Flamengo goleou Fortaleza e mira agora o Mundial dos clubes nos Estados Unidos. Estou ansioso para a competição e ver os confrontos entre clubes de diferentes países e continentes. Há anos e anos que existem competições internacionais, algumas oficiais como hoje e outras amistosas como era mais comum nos dias mais distantes.
Em 1961, mesmo com a Copa Libertadores já criada, o presidente do Boca Juniors, Alberto José Armando, inclusive que deu seu nome ao mítico estádio da Bombonera, idealizou um torneio da América do Sul com 2 gigantes do Rio de Janeiro (Flamengo e Vasco), de São Paulo (Corinthians e São Paulo), da Argentina (Boca Juniors e River Plate) e do Uruguai (Nacional e Cerro). Há outros clubes que pediram o reconhecimento deste torneio como uma Copa Libertadores. Não quero que seja o caso do Flamengo, acho que só apequena o clube, porém precisamos falar sobre esse torneio e de sua importância na época.
Prova é o Jornal dos Sports, que falava na edição do dia de abertura do “Torneio Octogonal, cujo certame nasce cercado da mais acentuada expectativa”. Flamengo estreou no Torneio Octogonal Sul-Americano contra o Corinthians, inclusive os dois times se reencontraram três meses depois na final de um outro torneio importante que sumiu, o Torneio Rio-São Paulo, com título do Flamengo e jogo eternizado no Francêsguista. Antes disso, para a estreia do Torneio Octogonal, no 4 de janeiro de 1961, o técnico Fleitas Solich escalou Flamengo assim: Ari; Joubert, Bolero, Jadir, Jordan; Carlinhos, Gérson; Luís Carlos, Henrique Frade, Babá, Dida.
Nem todos os espectadores haviam chegado ao Pacaembu quando Flamengo abriu o placar, já no primeiro minuto do jogo. Segundo a reportagem do Jornal dos Sports, “a bola veio ter aos pés de Dida, que, em excelente situação, chutou bem, para assinalar o primeiro goal do Flamengo”. O jogo ficou equilibrado e Gérson quase fez de falta, Gilmar defendeu parcialmente e teve o tempo de afastar o perigo antes da chegada de Dida. Antes do intervalo, o Corinthians quase empatou, mas o juiz uruguaio Esteban Marino, que um ano depois será pivô da absolvição de Garrincha para jogar a final da Copa, assinalou um impedimento.
O jogo ainda andava equilibrado e os dois goleiros Ari e Gilmar brilharam. No intervalo, Moacir entrou no lugar de Dida, mas o Corinthians empatou no início do segundo tempo graças a um gol de Lanzoninho. O Pacaembu pegou fogo mas gelou dois minutos depois. “Um chutaço de Henrique voltou no ataque. Vinha parar nos pés de Gérson, mas o meia, proposicionalmente, deixou passar e Moacir aproveitou bem: enfiou o pé com decisão. Era o segundo goal rubronegro”. Mesmo sem imagens, um gol com marca de gênio de Gérson e feiticeira do experiente técnico paraguaio Fleitas Solich.
Na frente no placar, Flamengo passou a dominar mas quase concedeu o empate. “Joaquinzinho ia marcar, apareceu Jadir na hora exata para afastar a escanteio”. Jadir salvou, Flamengo conseguiu a vitória no Pacaembu e estreou bem num Torneio Octogonal conquistado três semanas depois.








Deixe um comentário