Na geral #18: Francêsguista virou livro

O jogo contra Cuiabá no domingo foi o último do ano com o consulado Fla Paris. Fui na casa de sempre, o Fleurus, já sem esperança do título. Foi o pior ano desde 2016, quando Flamengo voltou a brigar por taças. Esse ano é só comparável ao de 1995, quando Flamengo tinha muitas esperanças e teve ainda mais decepções. Foram, em 1995 e 2023, muitos vices, muitas vergonhas. Culpo tanto a diretoria, que errou ao liberar Dorival Júnior e contratar Vítor Pereira, que o técnico Jorge Sampaoli, que foi um fracasso completo. Culpo também os jogadores, poucos se salvaram esse ano, e outros caíram de rendimento de uma forma dramática. Agora, é só esperar dias melhores, com Tite no banco e contratações em campo.

Mas o jogo contra Cuiabá teve bons momentos também, com a despedida de Filipe Luís e Rodrigo Caio. O Filipe Luís está na galeria dos grandes laterais esquerdos da história. E teve vários, Jordan, Paulo Henrique, Leonardo, Athirson, Juan. Mas acho, até tenho certeza, que, por causa dos títulos, da inteligência e classe em campo, também fora do campo, por causa da ligação com a torcida e da identificação com o Flamengo, Filipe Luís é só superado pelo Júnior. O mosaico da torcida com a foto do garoto Filipe Luís e seu Manto Sagrado ao lado do avô foi foda. Também, vale dizer que a torcida lotou em 2023 o Maracanã apesar de todas as decepções, batendo até o recorde no século XXI de média no Maracanã, superando a marca do ano histórico de 2019. Outro homenageado foi Rodrigo Caio, também na galeria dos grandes zagueiros da história do clube. Pena que o joelho não ajudou, mas em forma, foi um dos zagueiros mais limpos que teve, também um dos mais vencedores.

E em Paris, o jogo contra Cuiabá também foi a oportunidade de apresentar para os amigos do consulado meu livro Francêsguista. Juntei num livro em autopublicação todas as crônicas que escrevi quando estava no Brasil, de setembro de 2022 até julho de 2023. E foram muitas crônicas: 16 na categoria Na geral, 81 jogos eternos, número bom na história do Flamengo, 20 ídolos, 20 times históricos. No total, mais de 500 páginas sobre nosso Flamengo. O objetivo não é de fazer dinheiro, só ter um formato físico de minha temporada no Brasil, e de achar uma maneira completa de contar a história incompleta do nosso grande amor. Fiquei feliz de ter o livro nas mãos e depois de mostrar para os amigos.

E fiquei feliz com os irmãos interessados para o comprar o livro. Waldez era o primeiro interessado, mas faltou o jogo, e meu primeiro cliente foi Cidel, nosso presidente. Dedicatória, foto e abraço, Flamengo tem esse poder de ligar as pessoas, de criar amizades além do futebol. Também seria bom de ter o livro disponível no Brasil, mas agora de volta na França, fica difícil para mim de cuidar disso. Precisa de tempo, e prefiro dedicar esse tempo à escrita. Porque, mesmo de volta na França, continuou a alimentar o blog e escrever crônicas. Adoro escrever sobre Flamengo, pesquisar sobre Flamengo, seus jogos eternos, seus ídolos, seus times históricos. Tenho poucos leitores, mas minha recompensa é quando alguém me parabeniza para uma crônica, ou agora, o livro. E tem ainda melhor recompensa, é quando uma crônica traz lembranças para um irmão flamenguista desconhecido, quando ele responde a crônica com um “tava no Maracanã nesse jogo” ou um “meu pai me falava desse jogador, falava que jogava de terno”. Cada um de nós ama o Flamengo de seu jeito, e esse blog é uma oportunidade de lembrar esse amor.

Como já falei, o objetivo não é dinheiro, o objetivo é escrever sobre Flamengo, ressaltar sua história. Deixo então aqui o PDF do livro, para quem tem curiosidade de ler e não está na França, para quem quer saber mais sobre nosso Flamengo. Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte.

Uma resposta para “Na geral #18: Francêsguista virou livro”.

  1. Avatar de Na geral #20: Encontrei de novo Deus – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo

    […] tive tempo para oferecer meu livro Francêsguista ao Zico, só de escrever isso, ainda tenho emoção no coração, brilho no olho, alegria na alma. […]

    Curtir

Deixe um comentário

O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”