Jogos eternos #12: Flamengo 2×0 Athletico Paranaense 2013

Uma exceção hoje, nós não vamos de um jogo contra o adversário de dia, mas vamos de um título. Porque hoje é dia de decisão, é dia de título. Estou louco desde muito tempo para ganhar mais uma Copa do Brasil. Porque é mata-mata, é emoção. Gosto muito da Copa do Brasil, e desde que o Flamengo recomeçou a ganhar tudo, só falta o Mundial e a Copa do Brasil.

Flamengo merece a Copa do Brasil e a Copa do Brasil merece Flamengo. Em 2013, os times classificados na Copa Libertadores estreavam na Copa do Brasil nas oitavas. Mas Flamengo, depois de uma temporada 2012 muita fraca, começou na Copa já na primeira fase. Passou Remo, Campinense, ASA. Eliminou o Cruzeiro campeão brasileiro, com gol de Elias no fim do jogo. Em meio a uma crise, goleou o Botafogo de Seedorf, com três de Hernane. Venceu duas vezes 2×1 Goiás na semifinal.

Na final de ida, contra o Furacão, empate fora de casa. Inclusive, como foi esse ano contra o Corinthians. Ainda tinha a regra do gol fora de casa, e Flamengo podia ser campeão com um 0x0. O Maracanã foi reinaugurado esse ano de 2013, depois de anos longe de casa para o Flamengo, no Engenhão. Todo mundo queria estar no Maraca, apesar dos ingressos muitos caros. Ingresso mais barato era 250 reais, um absurdo. E o Maracanã estava lotado, com 68.857 torcedores. Com isso, Flamengo arrecadou quase 10 milhões de reais, quase um recorde, só perdendo para a final da Libertadores do mesmo ano.

27 de novembro de 2013, Flamengo foi escalado assim: Felipe; Léo Moura, Wallace, Samir, André Santos; Amaral, Elias, Carlos Eduardo; Luiz Antônio, Paulinho, Hernane. O técnico era Jayme de Almeida, o interino de sempre, agora efetivado. Gostava muito de Jayme, era limitado como técnico, mas se há uma coisa que não pode ser duvidada, é seu rubro-negrismo. É próximo dos jogadores, e para um trabalho de poucos meses, para buscar um título, pode ser o nome ideal.

No Maracanã, Flamengo dominou o primeiro tempo, sem fazer o gol. Luiz Antônio achou a junção do travessão e da trave de Weverton numa falta de bem longe. No segundo tempo, Hernane teve boas chances, de pé esquerdo, de cabeça, até de voleio. Ainda 0x0, a um gol de uma glória eterna ou de um vexame histórico.

No 87o minuto, Elias achou em profundidade Paulinho, que cruzou para Hernane. Chutou de pé direito, Weverton rebateu com a cabeça. Hernane recuperou a bola, cruzou de pé esquerdo para Paulinho. Paulinho esperou e fez uma finta sensacional, um giro que deixou o defensor meio perdido. Paulinho para Elias, bem colocado na grande área, só esperando a bola para fazer a alegria dos torcedores, no Maracanã e no mundo inteiro. Elias para o fundo das redes, Flamengo 1×0.

Esse gol teve a participação dos jogadores mais importantes do ano. Gostava muito de Paulinho, um driblador, bom de bola. Num time limitado, precisa de um jogador que pode fazer a diferença sozinho, ganhar 30 metros com uma arrancada, dois dribles e uma falta. E Elias reinou no meio de campo em 2013. Flamengo não fracassou por pouco em 2013 e boa parte do mérito é por Elias, líder técnico do time. E claro Hernane, que fez uma temporada de sonho, e que era quase um Obina para mim em termo de idolatria.

O jogo começou as 21:50 no Brasil, e assisti ao jogo no meio da noite na França, sem poder gritar porque minha irmã estava dormindo no mesmo quarto. Não sei a qual hora aconteceu o gol do Elias em Paris, mas gritei em silêncio. Gosto muito de assistir aos jogos do Flamengo sozinho na noite, ainda mais para comemorar um título. Mas no fundo, o gol não mudava muitas coisas, com um gol só do Athletico, tinha de batalhar de novo para o tricampeonato.

André Santos foi expulso, Manoel cabeceou, Felipe salvou. Num contra-ataque, Paulinho quase fez o segundo. Mas o segundo era para o homem do ano, o ídolo Hernane. Amaral achou na direita Luiz Antônio, que fez um drible de vaca e cruzou na área. O domino de Hernane não foi de craque, foi de ídolo. O chuto não foi na técnica, foi na raça, no amor, na paixão. Flamengo 2×0, Hernane acabou com o jogo, fez o gesto do acabou, o Maracanã em delírio, eu também em delírio no meu quarto dividido. Esse jogo foi uma das minhas maiores emoções com o Flamengo, o Flamengo era campeão.

Hernane merecia muito esse gol, fez uma temporada de sonho. O Brocador foi artilheiro do campeonato carioca, vice-artilheiro do Brasileirão, artilheiro da Copa do Brasil. Fez 36 gols no ano, foi eleito craque da galera. Não era exatamente craque, mas era da galera, tinha essa ligação com a torcida que poucos têm. Deu muitas alegrias aos flamenguistas, a maior, sem dúvida, esse 27 de novembro de 2013, quando Flamengo foi tricampeão da Copa do Brasil.

5 respostas para “Jogos eternos #12: Flamengo 2×0 Athletico Paranaense 2013”.

  1. Avatar de Jogos eternos #15: Flamengo 2×0 Cobreloa 1981 – Francesguista

    […] o Athletico Paranaense, até porque já escrevi sobre a última final contra o clube paranaense, o tri da Copa do Brasil em 2013. Eu vou então de uma final de Libertadores vencida pelo Flamengo, e como já escrevi […]

    Curtir

  2. Avatar de Ídolos #8: Elias – Francesguista

    […] final contra o Atlético Paranaense, um jogo eterno, gols de Elias e Hernane, e um tricampeonato. Uma alegria incrível para quem estava no Maracanã […]

    Curtir

  3. Avatar de Jogos eternos #80: Athletico Paranaense 0x1 Flamengo 2022 – Francesguista

    […] Flamengo x Athletico Paranaense virou um clássico da Copa do Brasil. Depois de Flamengo ganhar a final da Copa do Brasil 2013 contra o Furacão, um jogo eterno aqui, os dois times se encontraram na competição cinco anos conseguidos entre […]

    Curtir

  4. Avatar de Jogos eternos #183: Flamengo 4×0 Botafogo 2013 – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo

    […] Uma comemoração que ia se eternizar um mês depois, Hernane repetindo o feito no gol que decidiu o título, contra o Athletico Paranaense. Com esse terceiro gol do dia, Hernane chegava ao 14o gol no Novo Maracanã, se confirmava como o […]

    Curtir

  5. Avatar de Jogos eternos #224: Flamengo 1×0 Athletico Paranaense 2022 – Francêsguista, as crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo

    […] com quem Flamengo já cruzou o caminho várias vezes na Copa do Brasil. Deu Flamengo, com título, em 2013, deu Athletico em 2019, Flamengo em 2020, Athletico em 2021, Flamengo em 2022, ainda daria Flamengo […]

    Curtir

Deixar mensagem para Jogos eternos #15: Flamengo 2×0 Cobreloa 1981 – Francesguista Cancelar resposta

O autor

Marcelin Chamoin, francês de nascimento, carioca de setembro de 2022 até julho de 2023. Brasileiro no coração, flamenguista na alma.

“Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte”