Jogos eternos #348: Náutico 3×4 Flamengo 1982

Flamengo encerra hoje o Brasileirão já de olho na Copa Intercontinental e pode chegar aos 81 pontos. Um número bom na história do Flamengo, teve 1981, 2019 e agora 2025, talvez os três maiores times do clube. Hoje, o Flamengo é atual campeão de tudo no Brasil, campeonato carioca, Supercopa, Copa do Brasil, Brasileirão, mais a Copa Libertadores. Em 1982, Flamengo era também campeão de tudo: carioca, Brasileirão, Copa Libertadores mais o Mundial.

Eu vou então hoje de um jogo desse time inesquecível. Já eternizei o primeiro jogo da campanha vencedora do Brasileirão de 1982, uma virada contra São Paulo, com um show de Zico, e escolho agora o segundo jogo da campanha, quatro dias depois. Em 24 de janeiro de 1982, para o jogo contra Náutico, o técnico Paulo César Carpegiani escalou Flamengo assim: Raul; Leandro, Maurinho, Mozer, Júnior; Andrade, Vítor, Zico; Lico, Adílio, Nunes.

No Arruda, Flamengo começou bem o jogo. Aos 13 minutos de jogo, Nunes abriu na direita. Com a categoria de sempre, Leandro dominou perfeitamente de pé direito. Trocou de pé e mandou a bomba com o pé esquerdo, diretamente na gaveta do goleiro. Leandro era um jogador de poucos gols, mas sempre de gols importantes, de golaços.

Cinco minutos depois, num escanteio de Náutico, Raul saiu mal, o zagueiro Douglas aproveitou para empatar. No intervalo, apesar do domínio rubro-negro, jogo estava empatado. E logo no início do segundo tempo, do meio da rua, Heider mandou a bomba na gaveta de Raul para o segundo golaço do dia. Náutico virou e mais, apenas três minutos depois, Heider fez o segundo dele com um cabeceio. Náutico vencia agora 3×1, já perto da vitória e ao mesmo tempo, tão longe. Flamengo lembrava do jogo contra São Paulo quatro dias antes e da situação similar, lembrava que tinha craques, o maior de todos, Zico.

E cinco minutos depois do gol do time pernambucano, Flamengo reagiu. Com o maior de todos, no seu melhor estilo. Numa falta num ângulo impossível, à la Juninho Pernambucano contra Barcelona em 2009, Zico cobrou bem, Lico apenas desviou de cabeça e diminuiu. Na metade do segundo tempo, Mozer, no seu estilo particular, fez a diferença bola no pé e achou Zico, que driblou Douglas e chutou com categoria no gol, sem chance para Jairo. Era o gol do empate, faltava um golzinho ainda para a vitória.

E o gol da virada, ou melhor da contra-virada, chegou quatro minutos depois. Com Zico, claro, de falta, óbvio. Antes da cobrança, com 20 metros de distância, o Arruda já sabia. E o esperado aconteceu. Num estilo bem similar ao golaço que tinha feito dois meses antes contra Cobreloa para oferecer ao Mengo sua primeira Copa Libertadores, Zico repetiu o golaço. Com uma assistência e dois gols de seu craque e camisa 10, Flamengo virou de novo no Brasileirão de 1982, já era pronto para ser campeão de tudo.

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O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”