
Hoje, ou mais anteontem, o Zico estava lá. Arthur Antunes Coimbra. Eu vi Zico jogar, pela primeira vez, e talvez pela última vez. É inesquecível, mais um grande momento vivendo no Rio. Zico em campo.
Meus amigos franceses Antoine e Marc-Antoine chegaram na segunda feira dia 26 de dezembro. Antônio e Marco no Brasil. Hospedados comigo, na Rocinha. Já teve tempo de ir na Pedra do Sal, na parte baixa da Rocinha, em Copacabana, na parte alta da Rocinha. Hoje o dia começou lindo, com uma trilha da Pedra Bonita. Depois foram na sede do Flamengo na Gávea, onde fomos recebidos de uma forma maravilhosa pelo Dudu, do projeto das Embaixadas e Consulados. Ele falou com os franceses em inglês, mais fácil e mai precioso para comunicar. Eu, representando com orgulho a Fla Paris, mostrou para eles a sede, as instalações, as infraestruturas, os esportes diferentes. A capela, o ofício de Dudu, o bar, a loja. Uma grande alegria para mim.
Antoine pegou já a camisa do Flamengo para ele, primeira camisa, com nome Gabi, com camisa 9. Só faltou o patch da Libertadores que não era disponível. Depois vai ter que voltar para comprar mais dois Mantos Sagrados, para o pai e para o irmão. Marco ainda não precisava, emprestei para ele a camisa mais bonita do Flamengo, a do ano histórico de 2008. Fomos visitar a sede, o ofício dos consulados e fomos beber uma cerveja, bem geladinha, com sede e na sede. Um momento único para mim. Os franceses já gostavam muito do Flamengo. E depois era hora de ir no Maracanã, com uma primeira parada no Buxixo, com mais cervejas. E depois era hora de ir no Maracanã. Mais 3 cervejas para nós, e depois, com um vendedor malandro, mais 3 a mais. Mas com alegria, prazer e gratidão de estar aqui, no Rio, no Maraca, no Brasil.
E depois era hora de entrar no Maracanã. Uma emoção enorme para quem nunca foi no Maracanã. Uma emoção enorme para quem tinha muita saudade do Maracanã, após uma dezena de jogos lá em 2022. Não tinha jogo do Flamengo, mas foi mais um show da torcida do Flamengo. Antes do apito inicial, foram muitos cantos do Flamengo, os mais conhecidos, cantados pelo 90% dos 60.356 torcedores, os outros, vascaínos, tricolores e botafoguenses, caladinhos. Foi meu primeiro jogo das estrelas e não sabia como ia ser. Esperava alguns cantos do Flamengo, menos para mim do que pra meus amigos franceses. E com esse show de 10-15 minutos, Antoine e Marc-Antoine estavam lá, com o celular na mão e o brilho no olho. E com uma vontade só, voltar no Maracanã, para um jogo do Flamengo.
O anúncio das escalações foi mais um grande momento. Um momento de alegria e também de risos, até para os amigos franceses que não entendiam tudo, como podia ter tanta paixão num jogo beneficente. O time vermelho é quase um Flamengo, todo mundo foi muito aplaudido. E a emoção maior com o nome de Zico. Muitas palmas, muitos gritos, muito amor, muita emoção. Isso, só Zico. Agora, o time branco é quase um Vasco. Foram muitas vaias, e aplausos claro para Andrade, Nunes, Hernane, Endrick e alguns outros.
Vi muitos jogadores jogar pela primeira vez. Adoro o menino Endrick, que tem muita estrela. Vi ídolos, como Sávio, Petkovic, Júnior, Júlio César. Mas eu só olhava para o Zico. Numa noite cheia de estrelas, a do Zico brilho mais, muito mais, quase apaga o brilho das outras estrelas. Queria ver o Zico marcar um gol. E teve oportunidade num pênalti. Estava pronto a vibrar, mas Carlos Germano fez a loucura de parar o pênalti de Zico, na frente de meus olhos, na Norte, claro. No minuto seguinte, Zico quase fez um golaço. Valia a pena perder o pênalti para fazer o golaço em seguida. Mas Germano defendeu de novo. Acho que é meu maior lamento num estádio ao vivo. Queria esse golaço, essa vibração.
Não teve, e Zico saiu no intervalo. Acho que ele merecia sair aos 40 minutos, para ser ovacionado pelo Maracanã lotado. Mas talvez pela própria humildade, Zico não queria. E Zico entrou no fim do jogo, fazer o gol tão esperado, num passe de Arrascaeta. Mas estava longe de meus olhos, e o Maracanã já estava meio vazio. Quando Zico saiu, as pessoas saíram do Maracanã. Isso só Zico.
Zico fez o gol, fez a alegria de milhares de torcedores, e vai ajudar milhares de pessoas com a renda. Tinha mais de 60.000 pessoas no Maracanã, para um jogo beneficente, com um ingresso não tão barato. Isso só Zico. Meus amigos franceses curtiram muito, querem voltar para um jogo do Mengo. Antoine já tem a camisa do Flamengo, com o nome de Gabi. E Marc-Antoine vai comprar, e escolher um jogador. Ele já me falou que queria botar o nome de um jogador antigo, de Nosso Rei, de Deus. Só Zico tem esse peso, esse tamanho de idolatria que até um francês vai querer eternizar sua camisa com o nome de Zico. Isso só Zico.
Mais uma vez, obrigado Zico. Por tudo.







Deixe um comentário