo depois do anúncio da ruptura do ligamento, escrevi uma crônica para homenagear Pedro. Na época, escolhi um jogo contra o Athletico Paranaense, com dois gols de Pedro, um golaço com um chute colocado, depois um gol fácil de artilheiro nato. Hoje, já antecipando a final contra Palmeiras, vou com um jogo contra o Verdão, com Pedro brilhando mais uma vez, estufando as redes duas vezes.
Na reta final do Brasileirão de 2023, Flamengo estava no quinto lugar, com 6 pontos a menos que o líder Botafogo e o vice Palmeiras. A vitória contra o Verdão era a única opção para ainda sonhar com o Brasileirão. Em 8 de novembro de 2023, o técnico Tite escalou Flamengo assim: Rossi; Matheuzinho, Léo Pereira, Fabrício Bruno, Ayrton Lucas; Erick Pulgar, Gerson, Arrascaeta; Luiz Araújo, Éverton Cebolinha, Pedro.
No Maracanã, com apenas 7 minutos de jogo, Pedro já quase fez um gol, num cabeceio depois de cruzamento de Arrascaeta. Weverton defendeu, na sequência Éverton Cebolinha chutou e Weverton defendeu mais uma vez. Palmeiras reagiu com a ginga e habilidade de Endrick, que cruzou no chão. Breno Lopes esticou a perna, mas por centímetros, não achou a rede. Logo depois, Breno Lopes teve outra chance, Rossi espalmou para escanteio. Ainda era um jogo de goleiros.
Aos 17 minutos de jogo, chegou o artilheiro. Erick Pulgar pegou a bola e de trivela, deixou na profundidade para Pedro. O artilheiro nato viu o gol, a meta, a saída de Weverton, e só esperou um pouco antes de fazer o toque leve para derrubar tranquilamente o goleiro. Golaço de quem fazer gol é a verdadeira profissão. Dez minutos depois, outro golaço. Rossi cobrou a falta perto de seu gol, longe e diretamente para Éverton Cebolinha, que dominou lindamente, cortou no meio, e cruzou igualmente lindamente. Arrascaeta chegou, cabeceou, golaçou. Apesar da qualidade de Pedro, o Flamengo nunca teve dependência de seu centroavante, já que tinha outros craques no time, Arrascaeta o maior deles.
No início do segundo tempo, o jogo ficou ainda mais fácil para o Mengo, com a expulsão lógica de Gustavo Gómez, fazendo uma intervenção que parecia mais de wrestling do que de futebol. E Flamengo fez outro golaço. Depois do golaço individual do artilheiro, depois do golaço de apenas três jogadores e jogada rápida, o golaço coletivo e de construção, com 9 jogadores participando da jogada, apenas Rossi e Léo Pereira ficando fora. Vamos para o final da jogada já, Cebolinha na esquerda para Arrascaeta, em dois toques para o cruzamento de Ayrton Lucas. Na segunda trave, Gerson rebateu de cabeça na pequena área para a chegada do consagrado. Pedro esticou a perna, se jogou no chão, fazia o gol fácil do artilheiro nato.
Na hora que precisava, Flamengo fazia um grande jogo e deixava nenhuma chance para Palmeiras, com dois gols de seu artilheiro. Em 2024, fechei a crônica sobre Pedro com um comentário que hoje parecia profecia: “Pedro vai fazer muita falta essa temporada, mas estou de um otimismo completo quando se trata do Flamengo, e quero acreditar que pode ser a vez do Gabigol, quero acreditar que Flamengo no final vai ser o campeão”. Ainda estou de um otimismo absoluto sobre o Flamengo e se não tem mais Gabigol, tem Arrascaeta e outros para perpetuar a glória do Flamengo.








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