
Francês desde o nascimento, carioca desde setembro de 2022. Brasileiro no coração, flamenguista na alma. Uma vez Flamengo, Flamengo além da morte.
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Jogos eternos #291: Flamengo 3×0 Bangu 2020

Sem jogo do Flamengo hoje, volto ao passado com um jogo que aconteceu exatamente há 5 anos. E não era qualquer jogo, era a volta do futebol brasileiro depois de três meses parados por causa da pandemia de Covid-19.
A volta do futebol gerava debates já que o Brasil tinha mais de 45 mil mortes do Covid. Em junho de 2020, era uma média de mais de mil mortes por dia, com um triste recorde de 1.470 óbitos no único dia do 4 de junho de 2020. Duas semanas depois, o futebol estava de volta no Rio de Janeiro, mesmo com quase 300 mortes por dia só no estado fluminense. Do outro lado, sem jogos, a economia do futebol não funcionava e muitos funcionários de clubes foram demitidos. O clube do Flamengo, com diretoria próxima ao presidente Jair Bolsonaro, estava em favor da volta do futebol. Mesmo que seu funcionário mais antigo, o eterno Jorginho, massagista do clube desde 1980, morreu do Covid no mês de maio.
O futebol carioca estava de volta, o Flamengo também, com uma mistura de doce e salgado. Eu tinha saudade do futebol e do Flamengo, mas a situação sanitária estava dramática e parecia que só piorava, com muitas informações e ainda mais desinformação. Mesmo sendo contra uma volta antecipada do futebol, eu estava na televisão para assistir ao jogo do Flamengo, num Maracanã vazio, tinha que se acostumar. No 18 de junho de 2020, o ainda técnico do clube Jorge Jesus escalou Flamengo assim: Diego Alves; Rafinha, Léo Pereira, Rodrigo Caio, Filipe Luís; Willian Arão, Gerson, Arrascaeta; Éverton Ribeiro, Bruno Henrique, Gabigol.
O adversário era Bangu e o primeiro lance de perigo foi para Gabigol, que chutou de perna esquerda mas a bola apenas flirtou com a trave. Na direita, Rafina cruzou, a bola flirtou com a cabeça de Bruno Henrique e voltou no pé esquerdo de Arrascaeta, que fuzilou o goleiro para abrir o placar. Flamengo voltava ao futebol sem as pernas de 2019, mas ainda era capaz de brilhar. Na metade do segundo tempo, Michael lançou na profundidade Gabigol, que ganhou do adversário e cruzou para o cabeceio de Bruno Henrique, sem chance para o goleiro.
No final do jogo, Gabigol, em dia de garçom, cortou no meio e deixou a bola para Pedro Rocha que, três minutos depois de entrar no jogo, fez seu único gol com o Manto Sagrado. Sem convencer nem comover, a não ser no minuto de silêncio em homenagem a Jorginho e às vítimas do Covid, Flamengo vencia facilmente Bangu. O futebol estava de volta em terras cariocas. No mesmo dia, 274 pessoas morreram do Covid no estádio de Rio de Janeiro, inclusive dois no hospital de emergência montado no próprio complexo do Maracanã.
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Jogos eternos #290: Flamengo 4×1 Stade Soussien 1962

Flamengo estreia hoje no Mundial de Clubes contra Espérance de Tunis, time da Tunísia. Flamengo já jogou contra times tunisianos, até jogou na Tunísia, em 1962.
A história do Flamengo é riquíssima e detalhadíssima. Jogou em todos os continentes, em mais de 70 países, mais de 350 cidades. Para escolher minhas crônicas e combinar história e atualidade, eu sempre uso o site FlaEstatísticas, que tem as fichas de todos os jogos do Flamengo em mais de 120 anos de história. Com mais de 6600 jogos, tem apenas três partidas em que não se sabe quem fez gol: o décimo gol na goleada 14×0 sobre Mangueira em 1912, os gols no 6×2 contra Vila Isabela e o jogo contra o Stade Soussien em 1962.
Entre abril e junho de 1962, Flamengo partiu para uma excursão na Europa e na África de 22 jogos, destaque com vitórias 2×0 sobre Barcelona, 5×1 contra Malmö e 5×1 contra a Noruega. Atravessou a Cortina de Ferro para jogar na Tchecoslováquia e também foi jogar na África. Fla estreou no Quadrangular da Tunísia contra o Stade Soussien, em El Menzah, perto de Tunes. No 16 de junho de 1962, o técnico Flávio Costa escalou Flamengo assim: Mauro; Joubert, Vanderlei, Décio Crespo, Jordan; Carlinhos, Nelsinho; Joel, Henrique Frade, Dida, Miranda.
Semanas atrás, Celso Júnior, dono do site FlaEstatísticas que já mencionei, entrou em contato comigo para tirar dúvidas sobre jogos do Flamengo na França, em Tolosa e Sochaux. Também falamos sobre o jogo contra o Stade Soussien em que, apesar das pesquisas profundas, não se sabe quem fez os gols do Flamengo. O Jornal dos Sports, principal fonte da época, escreve algumas linhas sobre a vitória 4×1 do Flamengo na Tunísia, um texto tão pequeno que podemos o citar integralmente: “Em partida realizada ontem, em Tunis, o Flamengo derrotou a equipe do ‘Stade Saoussien’, pela contagem de quatro tentos a um. O jogo foi valido pelo torneio quadrangular que se realiza naquela capital, tendo a equipe rubro-negra brilhado em sua estreia naquele certame. Em Túnis, o Flamengo ainda tem cerca de dois compromissos após os quais fará duas ou três exibições em Accra-Ganna, de onde retornará ao Rio”.
Na França, escrevo sobre o futebol brasileiro no site Lucarne Opposée, que fala sobre futebol em vários lugares do mundo. Temos vários especialistas dos outros futebol e um deles, Farouk Abdou, é tunisiano. Entrei em contato com ele sobre esse jogo, mas ele me respondeu que tem nada nos arquivos, já que a Tunísia teve sua independência apenas em 1956. Porém, Farouk falou que tem a possibilidade que não foi exatamente os jogadores do Stade Soussien que jogaram contra Flamengo. Em 1961, o Étoile du Sahel, um dos maiores times da Tunísia, foi extinto depois de episódios de violência num clássico contra Espérance de Tunis, o adversário de hoje do Flamengo. Vários jogadores do clube de Sahel foram jogar no Stade Soussien até 1962, talvez enfrentando Flamengo. Já é um esclarecimento, porém a dúvida de quem fez os gols segue inteira.
Ainda hoje pesquisei em vários jornais cariocas da época e só achei um trecho de O Jornal, dias depois apenas falando que “Flamengo ganhou um torneio de futebol em Tunis, cidade que, segundo os entendidos, deve ficar entre Barra Mansa e Volta Redonda…”. No 17 de junho de 1962, quando a Seleção conquistava o bicampeonato do mundo no Chile, Flamengo derrotou o Stade Tunisien 3×0, agora com marcadores definidos: Henrique Frade, Nelsinho e Dida. Flamengo conquistava o Torneio da Tunisia e seguia na África, no Gana. Há registros da Portuguesa Santista jogando na África do Sul em 1959 e o Santos de Pelé jogou no Marrocos em 1960, mas se não me engano, Flamengo foi o primeiro time brasileiro a jogar nessa parte da África. O Flamengo foi pioneiro, foi campeão e, mesmo sabendo pouco sobre os jogos, brilhou na África como brilhou em todos os cantos do mundo.
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Jogos eternos #289: Flamengo 2×0 Ujpest 1979

O início do Mundial de clubes se aproxima, entre empolgação e indiferença segundo os torcedores. Eu pessoalmente gosto do novo formato e estou ansioso para ver confrontos contra times de outros continentes, mesmo que agora os clubes europeus estão anos-luz na frente. Confrontos entre clubes europeus e sul-americanos existem desde quase sempre e a Europa não foi sempre o lugar onde se jogava o melhor futebol.
Hoje quase inexistentes, os jogos amistosos eram comuns décadas atrás e eram para os clubes a única possibilidade de enfrentar times de outros horizontes, além de encher os cofres. Na minha cidade amada de Paris, o Santos de Pelé brilhou e permitiu aos parisienses de ver uma coisa nunca vista antes. Precursor nas excursões no Brasil, na América do Sul e no mundo inteiro, Flamengo disputou a segunda edição do Torneio de Paris, em 1958, ano de glória para o futebol brasileiro. Na semifinal, foi eliminado após um empate e… um sorteio fatal. Conquistou o terceiro lugar contra Ujpest, time da Hungria.
Flamengo voltou a jogar contra Ujpest, vinte anos depois, num outro torneio prestigioso na Europa. A Espanha tinha vários torneios no final da temporada europeia, os mais importantes o Troféu Teresa Herrera na Corunha e o Troféu Ramón de Carranza em Cádis. O torneio convidava times importantes da Espanha, de outros países europeus e da Argentina, Uruguai e Brasil. Até 1979, Palmeiras foi o único brasileiro a conquistar o torneio, alias era tricampeão. O próprio Flamengo, em 1965, mas também Vasco, Botafogo, Santos e o Corinthians nunca conseguiram fazer melhor que um terceiro lugar. Benfica, duas vezes, era o único time além de Palmeiras que conseguiu tirar o título dos times espanhóis.
Em 1979, entre duas fases de um exaustante campeonato carioca, Flamengo foi na Europa para disputar o Troféu Ramón de Carranza. A estreia era uma “final antecipada” contra Barcelona, campeão da Recopa de Europa três meses antes. O time catalão tinha um trio de ouro com Rexach, Krankl e a nova contratação, o dinamarquês Simonsen, Bola de ouro em 1977. No estádio Carranza, com apenas 2 minutos de jogo, Júlio César Uri Geller entortou vários adversários e abriu o placar. No final do primeiro tempo, o juiz recusou um pênalti para Flamengo e concedeu uma falta perto da grande área. Destino igual para Zico, que mesmo exausto depois de um jogo com a Seleção brasileira no Monumental de Buenos Aires, achou a rede do Barcelona. E o destino para Flamengo, depois de ser ovacionado de pé pelo estádio, foi a final.
Para a Rádio Tupi, o jornalista Iata Anderson lembrou: “O super-Barcelona não sabe até hoje a cor da bola. Foi uma exibição de gala. Júlio César Uri Geller estava numa tarde infernal. Deixou os espanhóis encantados e assustados. Afinal, quem era aquele ponta que nem jogava pela Seleção e acabara de destruir uma potência da Europa, símbolo maior do futebol catalão? Carpegiani e Zico se encarregaram do resto. Que partida do Mengão”. Vale também citar a imprensa espanhola maravilhada, como o jornal madrilenho As que escreveu: “Um futebol de outra galáxia, não conhecido por aqui. Se tivesse mais sorte e precisão nas conclusões, o Flamengo teria imposto ao Barcelona uma goleada escandalosa e histórica”.
A Espanha estava ansiosa para ver de novo o Flamengo em campo, agora na final, contra o Ujpest, que eliminou o dono da casa Cádiz na semifinal. No 26 de agosto de 1979, o técnico Cláudio Coutinho escalou Flamengo assim: Cantarele: Toninho Baiano, Manguito, Nelson, Júnior; Andrade, Carpegiani, Zico; Tita, Júlio César, Cláudio Adão. O técnico do time húngaro, que assistiu ao primeiro jogo do Flamengo, colocou três homens para a marcação do driblador Júlio César. Cláudio Coutinho foi bem mais esperto, com uma troca inusitada de números das camisas. Lembra Zico no livro Zico 50 anos de futebol de Roberto Assaf e Roger Garcia: “Contra o time da Hungria teve a história dos negros. No vestiário, o Coutinho disse: ‘Para os húngaros, os negros são todos iguais’. Eles marcavam homem a homem, então o Coutinho pegou o Toninho e botou nele a camisa nove, pegou o Cláudio Adão e pôs nele a dois, a oito no Manguito, a quatro no Andrade… Foi tudo estudado. Nós combinamos: o Adão dá a saída para mim, eu dou ao Carpegiani, o Júnior entra aqui, o Carpegiani, o Júnior entra aqui, o Carpegiani dá e o Adão de movimentava para que eu possa entrar pelo meio. Pois bem. Deu a saída, o Adão tocou para mim, e dei para o Carpegiani e parti. O Carpegiani segurou um pouquinho, o Júnior entrou, ele meteu por cima do Júnior, o Adão se movimentou, o Júnior deu para mim e eu fiz o gol. O cara que era para marcar o Adão estava com o Toninho lá na lateral-direita e o outro com o Adão, e por aí vai”.
Com sua humildade de sempre, Zico esqueceu de dizer que o gol foi golaço tanto na construção do que na finalização, de cobertura. Os húngaros nem tinham tocado na bola e Flamengo já estava na frente no placar, com apenas 9 segundos de jogo, talvez um recorde na história do Flamengo. Na metade do segundo tempo, Zico fez outro gol, Flamengo venceu 2×0 e podia levantar, ou ao menos segurar, a impressionante taça, de 1,5 metro de altura e 65 quilos. Na volta para o Brasil, o time do Flamengo compartilhou o voo com exilados de volta ao Brasil depois da anistia e desembarcou no Rio de Janeiro com festa, ao som de Apesar de você, de Chico Buarque. Teve até a fundação da “Flanistia”, era um momento de alegria para os amantes da liberdade e do futebol brasileiro, que mais uma vez brilhou na Europa. Para fechar a crônica, deixo o comentário do Diaro de Cádiz, que em poucas palavras já diz tudo, após o jogo contra Barcelona: “O Flamengo fez com os pés o que os Globetrotters fazem com as mãos”.
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Jogos eternos #288: Flamengo 3×0 Vasco 2000

Três dias atrás, escrevi sobre um Flamengo x Vasco de 1975, exatamente 50 anos após o jogo. Ainda sem jogo do Flamengo, eu vou de outro aniversario do Clássico dos Milhões, agora de 25 anos.
E não foi qualquer Clássico dos Milhões, era a final do campeonato carioca. E não era qualquer Vasco, era o Vasco de Romário e Edmundo, um time que conquistou o Brasileirão e a Copa Mercosul no final do ano. No início do ano, Vasco venceu a Taça Guanabara, aplicando um 5×1 sobre Flamengo com 3 gols de Romário. Flamengo perdeu (liberou) o próprio Romário no final de 1999 e vivia novos sonhos com a empresa ISL. Ainda sem as contratações de peso (algumas que não pesaram tanto) do segundo semestre como Alex, Edílson, Denílson e Gamarra, Flamengo se recuperou no campeonato carioca e conquistou a Taça Rio. A final era Flamengo x Vasco, era Clássico dos Milhões.
A vontade para Vasco era de vingança, já que perdeu a final do campeonato carioca um ano antes contra Flamengo. Mesmo sem Juninho, Vasco tinha um timaço, Mauro Galvão na zaga, Amaral e Pedrinho no meio, e claro, a dupla Romário – Edmundo na frente. Vasco era o favorito, mas Flamengo tinha no banco um ídolo, Carlinhos Violino, de volta após uma cirurgia cardíaca, para sua sexta e última passagem como técnico do Mengo. No 11 de junho de 2000, o ídolo Carlinhos escalou Flamengo assim: Clemer; Maurinho, Juan, Fabão, Athirson; Leandro Ávila, Mozart, Fábio Baiano, Iranildo; Tuta, Reinaldo.
Flamengo dominou o início do jogo, com Iranildo como maestro do time. Helton fez boa defesa num chute de longe de Fábio Baiano, Mozart também chutou de longe e Helton fez outra grande defesa. Vasco só conseguiu ameaçar a meta rubro-negra na segunda parte do primeiro tempo e foi a vez de Clemer brilhar num chute potente de Paulo Miranda. Em resposta, Tuta quase fez o golaço de letra, mas Helton defendeu mais uma vez. O Flamengo dominava absolutamente o primeiro tempo, porém no placar a igualidade persistia. Romário, de volta de lesão, foi perfeitamente anulado pela zaga rubro-negra e o juiz apitou o intervalo sem gol marcado.
O segundo tempo começou igual o primeiro tempo, Flamengo dominando, sem conseguir fazer o gol libertador. Tuta quase fez outro golaço, agora de bicicleta, e mais uma vez Helton defendeu. O jogo estava bloqueado e se abriu com a expulsão de Nasa por um segundo amarelo. Athirson, mais uma vez reinando na sua ala esquerda, voltou no meio e chutou de longe, Helton fez outra defesa. O goleiro era o único a impedir o naufrágio do Vasco.
Na parte do campo de Vasco, Edmundo conseguiu um drible em cima de Athirson mas errou no passe fácil a 30 metros do gol vascaíno. Tuta tocou atrás de bico para Fábio Baiano, já acionando Athirson. No domínio da bola, Athirson girou de sola em direção ao gol e chutou cruzado, sem tanta força, mas um chute preciso e rasteiro, para finalmente vencer Helton, para abrir o placar, esquentar o Maraca. E quase já matar um Vasco que mostrou quase nada durante o jogo. Um gol merecido, o décimo no torneio de Athirson, o craque do campeonato.
Faltava 15 minutos para o final do jogo e Flamengo continuou a dominar, Athirson continuou a atacar. O lateral-esquerdo acelerou, pedalou, gingou na frente de um Amaral mais uma vez perdido na frente de um rubro-negro. Athirson cravou a falta no lado esquerdo, ideal para um cruzamento. Helton posicionou a barreira, tentou acalmar o time. Uma cena que se repetira, de outro lugar do campo, no mesmo Maraca, com outro jogador para bater a falta e se eternizar no Clássico dos Milhões. Em 2000, a cobrança foi para Fábio Baiano que, esperto, tentou, e achou, diretamente a gaveta. Um golaço, um dança de Fábio Baiano e aplausos do sempre calmo Carlinhos.
No tempo adicional, quando ao mesmo tempo Gustavo Kuerten se aproximava de conquistar o Roland Garros e meu coração já dividido entre Brasil e França, Maurinho cruzou na direita para Lúcio, que cabeceou mal. O cabaceio errado se transformou em assistência linda para outro jogador que saiu do banco durante o jogo, Beto. Era o terceiro gol do Flamengo, o Maracanã se transformou em festa e canto de baile funk com referência a um Velho Lobo, que se eternizará num outro Clássico dos Milhões um ano depois: “Tá dominado, tá tudo dominado / Tá dominado, tá tudo dominado / ih, ih, ih, vai ter que me engolir”. Flamengo vencia a primeira, faltava 90 minutos de pura emoção para conquistar um título menos marcante que o de 2001, mas que nunca podemos esquecer.
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Jogos eternos #287: Flamengo 2×1 Vasco 1975

Sem jogo do Flamengo hoje, eu vou para um jogo que aconteceu exatamente 50 anos entre Flamengo e o arquirrival Vasco. O Clássico dos Milhões foi o melhor clássico do futebol carioca a partir da segunda metade dos anos 1970 por causa de dois jogadores de alta categoria e classe dentro e fora do campo, Zico para nós, Dinamite para eles.
No campeonato carioca de 1975, Flamengo foi bem mediano na Taça Guanabara com 5 vitórias, 3 empates e 3 derrotas. Precisava vencer o segundo turno para já se classificar no triangular final. Andava bem melhor no segundo turno, a Taça Augusto Peira da Motta, ainda era invicto com 6 vitórias e 2 empates. Problema é que Botafogo fazia ainda melhor, com apenas um ponto perdido, justamente contra Flamengo. A vitória rubro-negra contra Vasco era obrigatória.
No 8 de junho de 1975, para mais um Clássico dos Milhões, o técnico Joubert escalou Flamengo assim: Cantarele; Júnior, Jayme, Luís Carlos, Rodrigues Neto; Liminha, Geraldo, Zico; Doval, Luisinho Lemos, Edson. No lado vascaíno, além de Roberto Dinamite, destaque para Edu Coimbra, o irmão de Zico, que ingressou Vasco neste ano de 1975 depois de 10 anos brilhando no America. E Flamengo, além de Zico, tinha dois craques no meio de campo, o saudoso Geraldo, que nos deixou no ano seguinte, e o argentino Doval, que também morreu cedo.
No Maracanã, com mais de 75 mil presentes na arquibancada e na geral, Flamengo precisou de apenas 12 minutos para abrir o placar. Doval lançou Geraldo, que fintou Zanata e voltou atrás para o próprio Doval. O chute de Doval não saiu forte, porém preciso, com um pouco de efeito que deixou o também argentino Andrada vencido. Flamengo dominou o resto do primeiro tempo, sem fazer o outro gol.
Após o intervalo, Vasco voltou melhor e empatou aos 7 minutos do segundo tempo. Numa falta cobrada por Edu, o lateral Paulo César aproveitou da indecisão na pequena área e fuzilou Cantarele. A esperança vascaína durou apenas 5 minutos. Geraldo abriu na direita para Júnior, que entrou em velocidade na grande área, porém sem dominar bem a bola. A jogada ficou indecidida até chegar aos pés de Zico. Aí já era decidido. Zico dominou a bola, deixou quicar no chão uma vez e chutou no gol. O Vasco inteiro reclamou da arbitragem, alegando uma mão de Zico, porém não adiantava, Flamengo venceu, o Clássico dos Milhões era rubro-negro.
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Jogos eternos #286: Flamengo 4×1 River Plate 1959
Na última crônica, para antecipar o Mundial de clubes, eternizei um jogo entre Flamengo e Corinthians no torneio octogonal de Rio de Janeiro de 1961, com times brasileiros, argentinos e uruguaios. Eu faço agora um passo de dois anos atrás com um torneio ainda mais prestigioso, o Torneio Internacional de Lima, também chamado de Gran Serie Sudamericana Inter Clubs.
O torneio tinha apenas 6 times, 6 gigantes: Flamengo, River Plate, Peñarol, Colo-Colo, Alianza Lima e Universitario. Sem dúvida, foi inspirado da Copa dos campeões europeus e o embrião da Copa Libertadores, criada no ano seguinte, ainda com o nome de Copa dos Campeões. Exaustado com o interminável (supersuper)campeonato carioca 1958, Flamengo estreou no Torneio Internacional de Lima com derrota 2×0 contra Peñarol, mas se recuperou com vitórias sobre Universitario e Colo-Colo. Por sua vez, River Plate, tricampeão argentino entre 1955 e 1957, foi o único a derrotar Peñarol, campeão uruguaio em 1958. Assim, os três favoritos ainda eram candidatos ao título final.
Assim, o jogo entre Flamengo e River Plate era decisivo, quase uma semifinal. No 3 de fevereiro de 1959, o técnico Fleitas Solich escalou Flamengo assim: Fernando; Joubert, Pavão, Jadir, Jordan; Milton Copolillo, Moacir; Luis Carlos, Henrique Fr ade, Dida, Babá. O Flamengo andava desde a primeira rodada sem um dos seus maiores craques no meio de campo, Dequinha, machucado contra Peñarol. Mas se ainda queria o titulo, a vitória era obrigação.
Em Lima, terra de milagres, terra de Flamengo x River inesquecíveis, foi o time argentino que dominou o início do jogo, obrigando o goleiro rubro-negro Fernando a fazer várias defesas. O jogo era difícil, na sua crônica no Jornal dos Sports, Carlos Marcondes escreveu: “Também não se entrosou de início a dianteira do clube da Gávea, perdendo-se Moacir em fintas inúteis. Mesmo assim, quando conseguia realizar seu intento de fornecer pelotas ao comando, coube a Henrique desperdiçar infantilmente inúmeras oportunidades”. Flamengo reagiu e passou a dominar o jogo, ainda sem fazer o gol. “Apenas os tentos não surgiam porque não estavam em noite inspirada os homens-goals comandados por Fleitas Solich. Nem Dida, nem Henrique ou mesmo Luís Carlos conseguiam traduzir me números a superioridade e pressão que passou a surgir desde os vinte minutos da primeira etapa” ainda escreveu Carlos Marcondes.
E no final do primeiro tempo, finalmente saiu o gol do Flamengo, em dose dupla. “Somente quase ao final da primeira etapa, ou seja, aos 42 minutos pode o Flamengo traduzir no marcador sua superioridade, com um tento de Luís Carlos, recebendo na ponta, ótimo passe de Henrique. Nem bem os portenhos se haviam refeito do golpe quando aos 44 minutos Henrique fugiu pelo setor esquerdo e fuzilou com um tiro seco e enviesado, marcando o segundo goal dos rubro-negros”. Sem mudanças no intervalo, o segundo tempo também não mudou. “Acontece ainda que o panorama foi exatamente igual ao do final da primeira etapa. Domínio técnico, tática e territorial da equipe brasileira” prossegue Carlos Marcondes.
Norberto Menéndez, que teve a proeza de ser ídolo de River Plate e depois do Boca Juniors, fez um gol para River, mas a alegria dos argentinos, ou “portenhos” como se chamava mais frequentemente na época, durou pouco tempo, muito pouco. Ainda o Jornal dos Sports na edição do dia seguinte: “Nem bem sentiam-se os portenhos confortados com a diminuição do placard, foi dada a saída, de Henrique, para Moacir, deste para Babá e, sempre de primeira para Henrique, que marcou um minuto após o tento adversário, restabelecendo a diferença no marcador, com o placar de 3×1”. O Flamengo estava muito superior e fez um quarto gol, agora com Babá: “Em boa combinação de Moacir com Babá, este último enveredou pelo setor esquerdo, driblando sensacionalmente seu marcador Ballesteros. Com um ângulo livre, atirou sem que o goleiro Ovejero pudesse fazer qualquer esforço para a defesa. Era o tento número quatro que caracterizava a vitória e a manutenção da liderança”.
Fecho meu trabalho de escriba do dia com a analise de Carlos Marcondes sobre a goleada: “Na realidade, não há o que reclamar por parte dos portenhos pela vitória rubro-negra. Foi justa, incontestável e insofismável”. Melhor ainda o último jogo, já eternizado no Francêsguista, mas vale repetir. Flamengo perdia 0x3 contra Alianza Lima e no segundo tempo fez 4 gols em 8 minutos para virar o jogo e conquistar o título. Uma virada monumental, uma vitória épica, um “Carnaval em Lima”, um troféu de prestígio, um Flamengo imortal.
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Jogos eternos #285: Flamengo 2×1 Corinthians 1961

Flamengo goleou Fortaleza e mira agora o Mundial dos clubes nos Estados Unidos. Estou ansioso para a competição e ver os confrontos entre clubes de diferentes países e continentes. Há anos e anos que existem competições internacionais, algumas oficiais como hoje e outras amistosas como era mais comum nos dias mais distantes.
Em 1961, mesmo com a Copa Libertadores já criada, o presidente do Boca Juniors, Alberto José Armando, inclusive que deu seu nome ao mítico estádio da Bombonera, idealizou um torneio da América do Sul com 2 gigantes do Rio de Janeiro (Flamengo e Vasco), de São Paulo (Corinthians e São Paulo), da Argentina (Boca Juniors e River Plate) e do Uruguai (Nacional e Cerro). Há outros clubes que pediram o reconhecimento deste torneio como uma Copa Libertadores. Não quero que seja o caso do Flamengo, acho que só apequena o clube, porém precisamos falar sobre esse torneio e de sua importância na época.
Prova é o Jornal dos Sports, que falava na edição do dia de abertura do “Torneio Octogonal, cujo certame nasce cercado da mais acentuada expectativa”. Flamengo estreou no Torneio Octogonal Sul-Americano contra o Corinthians, inclusive os dois times se reencontraram três meses depois na final de um outro torneio importante que sumiu, o Torneio Rio-São Paulo, com título do Flamengo e jogo eternizado no Francêsguista. Antes disso, para a estreia do Torneio Octogonal, no 4 de janeiro de 1961, o técnico Fleitas Solich escalou Flamengo assim: Ari; Joubert, Bolero, Jadir, Jordan; Carlinhos, Gérson; Luís Carlos, Henrique Frade, Babá, Dida.
Nem todos os espectadores haviam chegado ao Pacaembu quando Flamengo abriu o placar, já no primeiro minuto do jogo. Segundo a reportagem do Jornal dos Sports, “a bola veio ter aos pés de Dida, que, em excelente situação, chutou bem, para assinalar o primeiro goal do Flamengo”. O jogo ficou equilibrado e Gérson quase fez de falta, Gilmar defendeu parcialmente e teve o tempo de afastar o perigo antes da chegada de Dida. Antes do intervalo, o Corinthians quase empatou, mas o juiz uruguaio Esteban Marino, que um ano depois será pivô da absolvição de Garrincha para jogar a final da Copa, assinalou um impedimento.
O jogo ainda andava equilibrado e os dois goleiros Ari e Gilmar brilharam. No intervalo, Moacir entrou no lugar de Dida, mas o Corinthians empatou no início do segundo tempo graças a um gol de Lanzoninho. O Pacaembu pegou fogo mas gelou dois minutos depois. “Um chutaço de Henrique voltou no ataque. Vinha parar nos pés de Gérson, mas o meia, proposicionalmente, deixou passar e Moacir aproveitou bem: enfiou o pé com decisão. Era o segundo goal rubronegro”. Mesmo sem imagens, um gol com marca de gênio de Gérson e feiticeira do experiente técnico paraguaio Fleitas Solich.
Na frente no placar, Flamengo passou a dominar mas quase concedeu o empate. “Joaquinzinho ia marcar, apareceu Jadir na hora exata para afastar a escanteio”. Jadir salvou, Flamengo conseguiu a vitória no Pacaembu e estreou bem num Torneio Octogonal conquistado três semanas depois.
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Jogos eternos #284: Flamengo 2×1 Fortaleza 2020

Flamengo joga hoje contra Fortaleza, último jogo antes da ida aos Estados Unidos para o Mundial dos clubes. Tenho muitas esperanças para o Mundial e eu vou para a lembrança do dia de um jogo ainda recente, ano do último título brasileiro, com alguns craques que teriam merecidos jogar essa competição se ela tivesse criada antes.
Em 2020, apesar do título no final, Flamengo começou mal o campeonato com duas derrotas. Melhorou, mas ainda estava apenas na sexta colocação após a 7a rodada e um outro jogo eternizado aqui, uma vitória 5×3 na Bahia. Três dias depois, numa Maracanã ainda vazio por causa da pandemia, Flamengo enfrentou outro time nordestino, Fortaleza. No 5 de setembro de 2020, o técnico Domènec Torrent escalou Flamengo assim: Gabriel Batista; Isla, Gustavo Henrique, Rodrigo Caio, Filipe Luís; Willian Arão, Gerson, Arrascaeta; Everton Ribeiro, Michael, Pedro. Ou seja, três jogadores, Gerson, Arrasca e Pedro que podem escrever a história no Super Mundial, mais o técnico Filipe Luís. Sem esquecer os craques que já saíram do Flamengo.
Com apenas 6 minutos, o jogo contra Fortaleza já entrou na história. Everton Ribeiro fez um passe sensacional de trivela, Pedro dominou de peito e fez o voleio. O goleiro Felipe Alves defendeu, apenas de forma parcial. Everton Ribeiro chegou e se eternizou mais uma vez no Flamengo. Quando a lógica queria que o jogador chutasse o mais forte possível para a bola entrar no gol, Everton Ribeiro apenas fez uma cavadinha para tirar o goleiro da jogada e concluiu de cabeça. Depois de já um golaço contra Bahia, Everton Ribeiro fazia outra maravilha, um gol eleito pela CBF o mais bonito do Brasileirão de 2020. Esses dois gols, junto com o gol contra Cruzeiro em 2018, são para mim o top 3 dos gols mais bonitos de Everton Ribeiro com o Manto Sagrado. E minha preferência maior vai para o gol contra Fortaleza, pela rapidez do raciocínio, pela capacidade de fazer o gesto nada evidente, mas absolutamente adequado. Os gols contra Bahia e Cruzeiro são de poucos jogadores, de craques capazes de tal pintura, o gol contra Fortaleza ainda menos.
Cinco minutos depois, Isla fez falta burra e concedeu o pênalti, Juninho empatou. Em seguida, Fortaleza quase virou, Osvaldo tocando na trave. Flamengo voltou a dominar, mas sempre travava no goleiro ou com um chute fora do gol. Rodrigo Caio, Arrascaeta, Michael e Pedro tentaram, mas nada do gol antes do intervalo. Sem público, jogo ficou mais morno no segundo tempo, o técnico Doménec precisava mexer.
De pivô, Gabigol, que entrou no intervalo no lugar de Pedro, tentou, mas chutou para fora. Bem servido por Everton Ribeiro, Gabigol teve outra chance, mas chutou fraco. Sem arrependimento, estava em impedimento. Faltando cinco minutos para o final do jogo, o craque Everton Ribeiro apareceu de novo, deixou a bola na direita para Matheuzinho, que também entrou no decorrer do jogo. Matheuzinho cruzou no chão, Gabigol de primeira, ajustou o pé, ajustou o goleiro, fez a alegria da Nação, em casa só. Flamengo vencia do jeito que gostava, um gol no final do predestinado Gabigol, e um golaço, uma pintura, uma obra de arte inesquecível de nosso craque de sempre, Everton Ribeiro.
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Jogos eternos #283: Flamengo 5×0 Deportivo Táchira 1991

Flamengo joga hoje em casa com a absoluta necessidade de vencer para se classificar nas oitavas da Copa Libertadores. O adversário é Deportivo Táchira, que nem pontuou uma vez nos 5 primeiros jogos. Apesar disso, não podemos ficar arrogantes, a derrota no Maraca contra Central Córdoba lembra essa necessidade.
Flamengo tem que ganhar, melhor ainda de goleada, para garantir o primeiro lugar. Em 1991, Flamengo também enfrentou o Deportivo Táchira, na época Atlético Táchira. No jogo de ida das oitavas de final, Flamengo venceu 3×2 na Venezuela e andava tranquilo antes do jogo de volta no Maracanã. Porém, não podia menosprezar o adversário e precisava jogar seriamente. No 24 de abril de 1991, o técnico Vanderlei Luxemburgo escalou Flamengo assim: Gilmar; Ailton, Adílson, Wilson Gottardo, Piá; Zé Ricardo, Júnior, Marquinhos, Marcelinho Carioca; Alcindo, Gaúcho.
Num Maracanã quase vazio, Flamengo precisou de apenas 9 minutos para abrir o placar. Júnior abriu na direita para Ailton, que cruzou. Marcelinho tentou dominar de peito, um zagueiro venezuelano tocou de cabeça e Gaúcho, que já tinha feito 3 gols na ida, chegou e fez uma bicicleta para o golaço do dia.
Flamengo estava bem no jogo, porém precisou esperar o segundo tempo para fazer outro gol e segurar a classificação. De novo com Júnior, que na direita fez o toque leve para Marquinhos, que dominou de peito, e antes da bola cair no chão, venceu o goleiro. Cinco minutos depois, ainda Júnior, agora de escanteio, situação ficou confusa na grande área, última palavra para Marcelinho, que tocou a bola no fundo do gol.
E cinco minutos depois, Flamengo ganhou uma bola, que voltou nos pés de Júnior, claro. Com as pernas de um Vovô-Garoto, Júnior puxou o contra-ataque por quase 50 metros, e com a elegância e a maestria do craque, fez o passe perfeito na profundidade para Marcelinho Carioca. O camisa 17 não perdoou o goleiro para fazer seu segundo do dia, o quarto do Mengo. Com 2 gols, Marcelinho Carioca podia ceder seu lugar a um outro craque da base, porém um pouco mais velho, Zinho.
E faltando 15 minutos para o final do jogo, chegou Zinho, depois de cruzamento de Alcindo e cabeçada de Marquinhos, bola ficou na esquerda, Zinho chutou cruzado e definiu o placar: 5×0. Sem tremer, Flamengo estava classificado para a próxima fase. Foi uma goleada no final sim, porém não um jogo fácil o tempo todo. O Flamengo construiu o jogo fácil. Que assim seja hoje.
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Jogos eternos #282: Palmeiras 1×3 Flamengo 2021

Faz quase 10 anos que Flamengo e Palmeiras lutam pelo título do Brasileirão. Mesmo anos sem conseguir, estão quase sempre no G-4, quase sempre um lutando contra o outro. O Brasileirão de 2025 não parece ser diferente, Palmeiras é líder, Flamengo na segunda colocação, 4 pontos atrás. Ou seja, a derrota em São Paulo já é proibida.
Em 2021, era a mesma coisa. No final do primeiro turno, tinha outro líder, o Atlético Mineiro, mas Palmeiras tinha 4 pontos de vantagem sobre Flamengo antes do jogo no Allianz Parque. E Flamengo andava com vários desfalques por causa de lesões, entre eles Gabigol, Bruno Henrique, Diego, Rodrigo Caio e Filipe Luís. Assim, no 12 de setembro de 2021, o técnico Renato Gaúcho escalou Flamengo assim: Diego Alves; Isla, Gustavo Henrique, Bruno Viana, Ramon; Willian Arão, Andreas Pereira, Arrascaeta; Éverton Ribeiro, Michael, Pedro.
Sem público no Allianz Parque por causa do Covid, primeiro lance de perigo foi para Flamengo. Pedro quase aproveitou de uma falha de Danilo para abrir o placar, mas no final se machucou na trave. Aos 9 minutos, o palmeirense Wesley, na direita, fintou, chutou e quase abriu o placar. Cinco minutos depois, agora na esquerda, Wesley se livrou de Isla com facilidade e chutou no canto oposto, vencendo Diego Alves para fazer o primeiro gol da partida.
Flamengo também tinha um ponta pequeno e driblador, Michael. Dois minutos depois do gol palmeirense, Éverton Ribeiro chegou na direita, e fez um cruzamento lindo com o pé “fraco” que não tem, conseguindo uma curva perfeita. O pequeno Michael pulou, cabeceou, empatou. Zé Rafael e Vitinho, que entrou no lugar de mais um machucado, Arrascaeta, tentaram de longe, sem achar o gol. O intervalou chegou numa igualidade no placar.
No início do segundo tempo, num escanteio bem batido pelo Vitinho, Pedro pulou, cabeceou, virou. A bola foi perfeitamente colocada na rede, Weverton só ficando em pé, olhando para a bola, o gol, a virada. No final do jogo, o golaço do dia, Michael driblou Marcos Rocha e chutou com força, mais uma vez sem chance para Weverton. Flamengo vencia e se aproximava do Palmeiras na tabela, da liderança também, e chegava a uma série de 9 jogos sem perder contra Palmeiras. Infelizmente, o título brasileiro não veio, e pior, a série invicta contra Palmeiras foi interrompida no jogo seguinte na final de Liberta, de uma forma ainda traumática.







