Hoje é um dia especial para o torcedor rubro-negro, com finalmente a despedida de Adriano Imperador, 8 anos depois do último jogo profissional, 12 anos depois de (não) jogar no Flamengo, 24 anos depois de iniciar a carreira no Flamengo, 15 anos depois de se eternizar no Flamengo. Adriano é um dos maiores ídolos do Flamengo, já eternizado no Francêsguista. Merecia uma despedida no Maraca e a lista dos jogadores presentes mostra quanto importante foi Adriano no futebol e na vida das pessoas, com seu jeito simples e humilde.
Para o jogo de despedida, tem o Flamengo, claro, que vai enfrentar um time de amigos da Itália. Il Imperatore, chamado assim pelos tifosi, foi ídolo na Internazionale, conquistando um tetracampeonato italiano. Assim, para minha homenagem do dia, escolhi um jogo do Flamengo contra um quase sinônimo, o Internacional.
Adriano precisou de menos de 100 jogos para se tornar imortal no Flamengo. Começou jovem, fez seu primeiro gol com o Manto Sagrado ainda menor, 11 dias antes do 18o aniversário, contra São Paulo, um jogo eterno no Francêsguista. Saiu em 2001 como jovem promessa, voltou em 2009 como nome consagrado do futebol mundial, mas também como um Imperador pronto a abdicar, a desistir do futebol. Voltou no Flamengo para vivar em paz, para reencontrar a felicidade. E também fez a felicidade do torcedor.
Nosso Didico voltou com a camisa 29, com festa e com gol contra o Athletico Paranaense, outro jogo eternizado no blog. Passou em branco nos dois jogos seguintes, duas derrotas fora da casa, 2×4 contra Sport com a camisa 27 e um humilhante 0x5 conta Coritiba com a camisa 92. No Maraca, Fla precisava de uma reação contra o Internacional, nome que bate forte no coração do Adriano. Para Flamengo, tinha também a possibilidade de se vingar da eliminação na Copa do Brasil contra o mesmo Internacional, que aconteceu exatamente um mês antes. No 21 de junho de 2009, o técnico Cuca escalou Flamengo assim: Bruno; Léo Moura, Ronaldo Angelim, Welinton, Fabrício, Juan; Willians, Toró, Ibson; Emerson Sheik, Adriano.
E Adriano, agora com a camisa 90, precisou de apenas 12 minutos para fazer a alegria do torcedor no Maraca. Willians fez o pressing e ganhou uma bola na parte do campo flamenguista. Ibson, quase no círculo central, viu Adriano pedir a bola no espaço, no limite do impedimento, e o serviu perfeitamente. Adriano mostrou a frieza do artilheiro, com um toque leve, de cobertura, um beijo na bola para morrer na rede, e sentiu o calor do povo, da Nação, beijando o escudo no Manto Sagrado. Um golaço do Imperador.
Com 35 minutos de jogo, o incansável Willians ganhou mais uma bola e transmitiu para Léo Moura, outro jogador de folego. Léo Moura acelerou, driblou Álvaro, cruzou no chão. Ibson, jogador de inteligência e maestria, fez o toque leve de calcanhar, só para deixar a bola para Emerson. Sem espaço para armar, Emerson partiu para o chute de bico, bem forte, bem na gaveta, sem qualquer chance para o goleiro Lauro. Um golaço do Sheik, Flamengo tinha uma dupla para alegrar o povo e reinar sobre o futebol brasileiro.
Ainda no primeiro tempo, nos acréscimos, com o físico forte, Emerson Sheik ganhou a falta, com 25 metros de distância, um pouco na direita, ideal para um canhoto habilidoso e potente. Na cobrança, Adriano usou mais a técnica do que a força, bateu colocado, fez vibrar a rede e a torcida. Um golaço do Imperador. A Nação começava a realizar que tinha tudo para sonhar nessa temporada, que o Adriano ia dar, de todos os jeitos possíveis, muitas alegrias ao torcedor.
No meio do segundo tempo, a grande dupla de laterias, uma das maiores da história do Flamengo, funcionou mais uma vez. Na esquerda, Juan abriu bem longe, bem preciso, bem na direita para Léo Moura, que no domínio passou na frente de Glaydson, que fez a falta boba, cometeu o pênalti. A bola era nas mãos do Adriano, nos pés do Didico, no fundo do gol. Com tranquilidade, o Imperador completou seu primeiro hat-trick com o Manto Sagrado, o segundo chegou em 2010 no Fla-Flu, outro jogo eternizado no Francêsguista.
E mais, no final do jogo, teve outra volta de um jogador marcante do início do século flamenguista, um sérvio cracaço, Dejan Petkovic. Um mês depois da assinatura do contrato, como acordo sobre dívidas do clube, Petkovic voltou a entrar em campo, ainda sem destabilizar os adversários e decidir os jogos. Contra o Internacional, o Rei, o herói do jogo, o Imperador, foi nosso Didico, que mais uma vez fez a alegria do flamenguista no Maraca, da criança na favela, do fã no mundo inteiro.








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