Jogos eternos #145: Jorge Wilstermann 1×2 Flamengo 1981

Hoje, Flamengo joga na Libertadores na Bolívia, onde sempre é difícil de jogar. Até escrevi sobre um empate na Bolívia, um 2×2 contra o Real Potosi em 2007, quando comecei a conhecer melhor o amor de minha vida. Flamengo jogou 7 partidas na Bolívia, todas na Copa Libertadores, com apenas 2 vitórias. Por coincidência, as vitórias foram no primeiro e no último jogo, em 1981 e 2019, dois anos históricos para o Flamengo. Vamos começar então com o primeiro jogo, contra Jorge Wilstermann.

Em 1981, Flamengo passou da primeira fase da Libertadores depois de um jogo extra contra o Atlético Mineiro, jogo polêmico, mas decisão justa do juiz, que mandou para fora um time que não veio para jogar futebol. Na semifinal, com grupos de três times, Flamengo venceu na estreia na Colômbia, e dez dias depois, continua o caminho para o título com um jogo na Bolívia, em Cochabamba, com 2.500 metros de altitude. Ainda não tinha na cidade o Cristo de la Concordia, inaugurado em 1994 e até maior que “nosso” Cristo Redentor, com 34 metros de altura.

O adversário era o Jorge Wilstermann, nome em homenagem ao primeiro piloto comercial da Bolívia. Como Flamengo, Jorge Wilstermann, agora o clube, classificou-se na semifinal da Libertadores de 1981 depois de jogo de desempate, com goleada contra The Strongest e dois gols de um ídolo brasileiro, Jairzinho. Mas na altura do jogo contra Flamengo, Jairzinho já tinha voltado ao Botafogo, inclusive para engolir um mês depois um 6×0 contra Flamengo, ainda não um jogo eterno no Francêsguista.

No 13 de outubro de 1981, o técnico Paulo César Carpegiani escalou Flamengo assim: Raul; Leandro, Figueiredo, Mozer, Júnior; Andrade, Adílio, Zico; Chiquinho, Baroninho, Nunes. E com 14 minutos, uma falta para Flamengo de muito longe. O Baroninho foi cobrar. Precisa personalidade para cobrar uma falta quando tem Zico no time. “Do meio da rua”, Baroninho chutou forte, a bola quicou um pouco antes do goleiro, que foi enganado e viu a bola morrer nas redes. Precisa talento para fazer um gol assim. Zico foi abraçar Baroninho, Flamengo estava na frente. No segundo tempo, um lançamento para outro brasileiro de Jorge Wilstermann, um outro camisa 7 cabeludo, Bendelack, que aproveitou-se da queda de Mozer para fazer um bom passe cruzado para Melgar, que chutou cruzado para empatar o jogo.

O empate ainda era bom para Flamengo, mas o rubro-negro queria mais, queria a vitória. Com hora de jogo, num escanteio cobrado pelo Lico, que entrou no lugar de Chiquinho, Adílio pulou alto, cabeceou bonito, desempatou. Antes de voltar ao Maraca, Flamengo conquistava uma bela vitória e se aproximava, ainda na altitude boliviana, da final da Liberta, da glória de um título sul-americano.

2 respostas para “Jogos eternos #145: Jorge Wilstermann 1×2 Flamengo 1981”.

  1. Avatar de Jogos eternos #186: Peñarol 3×2 Flamengo 1999 – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo

    […] jogou 8 vezes na Bolívia e ganhou apenas 2 jogos, um já eternizado no Francêsguista, contra Jorge Wilstermann em 1981. Assim, para o jogo contra Bolívar, era importantíssimo de fazer uma diferença já na ida no […]

    Curtir

  2. Avatar de Jogos eternos #270: Cienciano 0x3 Flamengo 2008 – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo

    […] apenas 4 dos 17 jogos com mais de 2500 metros de altitude. Já eternizei a primeira vitória, um sucesso 2×1 contra o boliviano Jorge Wilstermann na sagrada Libertadores de 1981, eu vou então do segundo sucesso, agora no […]

    Curtir

Deixar mensagem para Jogos eternos #270: Cienciano 0x3 Flamengo 2008 – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo Cancelar resposta

O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”