
Ontem fui no Maracanã pela segunda vez desde minha chegada no RJ. Na quarta, uma vitória contra São Paulo e uma classificação na final da Copa do Brasil. Ontem, uma derrota no Fla-Flu. Odeio perder o Fla-Flu. Porém, acho que preferi o jogo de ontem. Porque na quarta estava na Oeste, e ontem na Norte. O coração do Flamengo está na tribuna Norte. Cantei, vibrei, quase chorei de emoção vendo a lindeza do Maraca, a montanha no fundo, a torcida de perto, muito perto.
Antes do jogo, encontrei Ramon da Fla Miami, que me procurou o tão desejado ingresso na Norte. Mais um irmão flamenguista, mais um irmão dos consulados. Fizemos fotos com a bandeira da Fla Paris, aproveitando o pré-jogo nos arredores do Maraca, com o Manto Sagrado e a bandeira na mão, uma cerveja na outra mão, falando dos projetos da Fla Paris, dos próximos encontros, no Maracanã, na Gávea, no Vidigal. Acho que esse ano vai ser incrível.
Estava com dois franceses do meu hostel, que tinham também o ingresso na Norte, e outros franceses que ajudei a entrar no estádio. Virei quase um guia do Maraca. Depois, enfim, fui na Norte. É um dos lugares mais maravilhosos do mundo. Falta palavras para descrever quanto essa tribuna é tão linda.
Eu estava com os dois franceses, vibrando comigo, como se o Maraca era a casa deles, arriscando um “vai pra cima deles Mengo”. Era emoção no campo e nas arquibancadas, só faltava o gol do Flamengo, que dominava o jogo, sem marcar. Isso sempre é um perigo. Eu tenho um amigo carioca, Gabriel, que eu não tinha visto desde 2019, ele me falou que estava na Norte também, com a Fla Manguaça. Eu era do outro lado da cerca, olhei um pouco por lá, e incrivelmente, consegui o ver, sem camisa, vibrando. Gritei, mas ele não me viu. Era no momento do pênalti, então esperei Ganso fazer o gol para ter um momento mais calmo e ver ele. Ganso marcou, e eu subi imediatamente as escadeiras. Mas a torcida começou a gritar, a cantar o hino, eu cantando, Gabriel cantando, depois ele me viu, surpreso e feliz, então começamos a cantar juntos, só a cerca nos separando. Foi um momento maravilhoso, que não existe na Oeste.
No segundo tempo, eu e os dois outros franceses foram no outro lado da tribuna, com a Fla Manguaça. Foram emoções ainda mais fortes, em campo e na Norte. Quando o jogo foi um pouco mais calmo, Fluminense fez o segundo. Depois teve o gol do Gabigol mas era tarde demais. Apesar da derrota, teve pelo menos um gol, esperava isso para que os novos amigos franceses podem ver como é um gol do Flamengo, na Norte. Eles adoraram o clima do Maraca e eu adoro a paixão que tem quando tem um gol, o grito, o copo de cerveja no ar, o abraço com o irmão mais próximo, o choro, o canto, a oração, a vibração.
Ontem, tudo isso não foi suficiente para ganhar o Fla-Flu. Ficava então tempo para tirar fotos na Norte, com a bandeira da Fla Paris, aproveitando da beleza do Maraca num pôr do sol.
Com a derrota, acho que é o fim da esperança para Flamengo ganhar o Brasileirão. Doze pontos atrás, não vejo como Palmeiras pode perder essa vantagem. Acho que parte da culpa está nas mãos do Dorival Júnior. Contra Palmeiras, quando foi empate, era para escalar a força máxima em campo. Os reservas foram muito bem esse ano, mas jogo decisivo é para colocar melhor time possível. Num jogo contra Palmeiras, com nove pontos de diferença, é para colocar Arrasca, Pedro e os outros, ganhar e meter pressão. Agora sim, com doze pontos em onze jogos, é focar nas finais. Que sejam dois títulos.
O Flamengo perdeu o Fla-Flu e certamente perdeu o campeonato. Mas voltar na Norte era bom demais.







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