Para o presente de Natal, mais um jogo eterno de um ano histórico, o de 2019. Já teve crônicas de jogos eternos de 2019, o 1×0 contra Santos, gol de Gabigol, para fechar o primeiro turno na liderança, o 6×1 contra Avaí, o jogo das Taças, e claro, o Milagre de Lima, contra River Plate com dois gols de Gabigol. Esse ano foi maravilhoso, e vamos de mais um jogo, contra um time que foi rebaixado em 2022, Ceará.
O Flamengo vinha de uma vitória 2×0 contra o Internacional no jogo de ida das quartas de final da Libertadores. No jogo antes, uma goleada contra Vasco. O Flamengo de Jesus já era uma realidade, faltava os títulos, mas as vitórias, as goleadas, os golaços já desfilavam no Maracanã e nos outros estádios do Brasil e da América.
Depois da alegria do Maraca contra o Internacional, Flamengo foi no Ceará, em Fortaleza, para jogar contra Ceará, no Castelão. Detalhe importante para o final da história, o jogo foi num domingo as 19 horas no Brasil, então meia-noite na França. No 25 de agosto de 2019, um domingo, Jorge Jesus escalou um time misto, por causa do jogo de volta da Libertadores três dias depois. No Castelão, Flamengo entrou em campo assim: Diego Alves; João Lucas, Rodrigo Caio, Pablo Marí, Renê; Willian Arão, Piris da Motta, Gerson, De Arrascaeta; Berrío, Gabigol.
Na metade do primeiro tempo, um primeiro golaço. Um passe de peito de Berrío, um voleio de Marí, sem chance para o goleiro. Um golaço para a alegria do setor flamenguista do Castelão, para outros torcedores do Castelão nos setores de Ceará mas com o coração dividido, para os flamenguistas em todos os cantos do Brasil e do mundo, e para mim em Paris, já na cama de meu pequeno studio parisiense. Depois, João Lucas salvou em cima da linha de uma maneira impressionante. Flamengo ficava na frente no placar. Ainda no primeiro tempo, tabelinha entre Berrío e Gabigol, e um chute poderoso de Gabigol, sem chance para o goleiro. Segunda assistência de Berrío e segundo golaço do jogo.
Depois, foi história de gol anulados por impedimento, dois para Ceará, bem anulados, e um golaço de Gabigol de cobertura, também bem anulado. Depois, foi história de lances perigosos, sem gol. E para mim, acabou aqui a história do jogo. O juiz Wilton Pereira Sampaio deu 8 minutos de acréscimo. Na França, era duas da manhã, com trabalho cedo no dia seguinte. Para ganhar alguns minutos de sono, com o jogo já ganhado, desliguei a televisão e fui dormir. Mas o jogo não tinha acabado ainda, e o jogo virou eterno. Narrou Luiz Carlos Júnior: “La vem o Flamengo, querendo o terceiro, para terminar bem o jogo, Arrascaeta…”. Num cruzamento de Rafinha, Arrascaeta fez uma das bicicletas mais impressionantes que vi na minha vida. Mas que não vi ao vivo, e eu não terminei bem o jogo, ao contrário de todos os flamenguistas na frente da televisão.
Não relembro se vi o gol pela primeira vez no dia do jogo ou no dia seguinte. Acho que foi no dia do jogo mesmo. Sempre tenho um pouco de insônia depois de um jogo de Flamengo de noite, e após um tempo sem conseguir dormir, vou olhar o que está se dizendo no Twitter. E nesse dia no Twitter, foi só Arrascaeta, só o golaço do nosso Arraxxxca. Estava muito frustrado de ter faltado esse gol ao vivo por poucos minutos de (não) sono. Desde esse dia do 25 de agosto de 2019, ou dessa noite do 26 de agosto, nunca desligo um jogo do Flamengo antes do apito final. Luto até o fim. Mas desde lá, nunca vi um golaço tão bonito do que o gol de bicicleta de Arrascaeta.








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