Jogos eternos #287: Flamengo 2×1 Vasco 1975

Sem jogo do Flamengo hoje, eu vou para um jogo que aconteceu exatamente 50 anos entre Flamengo e o arquirrival Vasco. O Clássico dos Milhões foi o melhor clássico do futebol carioca a partir da segunda metade dos anos 1970 por causa de dois jogadores de alta categoria e classe dentro e fora do campo, Zico para nós, Dinamite para eles.

No campeonato carioca de 1975, Flamengo foi bem mediano na Taça Guanabara com 5 vitórias, 3 empates e 3 derrotas. Precisava vencer o segundo turno para já se classificar no triangular final. Andava bem melhor no segundo turno, a Taça Augusto Peira da Motta, ainda era invicto com 6 vitórias e 2 empates. Problema é que Botafogo fazia ainda melhor, com apenas um ponto perdido, justamente contra Flamengo. A vitória rubro-negra contra Vasco era obrigatória.

No 8 de junho de 1975, para mais um Clássico dos Milhões, o técnico Joubert escalou Flamengo assim: Cantarele; Júnior, Jayme, Luís Carlos, Rodrigues Neto; Liminha, Geraldo, Zico; Doval, Luisinho Lemos, Edson. No lado vascaíno, além de Roberto Dinamite, destaque para Edu Coimbra, o irmão de Zico, que ingressou Vasco neste ano de 1975 depois de 10 anos brilhando no America. E Flamengo, além de Zico, tinha dois craques no meio de campo, o saudoso Geraldo, que nos deixou no ano seguinte, e o argentino Doval, que também morreu cedo.

No Maracanã, com mais de 75 mil presentes na arquibancada e na geral, Flamengo precisou de apenas 12 minutos para abrir o placar. Doval lançou Geraldo, que fintou Zanata e voltou atrás para o próprio Doval. O chute de Doval não saiu forte, porém preciso, com um pouco de efeito que deixou o também argentino Andrada vencido. Flamengo dominou o resto do primeiro tempo, sem fazer o outro gol.

Após o intervalo, Vasco voltou melhor e empatou aos 7 minutos do segundo tempo. Numa falta cobrada por Edu, o lateral Paulo César aproveitou da indecisão na pequena área e fuzilou Cantarele. A esperança vascaína durou apenas 5 minutos. Geraldo abriu na direita para Júnior, que entrou em velocidade na grande área, porém sem dominar bem a bola. A jogada ficou indecidida até chegar aos pés de Zico. Aí já era decidido. Zico dominou a bola, deixou quicar no chão uma vez e chutou no gol. O Vasco inteiro reclamou da arbitragem, alegando uma mão de Zico, porém não adiantava, Flamengo venceu, o Clássico dos Milhões era rubro-negro.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”