Jogos eternos #339: Sport 1×2 Flamengo 2008

Hoje, dia do aniversário do clube, Flamengo joga contra a lanterna e quase rebaixado Sport para tomar a liderança do Brasileirão. Na casa do Sport, onde Flamengo não perde desde 2017, a vitória é obrigação, mesmo que seja suada.

Em 2008, Flamengo também jogava na casa do Sport para a liderança do Brasileirão. O Mengão não vencia na Ilha do Retiro no Brasileirão desde 1999, gol de Romário. Sport ainda era invicto em casa na temporada de 2008, alcançando 22 jogos sem perder. Flamengo começou o Brasileirão com 5 vitórias em 7 jogos e precisava de mais uma vitória para sonhar com o hexa. Em 29 de junho de 2008, o saudoso técnico Caio Júnior escalou Flamengo assim: Bruno; Léo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim, Juan; Jaílton, Cristian, Ibson, Renato Augusto; Marcinho, Obina.

Na Ilha do Retiro, num gramado ruim, os dois times tiveram dificuldades para criar boas jogadas. Na segunda parte do primeiro tempo, Flamengo começou a tomar conta do jogo, Juan achando o travessão num cabeceio. Do outro lado, Bruno fez boa defesa em dois tempos num chute de Daniel Paulista e o jogo ficou no 0x0 até o intervalo.

No início do segundo tempo, numa falta jogada em dois tempos, Juan cruzou na área, com a precisão de sempre. Obina venceu o duelo com o zagueiro, tocou de cabeça, abriu o placar. Depois de sair do banco em 6 jogos do Brasileirão, Obina era titular pela primeira vez e não decepcionava, fazendo seu primeiro gol no campeonato. Abro um parêntese para dizer mais uma vez que Obina foi meu primeiro ídolo no Flamengo. Aliás, por causa do jogo contra Paraná em 2005, contra Vasco em 2006 e muitos outros, por causa da ligação com a torcida e uma coisa impalpável que só existe com o Manto Sagrado, Obina foi o primeiro ídolo de muitos pequenos flamenguistas que começaram a acompanhar o time nestas horas difíceis.

Faltando 15 minutos para o final do jogo, Francisco Alex chutou de longe, a bola quicou de forma esquisita e enganou Bruno para ir no fundo do gol. Sport empatava, a liderança rubro-negra estava ameaçada. Aos 48 minutos do segundo tempo, minuto eterno na história do Flamengo em geral e de Obina em particular, Kléberson, com visão de jogo sensacional, abriu na grande área para Juan, ainda ele, que cruzou no chão, para Obina, sempre ele. O predestinado abriu o pé, meio de letra, meio de alguma coisa sei lá e, com a raça de sempre, desempatou. A Nação explodiu, em todos os cantos do Nordeste, do Rio, até da França para um jovem torcedor de 15 anos, ainda novo, mas já com um ídolo no coração, Obina.

Sport perdia a invencibilidade na Ilha do Retiro, Flamengo mantinha a liderança, o sonho de conquistar um Brasileirão que não vinha desde muito tempo. Porém, logo depois, o Mengão perdeu Renato Augusto, Marcinho e Souza, perdeu a liderança e até a vaga para a Libertadores. Em 2025, com outros ídolos, o roteiro final será diferente.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”